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RONDÔNIA

Pesquisadores de Porto Velho estudam leishmaniose

Pesquisadores do Centro de Estudos de Biomoléculas Aplicadas à Saúde (CEBio), da Fundação Oswaldo Cruz Rondônia, estudam a..

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Publicado: 02/04/2015 às 03h55min | Atualizado 28/04/2015 às 14h29min

Fiocruz Rondônia reúne pesquisadores do Acre, Maranhão e São Paulo para diagnósticos de leishmaniose   Divulgação/Diário da Amazônia

Fiocruz Rondônia reúne pesquisadores do Acre, Maranhão e São Paulo para diagnósticos de leishmaniose Divulgação/Diário da Amazônia

Pesquisadores do Centro de Estudos de Biomoléculas Aplicadas à Saúde (CEBio), da Fundação Oswaldo Cruz Rondônia, estudam a leishmaniose, também conhecida por calazar (úlcera de Bauru) ou febre dundun, quando manifestada na forma visceral. Trata-se de ferida tegumentar infecciosa, porém, não contagiosa, provocada pela picada do mosquito flebótomo (mosquito-palha), que ataca seres humanos, cães, gatos e animais silvestres no Brasil e em países sul-americanos.

Segundo a biomédica Lilian Motta, nas regiões de Candeias do Jamari, Porto Velho e em diversos assentamentos rurais ocorrem, anualmente, 1,2 mil casos dessa enfermidade, cujo tratamento ainda é feito com 20 doses de injeção glucantime em qualquer posto de saúde. A dosagem do medicamento deve ser ajustada conforme as condições do paciente. Dados do Ministério da Saúde revelam que o Brasil teve 600 mil casos no período 1992-2011.

Controle da doença

A Fiocruz-RO reuniu um grupo de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental (PGBioexp) da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e das Universidades Federais do Acre (Ufac), Maranhão (Ufma) e São Paulo (Unifesp). Modelos celulares in vitro, estudo de animais e amostras humanas de pacientes diagnosticados revelam que o controle da leishmaniose cutânea implica reduzir a pobreza do País, por meio de melhor qualidade de vida, boa alimentação e menos desnutrição. Isso evita que a pessoa seja alvo fácil para a doença.

Conforme o diretor do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem), biólogo doutor Ricardo de Godoi Mattos Ferreira, os estudos relacionam características clínicas dos pacientes com a espécie do parasita, observando-se a correlação entre espécies identificadas e locais de infecção na procedência de cada um. “A disseminação da infecção ocorre através do sangue; um ou dois anos após o início da doença, as lesões provocam vermelhidão e edema do septo nasal, evoluindo para a formação de feridas que atingem a mucosa do nariz”, explica.

Produção de kits de diagnósticos

Serpentes, extratos de plantas e anuros (sapos venenosos) contribuem para a produção de kits de diagnósticos. O Laboratório de Biotecnologia desenvolve nanocápsulas que interagem especificamente com os macrófagos, obtendo a redução da dose necessária para a atividade quimioterápica. Pesquisadores trabalham com estruturas que podem atuar como carreadoras de drogas, e estas agirão diretamente na célula-alvo. No caso da leishmaniose, isso ocorre no macrófago, que intervém na defesa do organismo contra infecções. Os resultados desses estudos são oferecidos às populações do sul do Amazonas, Noroeste de Mato Grosso e regiões fronteiriças.

Algumas substâncias extraídas da planta amazônica Combretum leprosum se mostraram muito ativas contra o parasita da leishmaniose, particularmente os triterpenos, que originam em animais ácidos biliares, vitamina D e hormônios esteroidais. Contudo, em testes de toxicidade, essas substâncias ainda são incompatíveis com o uso clínico.

 



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