Porto Velho/RO, 21 Março 2024 10:21:46
RONDÔNIA

Números de acidentes de trânsito continuam elevados

Aumento populacional implica em fatores relacionados ao trânsito.

Por Jaylson Vasconcelos Diário da Amazônia
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Publicado: 29/10/2017 às 05h15min

Mesmo com a diminuição do número de acidentes e de vítimas fatais nos últimos dois anos, os registros de acidentes nas ruas da cidades ainda são considerados elevados

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Porto Velho possui 519.436 habitantes, um aumento considerável em comparação com o último censo realizado em 2010, onde a população figurava entre 428.527 habitantes. Em menos de 10 anos o aumento foi de quase 100 mil habitantes. Esta elevada expansão populacional implica em diversos fatores relacionados ao trânsito da cidade, principalmente porque as políticas para o setor não acompanham o crescente número populacional.

Todos os dias, motoristas e pedestres precisam driblar os perigos e exaustão que o trânsito da capital demanda para se locomover. São engarrafamentos nas principais avenidas, falta de estrutura, superlotação e grande espera até que os passageiros embarquem nos ônibus, e, um terminal de integração que não possui espaço físico adequado para oferecer o serviço.

Outro agravante em decorrência do trânsito são os acidentes na capital. Dados do Detran/RO, apontam que em 2015 foram registrados 2.805 acidentes, com 66 vítimas fatais, já os números divulgados pelo Anuário de Estatística de Trânsito, apontam uma diminuição dos acidentes em 2016, sendo registrados 2.503 acidentes com 51 vítimas fatais. Mas os números de acidentes, mesmo com esta branda diminuição, ainda continuam se mostrando elevados.

Falta de planejamento de trânsito ainda dificulta a mobilidade

Linhas de ônibus ainda são as mesma dos anos de 1980

Com o aumento populacional a cidade cresce de forma desordenada, e a mobilidade urbana é um fator agravante, pois, também acumula anos de estagnação, vários planos de melhoria já foram licitados, mas sempre voltam às gavetas dos órgãos públicos que adiam uma efetiva decisão para a melhoria da mobilidade da capital.

As linhas de ônibus de Porto Velho foram implementadas em 1986, desde lá, quase trinta anos depois, ainda são as mesmas onde diariamente é feito o trajeto dos ônibus, este fator contribui para a grandiosa espera nos pontos de ônibus, e a má circulação, afetando bairros que possuem apenas um circular.

Neste cenário a população que mora afastada do centro da cidade é a parcela que mais sofre, pois o seu direito de ir e vir fica prejudicado pela falta de planejamento, sendo obrigada a tirar do bolso boa parte do seu salário para se locomover de casa para o trabalho, contando com vias públicas que não possuem capacidade para proporcionar fluidez para todos os veículos.

Em horários de pico, entre as 6h e 8h da manhã, 12h às 14h da tarde e principalmente de 17h às 18h30 da noite, as principais avenidas da cidade ficam completamente congestionadas, uma pesquisa feita pelo departamento de estudo e planejamento de transportes da Secretária Municipal de Trânsito, Mobilidade e Transporte – Semtran, mapeou as linhas de ônibus onde existem as maiores demandas da cidade, das 54 linhas operando na cidade, foram apontadas 15 linhas com a maior movimentação de passageiros em dias úteis.

Guajará 204-B, Esperança Da Comunidade 205-A e Tancredo Neves 302 figuram entre as linhas com maiores demandas da cidade, só a linha 204-B Guajará possui 9,43% da demanda ao dia, sendo a linha com maior superlotação da capital.

Avenida Duque de Caxias foi ampliada pela prefeitura

Reestruturação foca na mobilidade urbana

Os dados da pesquisa, fazem parte dos estudos do Plano de Reestruturação do Trânsito em Porto Velho. Realizada durante duas semanas, no período de 24 a 27 e 31 de outubro pela Semtran, o diagnóstico tem o objetivo de avaliar a mobilidade urbana no sistema de ônibus da cidade, além da delimitação das maiores demandas de ônibus da cidade, a pesquisa contempla o padrão de subida e descida, como o comportamento da demanda ao longo da viagem, a capacidade do veículo para determinar as ocupações, origem e destino dos passageiros, motivos da viagem, integração e, perguntas aos passageiros sobre os principais problemas no sistema de transporte, todos os dados colhidos servirão como base para o plano de reestruturação que segundo o engenheiro João Luís, vem com o propósito de melhorar o trânsito em um período de cinco a dez anos.

“Nós estamos trabalhando de uma forma técnica, determinada pelo prefeito Hildon, que para termos resultados eficazes precisamos deste plano de reestruturação que já está em execução, que começou com o estudo do transporte coletivo da cidade e vai servir como base de diagnóstico, para que possamos estruturar a melhoria do transporte público e determinar a próxima licitação”, disse

Sobre o terminal de integração do Porto Cai N’Água, onde uma numerosa parte da população fica concentrada, e não conta com uma infraestrutura, segurança e serviços adequados o diretor do departamento de transporte, Ramon Sousa Rodrigues explica:

Trabalhos pontuais são realizados

“Hoje o terminal de integração, na nossa análise técnica, não está no local adequado, existe a necessidade de melhorar esta situação, como diminuir o tempo de embarque e desembarque no ponto final, mesmo que isto implique em mudança de ônibus, mas efetivamente a população vai sentir que não perdeu tempo no trajeto até o trabalho”, disse.

Já existem trabalhos pontuais sendo feitos na cidade, como o alargamento da rua Duque de Caxias e a possível construção de um corredor de ônibus, que para o engenheiro João Luís, só será viabilizado depois da conclusão do projeto de mobilidade, onde outras obras que já estão sendo estudadas terão execução imediata.



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