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Diário da Amazônia

Retrospectiva da Última Década do Bitcoin

O primeiro registro do Bitcoin na sua blockchain aconteceu em 3 de janeiro de 2009, ou seja, há 11 anos. Desde então, sua popularidade..

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 22/04/2020 às 10h39min

O primeiro registro do Bitcoin na sua blockchain aconteceu em 3 de janeiro de 2009, ou seja, há 11 anos. Desde então, sua popularidade como alvo de investimento aumentou exponencialmente, assim como o seu preço.

Foi uma jornada que ao longo da última década esteve repleta de altos e baixos, o que mais uma vez ficou refletido no preço desse ativo financeiro. Mais impressionante de tudo: depois do Bitcoin surgiram milhares de outras criptomoedas, que contribuíram para um mercado de investimentos que hoje está avaliado em quase $200 bilhões de Dólares.

Neste artigo pretendemos mostrar, de forma imparcial e sem tom de aconselhamento financeiro, o comportamento do Bitcoin (BTC) e de outras criptomoedas líderes de mercado ao longo da última década.

2009 a 2010: o Nascimento

O arranque da primeira criptomoeda foi consideravelmente lento. Em março de 2010 o preço de um Bitcoin era de US$0,003. Olhando para trás, um dos eventos mais peculiares desses anos foi quando uma tentativa de venda de 10.000BTC por US$50 não conseguiu encontrar nenhum comprador.

Ou ainda outro episódio famoso, quando em maio de 2010 um programador informático encomendou duas pizzas da cadeia Papa John’s por 10.000BTC, que na altura valiam US$30.

A essa altura do campeonato, pouquíssimas pessoas usavam o Bitcoin como meio de troca ou como reserva de valor. Embora o seu projeto fosse ambicioso, essa criptomoeda estava ainda muito longe de alcançar o seu potencial.

2011

Esse ano revela vários marcos interessante: no 1º trimestre de 2011 o preço de um Bitcoin igualou o do Dólar americano. Ou seja, com US$100 teria comprado 100 BTC, que hoje seria o equivalente a perto de US$700.000.

Nessa altura, investir em Bitcoin começava a tornar-se acessível a quem tivesse interesse em comprar a criptomoeda, pois começavam a existir as primeiras grandes bolsas de compra e venda. Como é o caso da Mt. Gox, que voltaremos a abordar mais tarde, por razões consideravelmente negativas.

Outro ponto importante desse ano é que trouxe a primeira “bolha” do preço do Bitcoin. De junho de 2011 a dezembro de 2011, o preço perdeu 93% do seu valor. Desceu de US$32 para US$2.00!

São números chocantes, principalmente para quem esteve do lado errado dessa queda. Relembre-se, no entanto, que quem comprou os 100 BTC quando o preço era ainda de US$1 manteve 100% de lucro na mesma, mesmo após essa primeira queda brusca de preço.

2012 a 2013

Após o primeiro “desastre”, o Bitcoin recuperou lentamente o seu valor financeiro. Em dezembro de 2012 – um ano depois de ter atingido o mínimo de US$2.00 – o preço tinha conseguido rastejar de volta aos US$13.00!

A tendência positiva manteve-se ao longo de 2013, embora com variações voláteis, algo que os entusiastas da criptomoeda já estavam habituados a assistir. Depois de uma montanha russa de emoções, em dezembro de 2013 um Bitcoin valia cerca de US$800.

Apesar das variações consideráveis de preço, a critpomoeda principal parecia manter um padrão saudável de crescimento.

2014 – Fim da Mt. Gox

Depois de dois anos positivos, outro episódio negro ficou marcado na história da Bitcoin. A Mt. Gox, previamente mencionada, era a bolsa de compra e venda de BTC mais popular do mundo. Chegou a ser responsável por 70% de todo o volume de trading da criptomoeda.

Por esse motivo, quando a 7 de fevereiro de 2014 a Mt. Gox suspendeu todos os saques de Bitcoin na sua plataforma, grandes suspeitas começaram a surgir.

O pior veio a confirmar-se quando no dia 24 de fevereiro a Mt.Gox suspendeu toda a atividade restante no seu site, que horas mais tarde ficou offline. A empresa que geria a bolsa havia perdido todos os 744.408 Bitcoins em um alegado ataque informático.

A maior parte desse dinheiro nunca foi recuperado, e a credibilidade do mercado de criptomoedas sofreu um duro golpe. Mais uma vez, o episódio negro ficou refletido no preço do BTC.

2015 e 2016: Ethereum em Cena

Depois da insolvência da Mt. Gox, o preço de um Bitcoin chegou a descer até aos US$170 em janeiro de 2015. Manteve-se perto dessa faixa durante todo o primeiro semestre de 2015.

O início do segundo semestre de 2015 foi um marco positivo por dois motivos:

  • O Bitcoin começou a recuperar o seu preço;
  • A criação do Ethereum.

O Ethereum é, hoje em dia, uma criptomoeda com o seu nome consolidado na história do mercado. Com a introdução de Smart Contracts, essa criptomoeda foi um acréscimo positivo à tecnologia blockchain, que suporta todas as criptomoedas.

Quanto ao Bitcoin, uma vez ultrapassados os pesadelos restantes do evento com a Mt. Gox, o seu preço continuou a subir de forma estável por 2015 e 2016 até 2017 – aquele que foi até agora o melhor ano.

