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A Comissão dos Produtores de Leite de Rondônia está otimista com a articulação da paralisação de entrega do produto aos laticínios. Através de 13 grupos no Wattsapp e mais sete grupos de transmissões de mensagens, os produtores compartilham imagens de bezerros sendo amamentados pelas vacas leiteiras. A partir desta quinta-feira (15), o movimento espera maior mobilização com a paralisação total das entregas por tempo indeterminado.
O produtor Rui Barbosa de Souza, de Candeias do Jamari, disse que não haverá quebra-quebra e nem bloqueios, mas o protesto está bem articulado em todo estado com a não entrega de leite. Segundo informou, o custo para o produtor está em torno de R$ 1,02 por litro, inviabilizando o fornecimento a menos de R$ 1,45, preço este não aceito pelas indústrias. Os produtores também recusam mediação política e querem negociar diretamente com as indústrias.
Os produtores também querem preço único em todos os municípios. Atualmente o leite é comprado na propriedade entre R$ 0,80 a 1,02. Outra reivindicação é que o pagamento ocorre regularmente todo o dia 5 de cada mês, sem atraso.
Através de áudio, um jovem produtor de Cujubim chama a atenção dos demais para a realidade do custo. “Precisamos vender 80 litros de leite para comprar um saco de milho”, alertou. O jovem também fala que os produtores não conseguem diversificar a produção no campo, porque a renda é insuficiente. “Vamos ficar atentos porque o preço que recebemos por um litro de leite não dá para comprar nem três pães franceses”, alerta.
O Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Rondônia (Sindileite/RO), ainda não se manifestou sobre a mobilização dos produtores. Em informação repassada pela Secretaria de estado da Agricultura, a pandemia do novo Coronavírus prejudicou as indústrias com redução de 50% dos negócios. De acordo com a Seagri, as indústrias rondonienses dependem de exportação. O produto mais comercializado é o queijo tipo mussarela (66%), depois leite integral (13,7%) e leite em pó (5,8%).
