Porto Velho/RO, 22 Março 2024 12:11:22
Diário da Amazônia

Partidos têm dificuldade para a definição do vice

Mesmo com o início das convenções partidárias, o posto de candidato a vice-presidente ainda é uma incógnita para a maioria das..

A- A+

Publicado: 25/07/2018 às 15h17min | Atualizado 25/07/2018 às 15h49min

O presidenciável pedetista Ciro Gomes ainda não desistiu de buscar apoio do PSB

Mesmo com o início das convenções partidárias, o posto de candidato a vice-presidente ainda é uma incógnita para a maioria das legendas. As reuniões terminam em 5 de agosto, mas é bem provável que a maioria deixe para indicar a chapa depois desse período. Até agora, apenas dois partidos apresentaram o nome do vice. Os outros esperam ainda ter tempo de formar alianças em troca do cargo e garantir um apoio mais forte em um possível governo.

Das legendas que devem disputar a corrida ao Palácio do Planalto, há apenas dois que, até agora, oficialmente decidiram pela chapa: PSol e PSTU. No último sábado, Sônia Guajajara foi lançada como vice na chapa de Guilherme Boulos (PSol) durante convenção partidária. No segundo caso, o PSTU optou por não fazer coligações ou alianças com outros partidos e lançou Vera Lúcia e Herz Dias para presidência e vice-presidência, respectivamente.

No cenário atual, outros partidos podem escolher as chapas puro-sangue, ou seja, quando os dois cotados são do mesmo partido. Com a dificuldade de fazer alianças, é possível que outros optem pela própria legenda. Uma dessas possibilidades é de Jair Bolsonaro (PSL), que tem dificuldades para emplacar até uma chapa da própria sigla. Após ser recusado pelo senador Magno Malta (PR-ES), e depois de o general Augusto Heleno (PRP) ter sido barrado pelo próprio partido, a tendência era de que a vaga ficasse para a advogada Janaína Paschoal, filiada ao PSL. Porém, de acordo com o gerente de área de análise política da consultoria Prospectiva, Thiago Vidal, uma chapa puro-sangue pode prejudicar ainda mais um partido, já que disputa o Planalto sem alianças fortes. “No caso do Brasil, essa não é só a pior estratégia, como também é, na maioria dos casos, um sintoma do fracasso de negociação”, avaliou Vidal.

Partidos ainda negociam para consolidar alianças

Marina Silva tente a ficar enfraquecida sem alianças (Divulgação)

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) também tem desafios para compor a chapa. Em discurso no dia da convenção partidária, na sexta-feira, Ciro apontou para os partidos de esquerda ao criticar privilégios e tentou trazer para si aliados. Desde o início da pré-campanha, ele tenta conseguir o apoio do PSB, que ainda não decidiu se o apoiará, se escolherá o PT ou se optará pela neutralidade.

O pedetista ainda espera a aliança para conseguir montar a chapa. Sem isso, ainda há a possibilidade de que ele vá sozinho para a campanha. “Se Ciro ou Marina fizerem isso, tendem a cair. Ele, um pouco menos, mas Marina com certeza. Se ele consegue o PSB, está bem na ‘fita’. Se não consegue, ainda assim, estaria melhor do que ela, já que o PDT tem uma estrutura maior”, opinou Vidal.

No caso de Marina, a dificuldade ainda é alta para atrair outros partidos. Houve uma especulação sobre um nome fora da política, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, mas mesmo com a convenção marcada para 4 de agosto, não há nenhuma estimativa de que a possibilidade possa ser concretizada.

Nesse sentido, quem está melhor é Geraldo Alckmin (PSDB), que conseguiu trazer o centrão — bloco formado por DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade — à campanha. O acordo pode trazer o maior tempo de propaganda política entre os candidatos. E enquanto os partidos sofrem pela falta de escolha para vice-presidente, Alckmin tem à disposição cinco legendas com quem poderá compor chapa. “Ele está disparado na frente. As pessoas criticavam Alckmin pelo resultado nas pesquisas, mas quem conseguiu fechar, pelo menos pré-oficialmente, uma base ainda robusta foi ele”, argumentou Vidal. Atualmente, a tendência é de que o partido consiga convencer o filho do ex-vice-presidente José Alencar, Josué Gomes.



Deixe o seu comentário