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RONDÔNIA

Praças de Porto Velho estão sem segurança

Segurança é um dos pedidos mais lembrados pela população de Porto Velho quando são questionadas sobre o que precisa ser melhorado na..

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Publicado: 10/02/2015 às 03h00min | Atualizado 17/11/2018 às 23h44min

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As praças de Porto Velho sofrem com descaso e abandono, os frequentadores clamam por um local destinado a atividades físicas e pontos de encontro entre vizinhos Roni Carvalho/Diário da Amazônia 

Segurança é um dos pedidos mais lembrados pela população de Porto Velho quando são questionadas sobre o que precisa ser melhorado na capital. Em um relatório sobre 100 grandes cidades brasileiras da Delta Economics & Finance e América Economia, a capital de Rondônia amargou a quarta colocação entre as piores cidades do País para se viver. A pesquisa analisou diversas características, entre elas a segurança e o bem-estar.

Para uma melhor qualidade de vida (ou bem-estar), praticamente todas as cidades investem em locais de convívio social como as praças. Destinadas a atividades físicas e pontos de encontro de vizinhos, além de um espaço para que crianças coloquem em prática a sociabilidade e façam brincadeiras ao ar livre. Entretanto, diversas praças de Porto Velho sofrem com descaso e abandono. É o que conta a estudante Luana Castelo. Moradora do bairro 4 de Janeiro, zona Leste da cidade, Luana revela que a praça mais próxima de casa, chamada de Bola Sete, está praticamente abandonada. “A Bola Sete vive deserta. Nenhum pai leva o filho para brincar ali. Os moradores até evitam passar pela praça à noite ou quando as ruas estão muito desertas. É um local que ultimamente representa perigo”, conta.

O motivo para tamanha desconfiança é a falta de iluminação na praça e os “novos frequentadores”, como se referiu Luana. Segundo a estudante, é comum encontrar pessoas usando drogas no local, que conta com bueiros abertos, matagal alto e bancos quebrados. “Às vezes, nós passamos por ali no fim da tarde ou até mesmo durante o dia e sentimos um cheiro de maconha muito forte, vemos alguns jovens sentados na praça e fumando. É bem triste ver que esse local para a população se encontra nesta situação”, desabafa.

Instalação de posto policial

O suposto cheiro de maconha não é uma reclamação isolada nos arredores da Praça Bola Sete. Na Praça Valmir Miranda Vitorina, inaugurada há pouco mais de um ano, a comerciante Maria de Lourdes Silva afirma que ultimamente o cheiro e a fumaça por causa de certos usuários de drogas tem afastado os consumidores.
“Já ouvi pessoas aqui reclamando e dizendo que não vêm mais à praça por causa do cheiro que é muito forte. E é, realmente. Tem dias em que estou trabalhando e não aguento o cheiro”, revela. Maria afirma ainda que no início, logo que o local foi aberto ao público, as pessoas gostavam de levar as crianças para brincar no parquinho e outros aproveitavam a estrutura para fazer exercícios físicos. No entanto, ela alega que hoje em dia o número de frequentadores caiu bastante.

Situada ao lado de um campo de futebol conhecido na zona Leste, a praça em que Maria trabalha é adequada para atividades físicas, brincadeiras interativas para as crianças e quiosques de alimentação. “Nos dias de jogo aqui no campo, em que seria um dia que teríamos muito movimento e lucro, não temos por causa do consumo de drogas”, declara.

A solução para a comerciante é simples: instalar um posto policial no local para inibir os usuários de utilizar drogas na praça. “Já pensamos em organizar um abaixo-assinado para mandarmos ao Ministério Público pedindo uma guarita aqui”, idealiza.

Opções de lazer e segurança

Um modelo de local para convívio social desejado pelos moradores da capital entrevistados é a conhecida Praça do Cohab, na zona Sul da cidade. Lá, além de aparelhos de ginástica e outros exercícios físicos, os frequentadores contam com lanchonetes, espaço para bicicleta, bancos e mesas para jogos ou refeições, além de um posto policial.

As praças de Porto Velho sofrem com descaso e abandono, os frequentadores clamam por um local destinado a atividades físicas e pontos de encontro entre vizinhos

A Praça do Cohab, na zona Sul da cidade, foi considerada pelos moradores como praça modelo por possuir atrativos Roni Carvalho/Diário da Amazônia

“É uma praça muito movimentada à noite. As pessoas da região gostam de vir aqui, mas por causa da segurança que os policiais passam. Antigamente isso aqui era muito perigoso”, comenta o soldado Jadiel Silva Santana. Morador da região da praça, Santana afirma que a zona Sul, como um todo, é perigosa, mas que ter um local como a Praça do Cohab com policiamento já melhorou um pouco.

Praças não são lembradas como locais de sossego 

A algumas quadras da Praça do Cohab, localiza-se o Centro de Desportos e Lazer (Cedel) Jorge S. dos Santos. A estrutura, apesar de bastante danificada pelo tempo, conta com quadras de esportes, local para crianças brincarem, quiosques de alimentação, mas os frequentadores atuais são as reclamações frequentes da população.

Josemar de Araújo Marques, motorista que mora na região do Cedel e está sempre na praça, informou que desde que foi revitalizado o centro é ponto de encontro de usuários de drogas. “Se chegarmos aqui à noite vemos apenas fumaça e cigarros”, desabafou. Segundo ele, muitos pais da região deixaram de sair de casa para levar os filhos ao local por causa deste problema. “Antes todos vinham para cá e desfrutavam destas quadras e parquinhos, mas hoje em dia apenas alguns desavisados vêm para cá”, revela.

Com “desavisados”, Marques quis dizer que os usuários de drogas no Cedel não são os únicos problemas: o motorista já sofreu tentativas de assalto duas vezes quando descansava sob a sombra de uma árvore. “Tentaram me assaltar aqui, mas eu entrei no carro depressa e evitei. Foram duas vezes. Está muito difícil ter essa praça como um local de sossego, de paz”, conta.

Uma solução para o problema, segundo Marques, seria tirar os quiosques das margens da avenida Jatuarana para que a frente do local seja vista por quem passa por lá. “Além da mobilização dos quiosques, seria importante a implantação de um posto policial para dar segurança, para que os que venham à praça sejam pessoas que querem descansar, descontrair, ter realmente um local que possam esquecer dos problemas. E a praça, infelizmente, tem sido sinônimo de problemas”, finaliza.



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