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Diário da Amazônia

Rondônia viveu o maior processo migratório na história do País

O livro produzido pelo jornalista, José Luiz Alves, “Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino”, revela as falhas e..

Por Redação
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Publicado: 05/05/2019 às 06h00min

O livro produzido pelo jornalista, José Luiz Alves, “Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino”, revela as falhas e acertos colocados em prática pelos então governantes do Território de Rondoniense, entre as décadas de 1970 e 1980, quando fora registrado o maior processo migratório na história do País. Com um texto enxuto, às vezes chocante e outros hilariantes, a obra mostra que foi o sangue e suor de centenas de brasileiros, que irrigou a região pobre e inóspita incrustada entre Mato Grosso e Amazonas, transformando-a numa vasta área produtiva.

     Usando como cabeça de ponte para suas pesquisas, desde 1940, as figuras de Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek, José Luiz Alves passeia pela história da região, onde busco inclusive na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, elementos para embasar o seu texto, passando pelo regime militar até os dias de hoje, sem se torna-lá numa leitura desgastante. Revela fatos e agruras dos brasileiros que incentivados pela liderança do ex-presidente Juscelino Kubistchek, se embrenharam na selva para construir o que é hoje a BR 364.  

     “Meu trabalho não relata que o coronel nomeado que governo o Território de tal época a determinado tempo realizou ou deixou de fazer. Minha preocupação foi de mostrar o lado humano, o sofrimento das pessoas que acreditaram nas promessas, a maioria delas não cumpridas pelos governantes do passado, que se embrenharam nas matas comendo o pão que o diabo amassou com o pé, para transformar Rondônia e Centro-Oeste numa região promissora”.    

   Com entrevistas e depoimentos de figuras que vivenciaram o início do processo de colonização do Território de Rondônia, onde os migrantes, oriundos de outros Estados portando culturas e costumes diferentes tinham que enfrentar além das onças e cobras sucuri, a terrível malária. Num ambiente totalmente desconhecido, homens, mulheres e crianças foram levadas para os assentamentos, que até os dias de hoje ainda existem, a maioria sem assistência do governo central, principal responsável, pela presença deles aqui.

   No ponto de vista de José Luiz Alves, “Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino”, não é uma denúncia, e sim um fato real deste processo migratório conduzido pelo governo Federal, onde há mais de 40 anos ainda existem centenas de famílias, consideradas invasoras, pois não tiveram as áreas que ocupam tituladas e regularizadas. Não foi por culpa delas.

    Com 163 páginas prefácio do sociólogo e jornalista, Solano Ferreira e fotos de Rosinaldo Machado, “Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino” será lançado em julho, simultaneamente em Rondônia e na Feira Internacional do Livro em Porto Alegre. É uma obra que servirá para reflexões, inclusive mostrando que a maioria dos conflitos no campo, no presente, poderiam ser evitados, se no passado o processo de colonização do então Território de Rondônia, tivesse sido bem planejado.   



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