O número crescente de casos do novo coronavírus (COVID-19) no Brasil fez com que o álcool em gel desaparecesse das prateleiras das farmácias. A dificuldade em encontrar o produto fez com que “como fazer álcool em gel” fosse uma das perguntas mais buscadas na internet desde quinta-feira (12), de acordo com o Google. No entanto, a tentativa de produção caseira do seu próprio desinfetante não é recomendada por especialistas.
“Existe uma concentração ideal de álcool para que ele tenha ação antisséptica. Em casa, as pessoas não têm os instrumentos ou a matéria-prima correta, e o resultado provavelmente não funcionar”, explica a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo), Vladi Consiglieri.
Além da ineficácia, o produto caseiro pode irritar a pele. “Quanto maior a concentração de álcool, mais desidratante. Por isso, é melhor usar o álcool em gel industrializado, que tem ingredientes que não agridem tanto”, diz Consiglieri.
Algumas das receitas ensinadas na internet usam materiais como vodca e gel de cabelo, mistura que poderia resultar em vermelhidão e irritação cutânea. A professora ensina que os melhores produtos para prevenir doenças provavelmente já estão na sua casa: água e sabão.
“O ideal mesmo é lavar bem as mãos, por no mínimo 30 segundos, esfregando as dobras dos dedos, os punhos e escovando as unhas”, instrui. O procedimento deve ser repetido ao chegar em casa e ao tocar superfícies e objetos que entraram em contato com outras pessoas.
Caso lavar as mãos não seja possível no momento, ela recomenda evitar tocar os olhos, a boca, o nariz e os ouvidos. Mas dá a dica: caso não encontre o álcool em gel em drogarias comuns, procure uma farmácia de manipulação, que pode produzi-lo sem receita.
“Qualquer antisséptico é considerado medicamento e qualquer medicamento só pode ser produzido por farmacêuticos”, adverte.
Fonte: CNN Brasil