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RONDÔNIA

Muro de creche desaba na zona Sul

Moradores estão preocupados com a lama e o risco de a rede elétrica entrar em curto-circuito.

Por Emerson Machado Diário da Amazônia
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Publicado: 12/11/2015 às 05h30min | Atualizado 12/11/2015 às 14h16min

Água se acumulou no canto do terreno em obras e enfraqueceu a estrutura do solo. Pressão e causou o desabamento parcial do muro

Água se acumulou no canto do terreno em obras e enfraqueceu a estrutura do solo. Pressão e causou o desabamento parcial do muro

Moradores da rua Domingo Alegre com a Estrada da Areia Branca, zona Sul da capital rondoniense, estão assustados. Depois de uma chuva rápida na tarde de ontem, o muro de uma creche da prefeitura em construção cedeu e deixou todos em alerta. A cena se resume a um aterramento para elevar o terreno da creche, que ficava sustentado no muro e estava passando por obras de drenagem e esgoto. Segundo os próprios moradores, a construção da creche já dura cerca de quatro anos.

Para a aposentada Maria Celeste dos Santos, de 70 anos, o susto causou ainda maior preocupação, pois a casa dela está localizada em área muito próxima do muro e cabos de eletricidade passam por perto, assim como postes estão em perigo de cair devido à situação precária do muro. “Estou preocupada se a lama que está dentro do terreno da obra deslizar ainda mais, ela pode entrar na minha casa. Sem contar nos fios de energia que podem causar acidentes”, afirmou Maria Celeste.

No momento em que a equipe de reportagem do Diário da Amazônia chegou ao local, uma equipe da Tencel Engenharia, que presta serviços para a Eletrobras, estava conversando com os moradores. O muro cedeu a parte da base, mas a parte superior continuou em pé e está pendendo para a estrada, ameaçando derrubar um poste de eletricidade. Mesmo constatando o problema, a equipe disse que não poderia fazer nada.

“Se o poste cair, nós podemos fazer alguma coisa, mas do jeito que está nós não podemos mexer”, afirmou um dos trabalhadores que não se identificou.

Uma manilha no terreno foi obstruída por uma pedra e gerou o acúmulo de água

Uma manilha no terreno foi obstruída por uma pedra e gerou o acúmulo de água

RISCO DE MAIOR DESABAMENTO

Além da preocupação com o poste, os moradores temem um maior desabamento. “A enxurrada levou a lama que deslizou para uma casa vazia da rua, mas se cair ainda mais, todas estas casas podem ficar cheias de lama”, disse uma das mulheres que aguardavam algum parecer sobre a situação do muro. E a preocupação de dona Maria Celeste dos Santos só aumentou quando a equipe da Tencel Engenharia deixou o local sem poder prestar assistência com relação ao poste com risco de queda.

Os trabalhadores dentro da creche abriram o portão para a equipe de reportagem e explicaram uma possível causa para o deslizamento de terra e desabamento de partes do muro. “Choveu e a água se acumulou no canto do muro, pois uma pedra obstruiu uma manilha que fazia drenagem e está no canto do terreno. Mas como a água acumulou, o solo ficou frágil e o muro não aguentou a pressão da lama, causando este desabamento”, informou um dos trabalhadores na obra que não quis ser identificado.

Ele também explicou que uma máquina irá até a creche para tentar trazer o muro para dentro do terreno, para que ele não caia por completo e afete as casas ao redor. “Vamos trazer uma máquina e puxar o muro, que ainda está em pé. Ainda estamos trabalhando na drenagem, então vamos fazer algo para que isso não corra o risco de acontecer de novo e continuarmos com esta obra”, disse um deles.

Mesmo com toda a apreensão, os moradores continuaram nos arredores do desabamento a fim de esperar uma solução para o problema. Segundo os moradores, a informação passada pelo Corpo de Bombeiros é para que eles procurem a Defesa Civil. No entanto, até o fechamento desta edição, a Secretaria Municipal de Programas Especiais e Defesa Civil (Sempedec) não atendeu as ligações.



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