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RONDÔNIA

Saúde Pública: Obesidade é risco entre adolescentes

Em meio a vida moderna, onde os computadores, tablets e smartphones dominam a vida da sociedade, o problema de excesso de peso –..

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Publicado: 17/01/2015 às 04h15min | Atualizado 27/04/2015 às 20h20min

Uma pesquisa realizada na rede estadual de ensino, aponta que 16,2 % dos meninos estão com excesso de peso

Uma pesquisa realizada na rede estadual de ensino, aponta que 16,2 % dos meninos estão com excesso de peso

Em meio a vida moderna, onde os computadores, tablets e smartphones dominam a vida da sociedade, o problema de excesso de peso – sobrepeso e obesidade – é cada vez mais frequente na vida de crianças, jovens e adultos. E tem se tornado um grande problema de saúde pública em muitos países.

De acordo com o Ministério da Saúde, a obesidade é o acúmulo de gordura no corpo causado quase sempre por um consumo excessivo de calorias na alimentação, superior ao valor usado pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades do dia a dia. Ou seja, a obesidade acontece quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente.

Com base em estudos realizado pelo Brasil, duas acadêmicas do curso de educação física da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Maísa Maia Soares e Raíssa Oliveira Silva, iniciaram um projeto de pesquisa sobre o Excesso de Peso em Escolares Adolescentes da rede pública e privada de Porto Velho. O projeto tem coordenação dos professores Luís Gonzaga de Oliveira Gonçalves e Edson dos Santos Farias, do Núcleo de Saúde, Departamento de Educação Física e o Grupo de Pesquisa – Cepesco. O objetivo do projeto era verificar a prevalência e os fatores associados ao excesso de peso corporal em escolares do Ensino Médio. Para isso, o método utilizado para realizar a pesquisa foi um estudo descritivo e transversal de base populacional, realizado no primeiro semestre de 2014, com escolares adolescentes do Ensino Médio da rede pública e privada de ensino da capital.

OBESIDADE PROVOCA DOENÇAS 

Segundo a nutricionista Rebeca Sousa, a obesidade pode acarretar uma série de doenças. Por exemplo: doenças cardiovasculares, pressão alta, diabetes do tipo 2, doenças respiratórias como apneia do sono, problemas psicológicos, entre outras. Rebeca afirma que, se o caso não for genético e os jovens adotarem uma vida saudável, há chances de o quadro ser revertido. “Pode se evitar o sedentarismo, praticando esportes ou exercícios, procurar uma alimentação adequada com pouco sal e gordura”, orientou. Os alimentos industrializados são ricos em sódio, açúcar e gordura hidrogenada, por isso devem ser evitados por crianças e adolescentes e até mesmo adultos, de acordo com a nutricionista. “Na verdade todos os alimentos industrializados têm alto teor de açúcar para agradar o paladar e o sódio para a manutenção. Eles podem causar alteração na corrente sanguínea”, advertiu.

Para Rebeca é fundamental a participação da família para que estes jovens adquiram bons hábitos. “No caso das crianças e adolescentes, os hábitos dos pais influenciam muito nas escolhas dos filhos. A família tem que apoiar e servir de exemplo”, aconselhou.
Na rede municipal de ensino, a Lei nº 2.067/2013 de autoria do vereador Alan Queiroz, dispõe sobre a realização de exames de prevenção e diagnóstico de obesidade infantil e doenças relacionadas em crianças do Ensino Fundamental.

“A nossa preocupação não é com a estética. Muitas crianças com excesso de peso apresentam alterações nos níveis de colesterol, são descriminadas pelos amigos e alvo de brincadeiras de mau gosto. O controle da obesidade infantil começa em casa, com refeições balanceadas, estímulo à atividade física e mudança dos hábitos alimentares de toda a família”, diz Alan Queiroz.

A merenda precisa de acompanhamento nutricional

A merenda precisa de acompanhamento nutricional

RAPAZES TÊM O MAIOR NÚMERO DE CASOS

Na rede pública estadual, a pesquisa foi realizada com 1.598 alunos, com idades entre 14 e 17 anos. Em um parâmetro geral, a prevalência de excesso de peso foi nos rapazes: 16,2% e obesidade de 6,9%. Já as meninas apresentaram 15,7% com excesso e 6,5% de obesas. Na relação entre sexo e idade, a pesquisa mostrou diferença significativa na idade de 15 anos: 18,35% masculino e 12,87% feminino. No entanto, de acordo com as pesquisas, a prevalência maior de excesso de peso se dá aos 17 anos (33,54% masculino e 35,15% feminino). Com relação aos alunos da rede privada de ensino, o estudo foi realizado em 2.528 alunos de 13 escolas particulares, na mesma faixa etária da rede pública. O resultado foi 26,6% de estudantes com excesso de peso, sendo de 20,6% diagnosticados com sobrepeso e 6,0% de obesos. Foram consideradas as variáveis com maior vulnerabilidade ao excesso de peso no sexo masculino.

Nas duas redes de ensino, o resultado de prevalência de excesso de peso foi 22,5% associada às classes B e C (média alta e média), número de irmãos, tempo assistindo TV e/ou navegando na internet através de tablets, notebooks e smartphones, percepção de saúde, consumo de refrigerante, doces, fast food e massas quase todos os dias. Com a falta de uma vida saudável, aumenta o número de crianças e adolescentes com hipertensão arterial. De acordo com profissionais da saúde, a causa é devido aos maus hábitos diários, como ingestão de alimentos industrializados com muito açúcar, gordura e sódio e a falta de exercícios físicos.

ESCOLAS DEVEM PROMOVER HÁBITOS SAUDÁVEIS

Segundo o diretor Sandro Silveira Pereira, do Instituto Estadual Carmela Dutra, é importante trabalhar hábitos saudáveis na escola de uma maneira geral. Pereira, que também é professor de educação física, conta que os alunos são estimulados a atividades aeróbicas e são servidos com merendas saudáveis. “Temos cuidado com nossa merenda que está sempre acompanhada por nutricionistas. Mas ainda temos que evoluir na questão da cantina”, conta.
A melhoria com relação aos produtos vendidos para os alunos se baseia no objetivo de retirar produtos como refrigerantes e excesso de frituras, visando o bem-estar dos alunos. Sandro explica que as medidas serão tomadas gradativamente. “Não é que as aulas de educação física devem fazer o aluno emagrecer, mas estarão conscientizando-o sobre a importância da atividade física, da alimentação saudável, para consequentemente chegar ao peso ideal, levando o que aprendeu para fora da escola”, finaliza o diretor.

 



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