2017 – Um Ano Sem Palavras

Este foi sem sombra de dúvida um ano de recordes no mercado das criptomoedas, principalmente para o Bitcoin.

Em janeiro de 2017, o preço de uma BTC oscilou entre US$750 e US$920. Um valor modesto perante o que viria a acontecer durante o decorrer desse ano.

Em maio de 2017, o preço chegou aos US$2.000 pela primeira vez na sua história. Em junho foi a vez da barreira dos US$3.000 ser quebrada e setembro derrubou a dos US$5.000.

Foi nessa altura que algo inédito aconteceu, que deixou várias pessoas incrédulas, principalmente os que investiram cedo em Bitcoin!

Depois de chegar aos US$5.000, o preço desceu novamente até aos $2.900, apenas para um mês depois, em outubro voltar ao recorde prévio. Esse recorde durou pouco tempo, pois em finais de novembro de 2017, um Bitcoin valia US$8.000. Um aumento que só por si já foi impressionante!

Contudo o auge veio mais tarde, em final de dezembro de 2017, quando o Bitcoin foi parar às bocas do mundo. E não era para menos, pois a essa altura do campeonato chegou a valer US$19.783, o seu valor mais alto da história.

Em apenas um ano, o Bitcoin valorizou 2.100% e garantiu o seu lugar como um dos melhores investimentos não só desse ano, mas da década.

Esse final de 2017 foi particularmente marcante, pois foi o berço de muitos milionários: aqueles que já haviam investido há bastante tempo no Bitcoin. mas também para outros que tiveram uma ruína financeira. Isso porque com o hype gerado em torno da criptomoeda nesse período, o volume de novos investidores querendo entrar no mercado foi enorme.

Por esse motivo, o termo F.O.M.O. (Fear Of Missing Out) ganhou muita popularidade. Não só no caso do Bitcoin, mas em várias outras critpomoedas, pois um número considerável de novos compradores começou a entrar no mercado quando ele estava no seu pico.

A 30 de dezembro, o preço do Bitcoin havia caído para os US$14.000, uma pista do período sombrio que chegaria no ano seguinte.

2018 – Correção

No início de 2018 o Bitcoin entrou em uma queda vertiginosa, que os especialistas chamam de uma correção do preço.

Depois de ter chegado praticamente ao patamar dos US$20.000 em finais de 2017, o ano seguinte foi desastroso para os investidores. Tal como mencionamos, os mais afetados negativamente foram os que entraram no trem quando esse auge aconteceu.

Logo em fevereiro de 2018, o preço de um Bitcoin chegou a cair até os US$6.800, uma queda de 65% em poucos meses.

O preço parecia ter estabilizado nessa faixa ao longo do ano, e muito começou a se falar em uma possível recuperação. Afirmações que o pior tinha passado eram comuns… mas a realidade foi outra.

Em dezembro de 2018, um ano depois do Bitcoin ter atingido o seu All-Time High, o preço voltou a ter uma queda dolorosa. Nessa altura o BTC chegou a valer meros US$3.200…

Ainda assim, uma perspectiva otimista e realista que se pode ter sobre isso é que em dezembro de 2016 uma Bitcoin valia US$900. Ou seja, mesmo depois de quedas e tropeços ao longo de 2018, em uma questão de dois anos o seu preço havia valorizado 250%.

2019

Depois de todos eventos até à data, o último ano havia sido rotulado como um ano decisivo para o mercado das criptomoedas. Tal como era de se esperar, o preço do Bitcoin esteve em grande destaque como barômetro para isso.

Como lidou com esse rótulo? Bem.

O primeiro sinal positivo surgiu em maio quando o Bitcoin voltou a subir para a marca dos US$8.000. Outra boa premonição aconteceu logo em seguida quando, por duas vezes, em junho e julho, o preço passou a marca dos US$12.000.

Um sentimento positivo instaurou-se no mercado, com investidores considerando que seria importante o Bitcoin manter-se acima dos $10.000 para que a onda de entusiasmo não desvanecesse.

Porém o contrário aconteceu. Depois de um bom período o Bitcoin foi caindo pouco a pouco até terminar 2019 na faixa dos $7.000, onde se mantém atualmente!

Apesar de tudo, 2019 foi um ano de valorização para várias criptomoedas, incluindo o Bitcoin.

Conclusão

Em uma análise do preço do Bitcoin ao longo da última década, encontramos uma série de altos e baixos. Mais impressionante que isso é a volatilidade desses altos e baixos.

O saldo geral para os investidores é positivo isso dependa muito da altura em que entraram no mercado. O entusiasmo em torno das criptomoedas divide-se em duas vertentes:

  • Forma de investimento;
  • Comércio e troca de valor.

Para a próxima década é muito difícil fazer previsões de como será o comportamento do preço. Contudo, criptomoedas como o Bitcoin são hoje em dia ativos financeiros cada vez mais comuns nos portfólios dos grandes investidores, razão pela qual corretoras tipo eToro optam por disponibilizar esses ativos lado a lado com outros mais comuns, como Ações, ETFs ou Forex.

Isso acaba por ser também uma forma de validação das criptomoedas, o que lhes dá força enquanto investimento. Além disso, enquanto forma de comércio e troca de valor, vale a pena estar atento a essa tecnologia para entender como ela se vai materializar no nosso cotidiano ao longo da década que se segue.



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