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RONDÔNIA

Porto Velho se aproxima dos 30% de baixa umidade do ar

A baixa umidade também pode contribuir para aumentar as doenças pulmonares crônicas.

Por Sara Cícera Diário da Amazônia
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Publicado: 24/06/2018 às 11h36min

Em decorrência da baixa umidade relativa do ar, da poeira e fumaça causadas por grandes quantidades de queimadas no tempo seco, os casos de doenças respiratórias podem aumentar nesse período de estiagem, em Porto Velho. De acordo com a médica Clínico Geral, Keylla Nóbrega Bueno, a baixa umidade também pode contribuir para aumentar as doenças pulmonares crônicas.

Quando a umidade é medida entre 20% e 30% (estado de atenção), é melhor não realizar práticas físicas a céu aberto de 11h às 15h (Foto: Jota Gomes/Diário da Amazônia)

As doenças que podem aparecer nesse período de tempo seco é a síndrome gripal, bronquites, asmas, exacerbação das doenças pulmonares obstrutivas crônicas, e ainda pode causar vários incômodos no corpo como por exemplo dificuldades para respirar, dor na garganta, congestão nasal, pele extremamente seca, olhos inflamados e tosse alérgica.

Segundo a médica Keylla, as crianças e os idosos são os mais atingidos pelas condições causadas pela baixa umidade relativa do ar. “Devido a baixa umidade as crianças e os idosos ficam mais propensos a contrair essas doenças ou piora dos quadros crônicos. A vacinação das pessoas com doenças crônicas, principalmente idosos e crianças é muitas vezes o que evita as formas graves das doenças como pneumonias e a insuficiência respiratória”, explicou Keylla sobre a importância da vacinação.

Segundo o meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia em Porto Velho (Sipam), Diego da Costa e Silva, quando a umidade é medida entre 20% e 30% (estado de atenção), é melhor não realizar práticas físicas a céu aberto de 11h às 15h. Entre 12% e 20% (estado de alerta), recomenda-se a total eliminação de exercícios físicos sob o sol das 10h às 16h, e não formar multidões em lugares fechados.

Com a umidade abaixo de 12% (estado de emergência) é necessário, suspender qualquer tarefa realizada ao ar livre no horário das 10h às 16h, a interrupção de práticas que impliquem na reunião de indivíduos em ambientes fechados, como salas de aula, cinema, entre outros, entre outras necessidades básicas.

“É recomendável colocar sempre uma toalha úmida no quarto, arrear os ambientes fechados e hidratação, ingerir bastante líquido”, alertou a médica Keylla Bueno sobre os cuidados com a saúde nesse período.
Keylla ainda informou que ao adquirir qualquer uma dessas doenças, “é necessário procurar uma Unidade de Saúde para ser avaliado por um profissional de saúde e ver a real necessidade de tratamento ou de ser encaminhado para uma UPA”.

As queimadas são outros fatores preocupantes neste período, pois a fumaça e fuligem decorrentes da queima, podem prejudicar ainda mais a saúde respiratória da população.

Segundo o meteorologista do Sipam, Diego da Costa e Silva, é possível observar a diminuição dos dias com chuva. Em média, nesse período pode-se registrar três dias com chuvas, e o acumulado de chuva nesse período chega a 26,5mm no mês de julho, considerado o mês mais seco na capital.

“Com a diminuição das chuvas, diminui também as superfícies aquosas que serviriam para alimentar a quantidade de vapor d’água na atmosfera através do processo de evaporação. Quanto menor a quantidade do vapor d’água na atmosfera, menor será a umidade relativa do ar e mais seco ele ficará”, explicou o meteorologista.

A umidade relativa do ar é mais baixa principalmente no final do inverno (Verão Amazônico) e início da Primavera, no período da tarde, entre 12h e 16h. Quando os níveis estão entre 20% e 30%, as regiões entram em estado de atenção, 12% e 20% estado de alerta e abaixo de 12% estado de emergência. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal é entre 50% e 80%.

O meteorologista informou que o período seco tem início no mês de junho e dura até o mês de agosto. O mês de julho é o mês mais seco em Porto Velho. “Em média, chove 26,5mm em 3 dias de evento de chuva somente. O mês de setembro é o mês de transição do período seco para o chuvoso é quando as chuvas começam a acontecer com mais frequência”, explicou Diego sobre o período que a umidade relativa do ar volta a subir.

Porto Velho já está registrando umidades próximas dos 30% considerado estado de atenção. No decorrer do período seco, a capital pode se deparar com umidades ainda mais baixas. (SARA CICERA)



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