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Diário da Amazônia

‘Pastora’ faz artesanato para aliviar dor

“Depois do acidente de meu filho, busquei o artesanato para curar minha dor”.

Por João Zoghbi Diário da Amazônia
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Publicado: 25/06/2017 às 06h33min

“Busquei no artesanato, há um pouco mais de um ano para me curar de uma ‘tristeza’ logo que meu filho mais novo se acidentou de moto. Depois do acidente de meu filho, busquei o artesanato para curar minha dor”, lembra a artista Pastora.
Pastora Araújo de Oliveira é seu nome de batismo, veio para Porto Velho, de sua cidade natal Altamira no Pará, com seus pais, seu Memésio Araújo Oliveira e Sumira Barbosa da Silva. Ela era parteira, muita gente da capital a conheceu, já falecidos. Tem três filhos, Leílson, o que se acidentou de moto, Leonílson e Leandro, esse foi a primeiro contato ao adentrar em sua loja assim que estacionei em frente a casa e também atelier: Pastora é uma artesã por excelência, em suas mãos tudo se transforma e artefatos decorativos, artesanato e trabalhos manuais de todos os tamanhos e utilidades para todos os gostos, tanto na reciclagem como o de insumos da floresta entre raízes, forquilhas, troncos de árvores ocos que se transformam em jarros, galhos em cabides para quarto de criança, camas, bancos e os jarros de cuia de cortes arrojados e singular. Tudo feito com muito bom gosto, ela por ser autodidata, como já disse, em apenas um pouco mais de um ano para se livrar da dor resolveu fazer artesanato como terapia e, quando se avalia a sua produção dá pra notar que ela ‘desenrola’ direitinho até na marcenaria na produção, restauração e fabricação de móveis.

O material utilizado, a artesã nos conta que, é em sua totalidade pego nas ruas: “Pego em frente as residências, lojas terrenos baldios como: palets, embalagens de madeira, tubos de papelão, cabeceiras de cama, cadeiras e muitos outros objetos largados pelas pessoas”. Logicamente que no pensamento do artista gera novos objetos muito mais criativos.

Depois da loja, fomos até ao seu atelier, uma oficina improvisada mas tudo organizado com ferramentas próprias e doadas pela família, simples, mas o clima era de produção, com vários projetos em andamento, mesa de canto que antes era um cabide, um tronco de árvore oco que está sendo transformado um jarro de flores e uma mesinha de cabeceira sendo restaurada e um cabide, muito criativo. Feito com galhos de goiabeira com o suporte de caixilho de porta, encomendas e para exposição na loja.

Quem toma conta da loja enquanto ela fica na oficina ou cuidando da residência é seu esposo, senhor ‘Paulo’ Lucivaldo da Silva, gaúcho, que foi cozinheiro-chefe no Vila Rica quando em sua inauguração, trabalhou também nas cozinhas do Hotel Rondon, Aquários e na churrascaria Boi na Brasa. Promessa cumprida, essa história foi contada pelo amigo e colega de profissão Silvio Zé Katraca Santos, quem nos pautou esse entrevista com a Pastora e que de presente ganhamos mais um tópico da ‘história oral’ de Porto Velho pela testemunha viva da figura de seu Lucivaldo e, coincidentemente o Zé é vizinho da loja de artesanato deles.



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