A poucos quilômetros do perímetro urbano do município de Ji-Paraná se encontra um rio de água densa, escura e gelada, onde em meio a um arquipélago de 96 ilhotas que reúnem uma biodiversidade incrível, flui o rio Ji-Paraná.
O nosso passeio pelo rio Ji-Paraná, mais conhecido pelos moradores e ribeirinhos como rio Machado, começa na colônia dos pescadores, e o trabalho segue firme para colocar todos os equipamentos no barco, quando tudo fica pronto,é hora de zarpar rio Ji-Paraná acima.
Não demora até que surjam os pontos turísticos mais conhecidos do município, como a ilha do coração, um dos cartões-postais dos ji-paranaenses. A viagem de barco continua, e o cenário que se desdobra a frente é de magnitude e contemplação, onde a natureza dá um verdadeiro show diante dos olhos. O recomendado é ficar bem atento para não perder este espetáculo.
O descanso dessas capivaras foi quebrado pelo barulho do motor do barco. Assustados, os animais fugiram e se embrenharam mata adentro.
Subindo o rio, a vegetação é outro fator que não pode passar despercebido, onde árvores frondosas como Jacarandá e Andiroba ostentam seus belos galhos, o tom esverdeado permeia todo o leito do rio onde a vegetação se estende em folhagem.
Mas todo este verde não permanece por muito tempo, pois o verão amazônico bate na porta, muitas delas aproveitam o processo de estiagem deste período seco para trocar as folhas, onde se preparam para o inverno que já vem mais na frente.
Quanto mais se avança o rio Ji-Paraná, a correnteza aumenta, com isso os rebojos, indicando cautela, prudência sempre é bem-vinda, com cautela, o pescador procura desviar dos bancos de areia e troncos encalhados que se formam pelo trajeto, o que deixa o caminho mais perigoso.
Segundo Manuel Dantas, neste período de vazante, o rio fica mais perigoso, sendo necessário dobrar a cautela.
“Pra navegar no rio é preciso ter muito cuidado, tem que ter conhecimento de onde é o canal do rio para que você possa passar e não ter perigo de bater nas pedras”, comenta o pescador
Mesmo com tanto cuidado o pescador já foi vítima de dois naufrágios. “Vários pescadores no seu trabalho já aconteceu de alagar nas corredeiras e cachoeiras. Já aconteceu acidentes comigo, de alagar e perder motor, perder tralha de pesca, então por mais conhecimento que você tenha, isso pode acontecer”, disse Manuel.
Agora o local por onde navegamos é conhecido como arquipélago de “Cabaçaranas”, formado por noventa e seis ilhas, que se estendem de Ji-Paraná até Presidente Médici. O nome, segundo os moradores vem de um fruto que costuma brotar no inverno. A planta nasce sobre os galgos das árvores. Quando atinge a madurez, o fruto cai dentro do rio e vira alimento para os peixes
Este foi só um fragmento do que representa toda a grandiosidade, potencial turístico e ecológico do rio Ji-Paraná. Um lugar surpreendente, onde a natureza se revela sem mistérios e deixa nos visitantes o gostinho da volta.
Veja a reportagem especial:
EXPEDIENTE
Reportagem
Emerson Barbosa
Imagens
Edison Falcão
Edição/Texto
Natália Figueiredo
Jaylson Vasconcelos