Dados apresentados na 26ª reunião deliberativa extraordinária da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) revelaram que os níveis de água no rio atingiram os mais baixos das últimas cinco décadas.
De acordo com a ANA, o nível do Rio Madeira na capital rondoniense está agora abaixo da cota com 95% de permanência, chegando a um patamar “inferior à cota mínima observada no histórico de 56 anos de medições”. A cota mínima corresponde ao nível mais baixo que o rio alcança durante o período de estiagem.
A situação é tão crítica que, há quase um ano, o Madeira havia registrado a marca de 1,44 metro, o menor nível em 17 anos. No entanto, esse recorde foi superado recentemente, quando o rio alcançou a preocupante marca de 1,17 metro.
As cotas do Rio Madeira são estabelecidas em conjunto com as autoridades e consideram todas as particularidades do rio e as comunidades afetadas. Diante dessa seca histórica, a ANA decretou a situação crítica de escassez de água, o que permite a adoção de medidas de prevenção e mitigação de impactos.
A escassez de água no Rio Madeira também tem impactos significativos na geração de energia elétrica, uma vez que as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio foram construídas sobre suas águas, representando 6,7% da potência instalada do sistema elétrico interligado.
Na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou a suspensão da operação da usina hidrelétrica de Santo Antônio devido à seca histórica do Rio Madeira.
A seca afeta não apenas a geração de energia, mas também o abastecimento de água nas comunidades ribeirinhas. Diante do desabastecimento, a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) está recorrendo a caminhões-pipa para fornecer água diretamente das estações de tratamento para essas regiões.
Na área urbana, moradores das zonas Leste e Sul, que dependem de poços tubulares, enfrentam dificuldades de acesso à água potável.
Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Caerd enfatizou que está “priorizando o fornecimento regular de água para locais que prestam serviços essenciais, como unidades de saúde, escolas e órgãos públicos, para garantir que essas instalações continuem funcionando adequadamente, apesar das condições adversas de abastecimento de água”. A seca no Rio Madeira continua a desafiar as autoridades e a população de Porto Velho, exigindo medidas urgentes para enfrentar essa situação crítica.
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