O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, entregou informalmente o cargo ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Bendine perdeu apoio no governo para continuar à frente do BB, após reportagens da Folha de S.Paulo revelarem que a instituição ajudou a apresentadora de televisão Val Marchiori, sua amiga, a conseguir um empréstimo.
Oficialmente, a saída de Bendine deve ocorrer depois que a presidente Dilma Rousseff retornar da reunião do G20 (grupo que reúne grandes economias mundiais), que acontecerá nos dias 15 e 16 de novembro na Austrália.
Bendine sofreu forte desgaste no banco e no governo nos últimos meses. Em agosto, a Folha de S.Paulo revelou que ele foi autuado pela Receita Federal por não comprovar a origem de R$ 280 mil. No mesmo mês, a Folha noticiou que um ex-motorista do BB, em depoimento ao Ministério Público Federal, afirmou ter feito pagamentos em dinheiro a pedido de Bendine e também transportado recursos em espécie a mando do executivo.
No mês passado, a Folha mostrou que Val Marchiori obteve R$ 2,7 milhões num empréstimo subsidiado pelo governo, a partir de uma linha do BNDES, e contrariando normas internas do BB.
A apresentadora é amiga de Bendine e esteve hospedada no mesmo hotel que o executivo durante duas missões oficiais do banco, uma em Buenos Aires e outra no Rio.
Bendine nega ter praticado irregularidades na administração do banco e diz que sua autuação pela Receita Federal foi provocada por um erro no preenchimento de sua declaração de Imposto de Renda. Bendine afirma que não participou da negociação do empréstimo concedido a Val Marchiori. O Banco do Brasil e o BNDES dizem que a operação foi feita de acordo com as normas internas.
Por meio de nota, o BB negou o pedido de demissão de Bendine. “O Banco do Brasil informa que eventuais nomeações e demissões de presidentes ocorrem conforme determina o Estatuto Social da Organização. O BB nega especulações sobre “entrega de cargo”, e lamenta a publicação de boatos.”
