A campanha “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também” foi lançada pelo Ministério da Saúde. Foto: Roni Carvalho
Autoridades locais estão preocupadas com a possível proliferação da febre chikungunya, que já fez vítimas em quatro Estados brasileiros. A tensão se dá porque a febre é transmitida pelo Aedes aegypti, vetor que também transmite a dengue e que nesta época apresenta risco de transmissão aumentada, já que o período chuvoso favorece a proliferação do mosquito.
Uma campanha nacional está em andamento para alertar as comunidades para os riscos da transmissão da doença e convidar os moradores a participar, de maneira preventiva, eliminando possíveis criadouros do mosquito. “Ninguém tem resistência a essa doença. Está todo mundo suscetível”, atenta Arlete Baldez, diretora da Agência Estadual de Vigilância em Saúde, durante o lançamento da campanha: “O perigo aumentou. A responsabilidade de todos também”, em Porto Velho.
Combate ao Aedes aegypti
O Aedes aegypti é também o transmissor da dengue
Segundo Arlete Baldez, o ideal é que a comunidade atue no combate ao mosquito para evitar possível surto na região. “Se 70% da população desenvolver os sintomas da doença, a demanda aumentará demais nas Unidades de Saúde, que podem entrar em colapso”, alerta. A retirada de entulhos dos quintais e espaços urbanos é a principal medida que os moradores podem adotar, segundo a diretora da Agevisa. “Os cuidados são os mesmos que temos no combate à dengue, como manter reservatórios de água tampados e eliminar objetos que possam acumular água”, lembra.
Detectar casos suspeitos
As prefeituras de municípios de Rondônia devem colaborar com a campanha fazendo a limpeza urbana, com retirada de entulhos, de acordo com Arlete Baldez. O principal objetivo da campanha é detectar precocemente os casos suspeitos tanto de dengue quanto da febre chikungunya, o local provável de infecção e com isso, combater a incidência das duas doenças. “Se identificarmos precocemente as áreas com maior probabilidade de ocorrência dos casos podemos orientar ações preventivas para manter o controle e organização dos serviços de saúde”, destaca Baldez.
Resistência baixa para a Febre chikungunya
Rondônia não apresenta casos confirmados da febre chikungunya, que circula em algumas cidades brasileiras. O desafio em nível estadual é reduzir, ao máximo, o chamado índice de infestação predial (IPP) nos municípios. A febre produz sintomas semelhantes ao da dengue, como febre, desânimo e dor nas articulações, com agravo para as dores, que são mais intensas e com maior tempo de duração. “Nossa maior preocupação é que a resistência do organismo costuma ser baixa para doenças desconhecidas a ele, como é o caso da febre chikungunya”, diz Baldez.
Rondônia teve uma redução de 60% nos casos de dengue
828 casos detectados
O primeiro caso da febre no Brasil foi confirmado em setembro de 2014. Até o final de outubro, o Ministério da Saúde registrou um total de 828 casos, detectados em Oiapoque (AP), Feira de Santana e Riachão do Jacuípe (BA), Matozinho (MG) e um em Campo Grande (MS). Do total, 39 casos são importados – no caso de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa.
Redução dos casos de dengue
Segundo Arlete Baldez, Rondônia apresentou bom resultado em relação ao combate à dengue, os índices de janeiro a novembro deste ano comparados com o mesmo período no ano passado, a redução foi de 60%. O índice pode ser considerado animador, mas não representa que a comunidade está longe do perigo, afinal sete municípios rondonienses estão em risco para surto/epidemia de dengue, são eles: Buritis, Campo Novo de Rondônia, Colorado do Oeste, Costa Marques, Cujubim, Itapuã do Oeste e São Francisco do Guaporé. Além disso, 26 municípios estão em situação de alerta, incluindo Porto Velho. Quando são retirados dos índices, os números indicam que este ano, até o dia primeiro de novembro foram notificados 4.015 casos de dengue em Rondônia, contra 12.589 casos no mesmo período em 2013.
As informações fazem parte do Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) realizado pela Agevisa em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde e 52 secretarias municipais. O levantamento foi finalizado em outubro e possibilitou a identificação dos diferentes níveis de risco para os municípios do Estado, e a eleição de estratégia.
