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Diário da Amazônia

PLNs do governo para organizar orçamento impositivo são aprovados

As propostas agora serão encaminhadas ao plenário do Congresso, mas só serão votadas quando todos os vetos presidenciais forem analisados

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Publicado: 11/03/2020 às 16h35min | Atualizado 11/03/2020 às 17h12min

Todos os três projetos de lei do Congresso Nacional (PLN) enviados pelo governo federal para regulamentar o orçamento impositivo foram aprovados na Comissão Mista de Orçamento (CMO) nesta quarta-feira (11/03). As propostas foram fruto de acordo entre o Executivo federal e o Parlamento para que os vetos do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e à Lei de Orçamento Anual (LOA) fossem mantidos.

Entre os textos encaminhados pelo Planalto, o que mais causou polêmica entre os parlamentares foi o PLN 4/2020. A matéria devolve ao Parlamento o poder sobre R$ 20,5 bilhões em emendas do relator-geral do orçamento, o deputado Domingos Neto (PSD-CE), e atribui a ele a competência de indicar os beneficiários dos recursos e a prioridade da execução do dinheiro.

Pressionado, o relator do projeto, o deputado Cacá Leão (PP-BA), decidiu recuar e apresentou um novo parecer, em que mantinha o texto favorável à aprovação da medida, com o mérito exatamente igual ao enviado pelo Palácio do Planalto.

Gastos discricionários
Também nesta tarde, o colegiado aprovou o PLN 3/2020, que transforma R$ 9,6 bilhões de emendas do relator-geral em gastos discricionários do Executivo, ou seja, não obrigatórios. Dessa maneira, o governo passa a ter autonomia sobre o uso dos recursos e, inclusive, tem liberdade para contingenciá-los, mas cumprindo a meta fiscal.

Este foi o segundo encontro da CMO para discutir os projetos encaminhados pelo governo referentes ao orçamento impositivo. Na terça (10/03), o colegiado aprovou o PLN 2/2020, referente à regulamentação das emendas impositivas, ou seja, de execução obrigatória.

Além de regularizar os recursos, o relatório desse PLN, também de autoria de Leão, cria critérios para impedir a obrigatoriedade do pagamento de emendas parlamentares individuais ou de bancada. O texto permite ainda que o governo bloqueie a liberação de emendas na mesma proporção em que contingenciar despesas discricionárias do próprio Executivo.

Todos os projetos agora serão encaminhados para o plenário do Congresso. Mas só serão analisados depois que os parlamentares votarem todos os vetos presidenciais que estiverem na pauta.

Carta a Bolsonaro
Ambas as sessões foram marcadas por obstrução de parlamentares do partido Novo e integrantes do Muda Senado. O grupo, inclusive, entregou nesta manhã, ao Planalto, uma carta aberta a Bolsonaro na qual pedia que o presidente retirasse a matéria da Casa.

A mobilização ocorreu após o chefe do Executivo sugerir que o Congresso rejeitasse o PLN 4 – abrindo mão do destino de R$ 15 bilhões do orçamento federal -, como condição para não haver manifestações no próximo dia 15. A declaração não foi bem recebida entre os parlamentares, uma vez que o projeto foi encaminhado pelo próprio governo.

Fonte: Metrópoles



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