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Porto Velho conquistou a segunda posição no ranking dos municípios brasileiros que mais emitiram gases do efeito estufa em 2022, de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). O setor de “alterações de uso da terra,” englobando desmatamento e queimadas, foi identificado como o principal responsável por essas emissões alarmantes.
Os números revelam que a Porto Velho emitiu mais de 25 milhões de toneladas de MtCO2e (unidade que compreende todos os gases, incluindo CO2, metano e óxido nitroso) durante o ano. Mesmo com uma pequena redução em comparação a anos anteriores, Porto Velho subiu para a segunda posição em 2022, evidenciando a necessidade de ações mais robustas para conter as emissões.
O biólogo especialista em meio ambiente, Mauro Guimarães, destaca que as atividades humanas são responsáveis por grande parte desses gases causadores do efeito estufa. Os principais vilões são o dióxido de carbono (CO2) proveniente da queima de combustíveis fósseis e desmatamentos, o metano (CH4) presente no gás natural e produzido por gado e atividades humanas, e o óxido nitroso (N2O) gerado por microrganismos, fertilizantes e queima de biomassa.
Os setores responsáveis pelas emissões no país, segundo os dados do SEEG, incluem mudanças de uso da terra, agropecuária, energia, resíduos e processos industriais. O setor de “mudança de uso da terra,” diretamente ligado ao desmatamento e às queimadas, destacou-se ao ser responsável por 108,9% das emissões dessa categoria em 2022, totalizando 23,1 milhões de toneladas de MtCO2e.
A análise do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) revela que, no mesmo ano, Porto Velho desmatou 551,19 km², uma das maiores taxas desde 2008. Mauro Guimarães enfatiza que o setor agropecuário é uma das principais causas do desmatamento na região, com queimadas anuais para renovar pastagens, liberando grandes quantidades de CO2 na atmosfera.
A agropecuária também se destaca como o segundo setor responsável pelas altas emissões na capital, contribuindo com 78% das emissões relacionadas à fermentação entérica, processo digestivo dos animais que resulta na emissão de metano (CH4). Esses dados reforçam a urgência de medidas para conter as emissões e preservar o meio ambiente em Porto Velho.
