Porto Velho/RO, 25 Março 2024 23:47:59
Diário da Amazônia

Mulheres continuam com baixa representatividade

Com 51 deputadas eleitas, a bancada feminina da Câmara dos Deputados pouco cresceu em relação às eleições de 2010, quando 45 mulheres..

A- A+

Publicado: 09/10/2014 às 13h07min | Atualizado 21/04/2015 às 06h58min

Ex-vereadora Mariana Carvalho está entre as seis mais novas deputadas federais eleitas no último domingo

Ex-vereadora Mariana Carvalho está entre as seis mais novas deputadas federais eleitas no último domingo

Com 51 deputadas eleitas, a bancada feminina da Câmara dos Deputados pouco cresceu em relação às eleições de 2010, quando 45 mulheres foram escolhidas nas urnas. Se no início da atual legislatura elas representavam 8,77% dos 513 deputados, em 2015 serão 9,94%.

O índice de renovação das parlamentares foi de 56,8%. Das 51 deputadas eleitas, 29 não pertencem à atual legislatura, entre elas Marina Carvalho (PSDB-RO). Além dela, Rondônia tem como representante feminina na Câmara, a deputada reeleita para o sexto mandato, Marinha Raupp (PMDB). Com seis deputadas cada um, Rio de Janeiro e São Paulo foram os Estados que mais elegeram mulheres. Na contrapartida, Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba e Sergipe não elegeram nenhuma parlamentar. O partido que mais elegeu mulheres foi o PT, com nove deputadas.

DECEPÇÃO

O aumento de seis cadeiras não animou a coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG). “É um resultado decepcionante. Mostra que a política de inclusão das mulheres nas instâncias de poder está fadada ao fracasso, está falida”, avaliou a parlamentar, que foi reeleita no domingo.

Apesar da cota prevista na Lei 12.034/09 de 30% de candidaturas femininas nas eleições para deputados e vereadores, Jô Moraes acredita que é preciso uma reforma política que democratize a presença da mulher no Parlamento. As cotas, segundo ela, não geram o resultado desejado porque não são preenchidas com antecedência. “São feitas de última hora, para os partidos políticos apenas cumprirem a exigência legal”, criticou.

LISTAS

Para o cientista político, Antônio Augusto de Queiroz, assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), as cotas só terão validade efetiva quando as eleições ocorrerem com base em um sistema de listas fechadas e de alternância de gêneros. “Essas mulheres foram eleitas por mérito próprio, já que os partidos não lhes deram o devido espaço”, afirmou.
Queiroz acredita que a próxima legislatura será o despertar da participação feminina nas seguintes.

SENADO

Nao próxima legislatura, o Senado terá cinco novas senadoras, que se juntarão às seis atualmente em exercício com mandato até 2019, totalizando uma bancada de 11 parlamentares. As mulheres representarão 13,6% dos 81 senadores.
Na disputa dos governos estaduais, nenhuma mulher também foi eleita em primeiro turno. E apenas uma, Suely Campos (PP), disputa o segundo turno em Roraima.



Deixe o seu comentário