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Diário da Amazônia

Produção industrial fica estagnada em outubro, diz IBGE

  Com queda na maioria dos setores, a produção da indústria do país teve variação nula em outubro na comparação com o mês..

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Publicado: 02/12/2014 às 14h49min | Atualizado 12/04/2015 às 14h35min

 

Segundo o IBGE, a indústria teve queda de 3,6% em relação a outubro de 2013 Divulgação/Diário da Amazônia

Segundo o IBGE, a indústria teve queda de 3,6% em relação a outubro de 2013 Divulgação/Diário da Amazônia

Com queda na maioria dos setores, a produção da indústria do país teve variação nula em outubro na comparação com o mês anterior, após ter registrado recuo de 0,2% em setembro. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O desempenho do setor ficou abaixo do esperado por analistas ouvidos pela Reuters. A expectativa era que a produção crescesse 0,30% ante setembro. Na comparação anual, previam recuo de 3%.

Segundo o IBGE, a indústria teve queda de 3,6% em relação a outubro de 2013. Com isso, o setor acumula perda de 3% no ano. Em 12 meses, a taxa soma retração de 2,6%. O recuo em relação a outubro do ano passado corresponde à oitava perda consecutiva nesse base de comparação.

TRAJETÓRIA NO ANO

Neste ano, a indústria sofre com maior concorrência de produtos importados, empresários e consumidores pessimistas, juros mais altos e crédito em desaceleração. A produção industrial iniciou 2014 em alta, mas logo passou para uma trajetória de queda que se manteve até julho, quando registrou crescimento de 0,7% – índice próximo à expansão verificada em agosto (0,6%).

De acordo com o IBGE, o saldo dos últimos quatro meses é mais favorável, com crescimento acumulado de 1% de julho a outubro. O desempenho, porém, não inverte a perda de 3,2%, registrada entre março e junho, período no qual a indústria mostrou seus piores resultados do ano.
Segundo André Macedo, gerente de pesquisa de indústria do instituto, o setor trabalha num ritmo 6,4% inferior ao de julho de 2013, pico histórico de produção. Para o gerente do IBGE, há um “esgotamento” das políticas de estímulo à indústria e uma piora do crédito, da confiança e do endividamento das famílias, fatores que limitam uma retomada.

SETORES

Dos 24 setores pesquisados pelo IBGE, 16 tiveram retração entre setembro e outubro, o que revela um perfil mais disseminado de perda no setor. Apenas seis ramos tiveram alta. Outros dois mostram estabilidade. Com esse perfil, apenas 37% dos produtos abrangidos apresentaram aumento de produção em outubro –abaixo dos 43% em setembro.

Dentre as quedas, os destaques ficaram com farmacêutica (-9,7%) e veículos (-2,2%) que “devolve” a forte alta de agosto. Também tiveram tombos expressivos os setores de minerais não-metálicos (-2,1%), borracha e plástico (-1,7%) e calçados (-3,2%).
Já os melhores desempenhos foram registrados por alimentos (2,5%), derivados de petróleo e biocombustíveis (0,9%) e equipamentos de informática e eletrônicos (4,7%).

Os dados da indústria em outubro apontam que o setor iniciou o quarto trimestre com tendência de estagnação, em consonância com a previsão de economistas de uma economia mais desaquecida no fim deste ano. Após um primeiro semestre fraco, o setor reagiu no terceiro trimestre e foi destaque positivo no PIB.



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