Porto Velho/RO, 19 Março 2024 23:20:11
Diário da Amazônia

Mudança: AC e RO deixarão de vacinar contra aftosa só em 2020

O rebanho bovino e bubalino do Acre e de Rondônia deverá deixar de ser vacinado contra a febre aftosa a partir do primeiro semestre de..

Por Dinheiro Rural
A- A+

Publicado: 29/03/2019 às 12h43min

O rebanho bovino e bubalino do Acre e de Rondônia deverá deixar de ser vacinado contra a febre aftosa a partir do primeiro semestre de 2020, disse ao Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o assessor técnico da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Nissen. Inicialmente, isso deixaria de acontecer já no segundo semestre deste ano, com a última aplicação da vacina em maio próximo, mas, após mudanças do calendário proposto pelo Ministério da Agricultura para a gradativa retirada da vacinação até a interrupção total em todo o País, em novembro ainda haverá vacinação dos animais dos dois Estados.

A decisão de mudar o calendário do Plano Estratégico para Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa) foi uma medida preventiva definida em rodadas de reuniões que ocorreram na terça, 26, e quarta-feira, 27, em Porto Velho (RO).

Durante o encontro, houve o consenso de que o Bloco I (formado por Acre e Rondônia) ainda não teria condições de garantir ao produtor rural e ao governo a retirada da vacinação. “Faltou a realização de algumas ações, como postos de fiscalização, estruturas para análise de risco e a execução de estudos epidemiológicos que vão verificar se o vírus está presente na região ou não”, explica Nissen.

Para o especialista, a alteração no calendário dará mais segurança ao processo de retirada da vacinação. “Alguns integrantes do setor ficaram frustrados por não terem conseguido atender as exigências para a manutenção do calendário, mas preferimos manter a segurança no processo”, ressalta Nissen.

O diretor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, que participou do encontro em Porto Velho (RO), foi um dos integrantes favoráveis a postergar o calendário. “Apoiamos a decisão por estar pautada em avaliações técnicas que darão mais credibilidade ao plano e mais segurança ao produtor”, disse o executivo em nota.

Neste ano, Acre e Amazonas vacinarão o rebanho completo em novembro, enquanto Rondônia e Mato Grosso irão vacinar apenas os animais com idade até 24 meses, salvo o Pantanal, que possui calendário especial. No primeiro semestre de 2020, Acre e Rondônia deixam de vacinar e, no segundo semestre do ano que vem, Amazonas, Amapá, Pará e Roraima (Bloco II) retiram a vacinação. O plano de erradicação dividiu os Estados brasileiros em cinco blocos e vai até o primeiro semestre de 2023.

Vale destacar que, atendendo a um pleito da CNA, as vacinas aplicadas neste ano terão 2 ml e não contarão mais a molécula Saponina. De acordo com Nissen, as vacinas antigas tinham 5 ml e este agente químico para elevar o nível de imunidade. “Esperamos que (a mudança) diminua a quantidade de reações adversas no gado, como a formação de abscessos”, estima Nissen. Em 2017, a presença de abscessos foi o fator que levou os Estados Unidos a suspenderem as importações de carne bovina in natura brasileira.



Deixe o seu comentário