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Diário da Amazônia

Paralisação da Suframa afeta distribuição local

A confirmação é dada pela Associação Comercial de Ariquemes.

Por Deborah Sena Diário da Amazônia
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Publicado: 01/07/2015 às 05h00min | Atualizado 30/06/2015 às 19h12min

b2 - Greve da Suframa já afeta distribuição local - divulgação copy

Antônio Custódio espera que o movimento grevista não prolongue a paralisação

Mais de um mês de paralisação dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), em que mercadorias e insumos retidos por falta de liberação do órgão representam, também, grande prejuízo para o município de Ariquemes.
A Associação Comercial e Industrial de Ariquemes (Acia) ressalta que a atual situação causa transtornos ao setor de indústrias e gera preocupações quanto ao abastecimento de produtos às empresas, supermercados, entre outros setores. “Na tarde desta segunda-feira houve mais uma reunião em Manaus para tentar resolver a situação e o Estado todo vem sofrendo com essa paralisação. Ainda vamos saber o resultado dessa reunião. A nossa associação reforça a cobrança aos deputados, aos parlamentares em geral para que negociem o fim da greve, temos que buscar uma solução para esse impasse”, expôs o diretor da Acia, Antônio Custódio.

A greve começou no dia 21 de maio, quando servidores da Superintendência protestaram contra o veto do Governo Federal para a medida que revisaria o plano de cargos e carreiras dos funcionários da autarquia. A greve acontece nas 14 unidades da Suframa, em cinco Estados – Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima.

Contudo, em se tratar de uma Zona de Livre comércio, a carga destinada a Rondônia, por exemplo, só pode ser liberada pelos servidores da Suframa. “Esperamos que isso não se prolongue, pois está afetando muito toda a região”, concluiu o diretor da Acia.

AGENTE DA SUFRAMA E ACIV EM PARCERIA

Representantes da Associação Comercial e Empresarial de Vilhena (Aciv) se reuniram na última semana com servidores da Suframa em greve. Na reunião realizada a pedido da Suframa, a Aciv se colocou à disposição dos servidores para ajudar nas reivindicações da categoria e também para sensibilizar os grevistas a respeito de algumas situações desencadeadas pelo movimento grevista.

B2 - SECUNDÁRIA copy

José Maria explicou sobre as motivações da paralisação

No dia anterior, a Aciv já havia protocolado ofício a respeito da paralisação, solicitando que fossem priorizados alguns atendimentos, para minimizar prejuízos e acabar com o risco de desabastecimento. No mesmo dia, o agente administrativo da Suframa, José Maria de Carvalho ligou para o presidente da Aciv, Josemário Secco, solicitando uma reunião para responder ao pedido de esclarecimento da entidade.

Na reunião, que contou com a presença do diretor da Acic, Celito Bagatini, e do supervisor Claudino Peretto Junior, os servidores da Suframa relataram os principais pontos que estão sendo tomados pelo movimento grevista. De acordo com José Maria, o movimento grevista permanece com um percentual de 30% de atendimento. “Além deste percentual, também estão sendo atendidos os casos excepcionais como idosos, motoristas com problemas de saúde, materiais perecíveis, medicamentos e equipamentos hospitalares, o que na verdade até passa dos 50% de nosso movimento diário”, explica José Maria.

Segundo o Cieam (Centro da Indústria da Amazônia) o prejuízo diário com a paralisação é algo em torno de R$ 350 milhões, só no Estado do Amazonas. Para o presidente da Aciv, o advogado Josemário Secco, a entidade entende como justas as reivindicações dos servidores da Suframa por isso tem se colocado à disposição dos funcionários para ajudar no que for possível.

ENTENDA AS MOTIVAÇÕES DA GREVE

A Suframa atua em 25% de Território Nacional, na região conhecida como Amazônia Ocidental que abrange os Estados do Amazonas, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá. O Governo Federal contingenciou no ano passado algo em torno de R$ 424 milhões os quais deveriam ser investidos em desenvolvimento na região. “Praticamente toda a arrecadação da Suframa é levada para Brasília. Em 13 anos o Governo Federal abocanhou mais de R$ 2 bilhões da autarquia para fazer superavit primário”, explica. Segundo ele, a superintendência conta com 531 servidores ativos, destes, mais de 100 já tem tempo de contribuição e idade para se aposentar mas não o fazem porque perderiam cerca de 50% de sua capacidade financeira. (AI)

 



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