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RONDÔNIA

PMs integravam quadrilha na Capital

Os policiais não entregavam as drogas apreendidas durante as diligências e sim, as revendia. Foi dessa maneira que o grupo de policiais..

Por Portal SGC
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Publicado: 18/09/2014 às 12h20min | Atualizado 28/04/2015 às 22h03min

Um efetivo de 100 policiais federais foi mobilizado nas primeiras horas de ontem(Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia)

Um efetivo de 100 policiais federais foi mobilizado nas primeiras horas de ontem(Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia)

Os policiais não entregavam as drogas apreendidas durante as diligências e sim, as revendia. Foi dessa maneira que o grupo de policiais militares lotados no 5º Batalhão da Polícia Militar agiu durante bom tempo, até ser preso pela operação NaClO, deflagrada pelas polícias Federal e Militar, ontem. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Durante coletiva concedida à imprensa, Carlos Manoel Gaya, superintendente da Polícia Federal em Rondônia explicou que o grupo, além de tráfico ilícito de entorpecentes, praticava outros crimes, como corrupção ativa e passiva, contrabando, concussão (exigir dinheiro ou vantagem em razão da função que exerce), apropriação indébita (arrocho) e extorsão, no caso, a outros criminosos. “Eles extorquiam os criminosos e não entregava o material apreendido à polícia. Colocavam em circulação a novos criminosos”, explicou o superintendente.

Segundo Flori Cordeiro Miranda, delegado da Polícia Federal que trabalhou nas investigações, a ação do grupo era pulverizada – não foi identificado um líder – e os militares contavam com a colaboração de um policial civil.

As investigações tiveram início há cerca de três meses e o grupo agia há pelo menos um ano. A denúncia partiu de dois policiais militares que decidiram entregar o grupo. “A postura desses policiais foi importante. Denunciaram e mantiveram as informações, em juízo, mesmo correndo riscos”, disse Flori Miranda.

De acordo com o superintendente, a possível rota do material contrabandeado que chega a Rondônia é internacional, incluindo o Paraguai, Bolívia, Peru, entra no Brasil pelo Acre e chega a Porto Velho.
No total foram presas 12 pessoas, sendo nove policiais. Foram cumpridos 32 mandados de prisão. Durante a operação foram apreendidos 17 quilos de maconha e quatro pessoas foram presas em flagrante por contrabando e porte ilegal de armas. O Comando de Operações Táticas (COT), grupo especial da Polícia Federal de Brasília participou das prisões dos acusados.

PM abre Processo Administrativo contra envolvidos

Mesmo com a investigação da Polícia Federal e a prisão dos nove militares acusados, Geraldo Ataíde, subcomandante da Polícia Militar afirmou que será montado processo administrativo para apurar a participação dos militares acusados, que fazem parte da corporação, para fins de exclusão, ou seja, exoneração dos policiais. Ele afirmou que este procedimento leva em média, três meses.
O secretário Estadual de Segurança, Antônio Carlos Reis ressaltou a preocupação das polícias de limpar a corporação. “Não podemos permitir a permanência de malfeitores. É importante que a polícia investigue e coloque para fora, para evitar prejuízo ao trabalho”, disse.
Entenda

O caso

A operação teve início para apurar o envolvimento de policiais com o tráfico ilícito de entorpecente, mas no desenrolar das investigações, além da confirmação da prática de crimes de tráfico de drogas, os investigadores identificaram a existência de associação criminosa (antiga quadrilha) formada pelos policiais militares para a prática de diversos outros crimes, como corrupção ativa e passiva, apropriação indébita, contrabando, além do tráfico de drogas, associação para o tráfico e formação de associação criminosa.

As ordens judiciais partiram da Vara de Delito de Tóxicos, Vara da Auditoria Militar e 3ª Vara Criminal.



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