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Diário da Amazônia

Vilhena: Pais defendem suspeito procurado pela Justiça

Os pais de Kennedy Gomes da Silva, de 19 anos, procuraram a imprensa na manhã de ontem, para apresentarem a versão do filho, acusado,..

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Publicado: 30/01/2015 às 10h59min

Os pais de Kennedy Gomes da Silva, de 19 anos, procuraram a imprensa na manhã de ontem, para apresentarem a versão do filho, acusado, conforme investigações da polícia, de matar a golpes de faca o menor Matheus Rezende, de 17 anos, na noite de réveillon de Vilhena. Kennedy está foragido desde o dia em que a Justiça decretou sua prisão, e segundo seus pais ele é inocente, apesar de estar no local do crime, e ter se envolvido na briga que tirou a vida do menor. Eles não quiseram que seus nomes fossem divulgados, muito menos suas imagens, pois temem ser vítima de algum tipo de retaliação por parte da família e amigos da vítima. Os pais de Kennedy relataram, ainda, que a polícia ouviu apenas testemunhas “amigas” da vítima que acabaram incriminando seu filho sem provas concretas. A mãe de Kennedy relatou que ele saiu de casa na noite de réveillon por volta das 22h. No local ele encontrou-se com dois amigos, “Tiaguinho”, e Julio Neto. Ainda segundo a mãe do acusado, que é morador do bairro São José, “Tiaguinho” tinha uma rixa antiga com a vítima por motivos que ela desconhece. Ainda segundo ela, Matheus estava com um grupo de amigos muito maior do que o do filho no momento em que se encontraram. “A confusão começou atrás do palco, e os amigos do Matheus rodearam os três para começar a briga”, relembra a mãe de Kennedy.

A genitora continuou a versão dizendo que apenas Matheus “entrou na roda” para brigar, e acabou levando a melhor. “Pelos relatos do Kennedy, o Matheus bateu nele, e no Julio Neto, que chegou a desmaiar. Os dois ficaram caídos no chão por um tempo, e quando se levantaram viram o Matheus correndo com a mão no pescoço”, relatou. Os pais de Kennedy acreditam que o autor das facadas tenha sido o amigo “Thiaguinho”, que depois do homicídio mudou-se de cidade. “Tenho certeza que Kennedy não teria feito algo do tipo. No dia seguinte ao fato ele estava em casa, e não contou nada a ninguém sobre ter matado alguém. Ele é uma pessoa de bem e não tirou a vida de ninguém”, disse o pai.

Kennedy foi informado sobre o caso pelo próprio pai, que contou ter tido uma conversa com ele pouco depois de saber o que havia acontecido. A família disse que o acusado de ter matado Matheus não se apresentou à justiça, e nem irá se apresentar, até que “Tiaguinho” seja ouvido pelas autoridades. Tanto o pai, quanto a mãe, foram enfáticos ao dizer que temem pela vida do filho, mesmo estando preso. “Fomos informados que ele seria morto de qualquer jeito, por isso não deixamos ele se apresentar à polícia”, conta o patriarca da família.A mãe relatou que Kennedy nunca se envolveu em briga, corria de confusão e sempre foi uma pessoa honesta, e trabalhadora.

Família teme represálias e abandona residência

A família de Kennedy Gomes da Silva está realmente com medo de represálias. A casa dos pais foi abandonada, bem como o negócio da família, um lava-jato de veículos. Segundo a mãe do garoto, poucos dias depois da morte de Matheus um carro passou em frente à sua residência, como se o motorista estivesse esperando alguém. “Passamos uma noite de medo. O carro foi estacionado à noite, ninguém saiu dele. Pela manhã é que o motorista o funcionou e foi embora. Decidimos então sair da cidade”, conta a mãe do acusado.

Eles estão vivendo com ajuda de familiares, e até mesmo o sítio da família está à venda por ameaça de ser queimado, segundo a mãe de Kennedy. “Até hoje não sofremos nenhuma emboscada, e não fomos agredidos. Mas estamos receosos e com cuidados redobrados”, diz o pai.
O irmão mais velho de Kennedy também sofre diretamente com o problema. Ele utilizava a motocicleta do irmão pra trabalhar em um escritório de contabilidade.

O veículo foi reconhecido por amigos de Matheus, que chegaram a pará-lo na rua acreditando se tratar de Kennedy. “Vendemos a moto, e aos poucos estamos nos desfazendo dos nossos bens, por não sabermos mais o que fazer. Meu filho mais velho, por ser parecido com o irmão também já estava sofrendo ameaças, e teve que deixar o emprego”, diz a mãe.

A filha mais nova do casal possivelmente não vai à escola em 2015. Ela não foi matriculada justamente por medo da família que ela sofra algum tipo de agressão.

 



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