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RONDÔNIA

Outubro Rosa: A luta contra o câncer

Vários mutirões de exames preventivos estão sendo realizados nos bairros.

Por Ariadny Medeiros Diário da Amazônia
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Publicado: 21/10/2015 às 05h00min

A campanha foi criada para conscientizar as mulheres, dos fatores de risco, dos fatores de proteção e das medidas de detecção precoce relacionadas ao câncer de mama  Fotos: Jota Gomes/Diário da Amazônia

A campanha foi criada para conscientizar as mulheres, dos fatores de risco, dos fatores de proteção e das medidas de detecção precoce relacionadas ao câncer de mama Fotos: Jota Gomes/Diário da Amazônia

O mês de outubro é conhecido pela cor rosa, quando é debatido o tema do câncer de mama em todo o País. Na capital, durante os meses de janeiro a outubro já foram diagnosticadas 35 alterações em exames de mamografias realizados no serviço público de saúde. A campanha do outubro rosa realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), não se limita somente ao mês de outubro, estão sendo feitos mutirões de exames nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), durante o ano todo.

Atualmente o município de Porto Velho conta com 70 unidades de atendimento e todas estão participando do outubro rosa. A estratégia adotada pela capital foi a operação formiguinha no intuito de levar informação e atendimento às mulheres que nunca fizeram os exames de prevenção anteriormente “a gente precisava de uma ação de formiguinha para dentro dos bairros, dentro das comunidades, para rastrear essa mulher que nunca fez mamografia ou que tenha algum sintoma”, ressaltou Aline Vilela, coordenadora do programa de saúde da mulher.

Ao todo 500 agentes comunitários de saúde, distribuídos tanto na área urbana quanto rural, estão realizando este trabalho “identificando, divulgando a campanha, visitando as famílias, o próprio agente de saúde já agenda o dia que ela vai passar pelo médico para examinar a mama e dar o devido encaminhamento”, explicou Igor Amorim, diretor do departamento de atenção básica.

O atendimento prestado durante o outubro rosa é semelhante ao realizado durante todo o ano “a questão é: outubro rosa se dá uma ênfase maior, mas o trabalho, sendo outubro ou não, é o mesmo, o rastreamento é igual, a atividade é realizada durante todo o ano”, indagou Igor.

Foram feitos 1,8 mil mamografias desde o início do ano, só na área pública de saúde “a gente pode dizer que é uma produção relativamente boa, neste mês a tendência é de que nós tenhamos produções, em todos os serviços, maiores do que a de meses anteriores por conta dessa mobilização social que a gente vem fazendo”, relatou Aline.

Em um dia, a carreta do Hospital de Câncer de Barretos realizou 110 exames, sendo 60 de mamografias e 50 de preventivos

Em um dia, a carreta do Hospital de Câncer de Barretos realizou 110 exames, sendo 60 de mamografias e 50 de preventivos

Unidade móvel está percorrendo bairros da cidade

A carreta do Hospital de Câncer de Barretos realizou atendimento no Centro de Referência da Saúde da Mulher (CRSM), ontem (20). Foram feitos 110 exames, sendo 60 de mamografia e 50 de preventivo. A unidade móvel é de Porto Velho e normalmente percorre os bairros da cidade “ela percorre todos os bairros, o ano todo nas unidades básicas das famílias, dando prioridade para atendimento das mulheres do bairro”, afirmou Naiara Lúcia de Lima, enfermeira do Hospital de Câncer de Barretos.

As pacientes são atendidas mediante agendamento prévio nos locais onde a carreta percorre. A coordenadora municipal de políticas públicas para a mulheres, Vanuza Machado, relatou que foi feita a divulgação do serviço e posteriormente a confirmação do agendamento “fomos até as comunidades para divulgar, para atender às mulheres que não fizeram os exames porque não têm tempo”, explicou.

A pedagoga, Nair Hoffmann participou do atendimento feito pela carreta “eu faço regularmente os exames, eu quis fazer agora porque assisti uma reportagem falando dos equipamentos deles que são bem mais sofisticados, são de última geração”, afirmou. Segundo ela, a campanha é importante para o diagnóstico precoce e cura da doença “a campanha salva muitas pessoas, às vezes você está no anonimato e esta campanha tira muitas pessoas que descobrem que têm câncer e que podem se prevenir”, concluiu.

Faixa etária de risco de 30 a 50 anos é prioridade

Na capital durante o ano de 2014 foram realizadas 6 mil mamografias sendo que em 70 delas foram diagnosticadas alterações, este ano 35 exames apresentaram alterações nos resultados “as alterações indicam que elas podem ter uma neoplasia, elas foram encaminhadas para o hospital de barretos e fizeram a biópsia, as que foram confirmadas deram início ao tratamento do câncer de mama. É o câncer que mais acomete as mulheres na região Norte, depois do câncer de colo de útero é o câncer de

Vários órgãos de Porto Velho aderiram à iniciativa

mama”, afirmou a coordenadora.

No mês de outubro é priorizada a faixa etária de risco, com atendimento às mulheres acima de 30 anos “de 30 a 50 anos elas fazem avaliação e se for necessário a ultrassonografia ou mamografia. A equipe é quem vai coordenar, acima dos 50 anos as mulheres devem fazer mamografia de rastreamento para aquelas assintomáticas a cada dois anos, e as sintomáticas fazem mamografia diagnóstica”, informou Vilela.

Semusa realiza mutirões

A Semusa está realizando mutirões de exames aos finais de semana, no mês de outubro e ao longo do ano com o intuito de evitar longas filas de espera “a gente tem ofertado a mamografia e ultrassonografia, está sendo realizado mutirão para enfatizar e dar maior incremento na questão do rastreamento desses diagnósticos”, alertou Amorim.

Durante o mutirão de atendimento realizado na Policlínica Hamilton Raolino Gondim, no último sábado (17), 40 mulheres realizaram exames de ultrassom transvaginal e no domingo 20 realizaram ultrassom da mama, informou Paula Caroline Guimarães, coordenadora geral de diagnóstico por imagem. A intenção da campanha deste ano é atender a mulher em diversas áreas, realizando exames também de diagnóstico de câncer de colo de útero “a campanha do outubro rosa não deve ser só para o câncer de mama, mas também de útero”, relatou ela.

As mulheres estavam com o horários agendados para os exames, que foram marcados rapidamente “eu admirei, saiu muito rápido, demorou uns 6 dias”, disse Rita Martins da Silva, 66 anos. Segundo ela, há três anos faz o acompanhamento durante a campanha do outubro rosa “vou chamar minha irmã mais velha para ir comigo fazer a mamografia também, tem que fazer os exames para se prevenir”, concluiu.

Antônia Brandão, estava acompanhando a mãe Maria Elzenira Brandão, 66 anos, ela nos contou que embora a mãe procure regularmente atendimento médico vai ser a primeira vez que realiza os ginecológicos “ela é muito resistente em fazer os exames, o médico que conversou e explicou que ela deveria fazer”, disse Antônia.



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