A artista plástica Rita Queiroz denuncia a falta de cuidados das obras doadas por ela ao estado. Desde 2016, o acervo que conta com quase 1 mil peças é de responsabilidade do governo estadual.
Marcas e momentos de um passado imortalizado em cores, do cotidiano ribeirinho, na sua mais pura essência.
Na exposição permanente intitulada “andando pelas picadas”, Rita Queiroz, retrata a vida, o cotidiano do povo Amazônia.
“Na mata tudo é mistério. Atrás de cada árvore existe um “ser” extraordinário. A floresta Amazônia e seus rios, igarapés, lagos, “bamburrais” e igapós vem formar o cenário perfeito para emoldurar essa fantástica diversidade do imaginário”, Rita Queiroz ….”
Os afrescos espalhados por quatros ambientes evidenciam o sentimento mais puro da artista de 83 anos, da mulher que dedicou quatros décadas da sua vida a contar a história do homem seringueiro.
“O sagrado feminino. Mãe terra e a lua. Os antigos mitos e lendas contam que os raios prateados da lua estão iluminando os porões do inconsciente coletivo, prenunciando o surgimento de uma nova consciência. Essa energia vital que nos trará uma consciência ecológica, fraterna e global. Eu descobri com a minha vivência, a suprema importância de resgatar os saberes de nossos ancestrais”, Rita Queiroz…”
O sentimento de pesar descrito na frase da artista não é por acaso. Rita Queiroz tem lamentado o descaso com as suas obras expostas no museu da memória rondoniense.
As obras expostas em países como Portugal, Itália, França e Marrocos convivem com goteiras, com instalações e a iluminação inadequada. Nesta por exemplo usaram parafuso para fixa-lá junto à parede.
A artista lembra que as visitas que acontecem constantemente ao museu por turistas não são guiadas. Ela alega o sumiço de algumas peças que integram um inventário o qual o estado é detentor. A falta de cuidados com o acervo levou Rita a comunicar o problema ao ministério público estadual.
Em resposta a declaração da artista plástica, a direção do museu que preferiu não gravar entrevista, informou que já respondeu os questionamentos do MP RO. Que já existe um projeto para recuperar o local, mas depende da gestão para concretizar o projeto.