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VARIEDADES

Silvia Cristina, “acima de tudo o amor”. 12 anos da parceria e amizade com Henrique Prata do Hospital de Amor!

Henrique Prata, presidente da Fundação Pio XII é um parceiro e amigo da deputada federal Silvia Cristina na luta contra o Câncer no Brasil

Por Victoria Angelo Bacon.
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Publicado: 26/12/2019 às 18h01min | Atualizado 28/12/2019 às 11h10min

 

Principais momentos da deputada federal Silvia Cristina que está em sua primeira legislatura representando Rondônia.

 

1. CÂNCER

Até parece ser fácil e bonito contar a história humilde de Sílvia Cristina, da criança pobre que cresceu lutando e conseguiu se formar na faculdade e realizar o seu sonho. Só que nada foi tão fácil assim. Antes de conseguir conquistar tudo o que tem hoje, ela sofreu muito mais ainda do que simplesmente ser vítima de preconceito e discriminação.
Quando pensou que estava tudo bem em sua vida, completamente feliz e realizada, com emprego firme seguro e reconhecimento pelo seu trabalho, em pleno auge da sua profissão, aos 32 anos, foi que Sílvia sofreu o maior choque de sua vida: descobriu que estava com câncer de mama. E foi a partir daí, com a mais desesperadora descoberta, que ela conseguiu encontrar forças para mudar completamente a sua vida e a de milhares de pessoas.
Depois do choque, depois do desespero, depois da dor em pensar que estava condenada a morrer, depois das lágrimas, ela teve que parar tudo o que estava fazendo, tudo o que tinha conquistado, e foi para o Espírito Santo, perto de sua mãe, a única pessoa que poderia lhe confortar. Lá ela se submeteu a uma intervenção cirúrgica invasiva e agressiva: teve que sofrer uma mastectomia total de uma mama. Para ela, este foi o ponto mais doloroso de sua vida, o que ela considera ser uma das coisas mais tristes que uma mulher pode passar, pois afeta muito todo o lado psicológico.
Mesmo com todo o sofrimento, Sílvia disse que continuar trabalhando durante o período difícil que estava enfrentando foi o que a ajudou a ter forças para lutar. O incentivo dos familiares e amigos fizeram com que ela não deixasse de trabalhar o lado psicológico, dando-lhe mais coragem para não desistir da luta, e tirando de sua cabeça um amontoado de besteiras, que acomete as pessoas que se encontram doentes neste estado.

 

Silvia Cristina e Henrique Prata, há 12 anos trabalham em harmonia e sintonia por Rondônia.

Depois da operação, na volta para Rondônia, ela foi para Porto Velho onde tinha que fazer as sessões de quimioterapia e radioterapia, que duraram longos oito meses, o que lhe deu a oportunidade de descobrir como era o péssimo tratamento oferecido aos doentes com câncer em Rondônia. E foi assim, quando ela vendo o sofrimento de outras dezenas de pessoas, que ela acabou por se esquecer dos seus problemas, das suas dores e acabou descobrindo qual era a verdadeira razão de sua vida. Enquanto se tratava do câncer, no auge da sua dor e do sofrimento, sem as condições ideais de tratamento, Sílvia tomou a decisãode que iria superar aquilo e passaria a lutar incansavelmente para que outras pessoas não tivessem que passar por aquilo e receber aquele tratamento desumano e deficitário pelo qual ela teve que passar.

2. HENRIQUE PRATA.
Assim, apareceu um convite para que ela fosse conhecer o Hospital do Câncer de Barretos, onde se apaixonou ainda mais pela luta que já iniciara e passou a se envolver com enorme entusiasmo tanto com a ideia, como com o projeto, que acabou sendo convidada para ser coordenadora voluntária do Hospital do Câncer de Barretos. Desta iniciativa e vontade de ajudar aos outros, nasceu o GAPC – Grupo de Apoio e Combate ao Câncer, em Ji-Paraná, que acabou por se espalhar por todo o Estado de Rondônia. Só que além de colaborar com a arrecadação de fundos e o apoio no encaminhamento das pessoas doentes para Barretos, Sílvia decidiu por tomar uma outra iniciativa arriscada, e o que fez foi preparar um dossiê completo sobre o que tinha vivido em Rondônia com a sua doença, como era dramática e sofredora a vida dos portadores da doença num estado sem a menor condição de estrutura para o atendimento, o que conseguiu convencer o presidente do Hospital de Barretos, Henrique Prata, a conhecer a calamitosa situação em que viviam doentes de câncer no estado em que ela havia escolhido para viver e lutar por este ideal. Prata ficou tão chocado com o que viu, que se emocionou, e, envidou todos os esforços para criar uma filial do Hospital do Câncer de Barretos, em Porto Velho, onde posteriormente ergueu uma obra gigantesca de 20 mil metros quadrados, onde está sendo construída o Hospital do Amor da Amazônia que atenderá toda a Região Norte.
Sílvia não esconde o que sente e diz que dá graças a Deus ter tido um câncer, porque foi através da dor e sofrimento pelo qual passou, por ter conhecido pessoas que sofriam mais do que ela, e por ter conhecido verdadeiros anjos que se preocupam e trabalham contra tudo isto, que ela conseguiu criar forças e coragem para mobilizar muitas e muitas pessoas que se prontificaram a ajudar a mudar a realidade de quem sofre com a doença em Rondônia, sendo que hoje o Estado já tem um tratamento reconhecido internacionalmente.

 

 

Quando tudo começou. Silvia Cristina e o presidente da Fundação Pio XII, Henrique Prata que assumiu parceria de trabalhos em prol da luta contra o Câncer em Rondônia.

3. A POLÌTICA
Professora por formação e jornalista por vocação, foi o seu ativismo em defesa das pessoas que sofrem com o câncer que acabou fazendo com que Sílvia Cristina, mesmo sem querer, acabasse entrando para uma militância política mais ativa. Sílvia conta que relutou muito, muito mais do que todo mundo pensa, para poder entrar para a política. E, mesmo assim, foram necessários muitos anos de pedidos dos seus amigos mais queridos, que fizeram de tudo para convencê-la de que, eleita, ela poderia dar continuidade ao seu trabalho de prevenção ao câncer e, como política, ocupante de algum cargo qualquer, ela poderia ter condições e mais forças para poder brigar por mais recursos e apoio para o setor e as entidades que ajudava a manter.
Depois de ser convencida, foi quando ela teve que juntar ainda mais forças para enfrentar tudo o que ainda podia temer. Desde o início de sua jornada política ela sofreu – e muito – com o preconceito e a discriminação. O sofrimento da infância voltou a se fazer presente, desta vez na política, mas de uma forma diferente: agora não eram mais crianças, e sim adultos, pessoas que se diziam respeitadas e respeitosas, mas que, por trás, batiam pesado e jogavam muito sujo, fazendo de tudo para desmoralizá-la, para atingí-la em seu íntimo, numa tentativa de fazê-la desistir. Só que nada adiantou: o amor à sua causa falou mais alto. Sílvia acabou sendo eleita a vereadora mais votada, não apenas naquela eleição, mas em toda a história do município de Ji-Paraná, quando conseguiu um total de 3.777 votos.
Desenvolvendo um trabalho voltado à defesa das classes menos favorecidas e com ênfase na questão da saúde pública, a vereadora Sílvia Cristina recebeu uma missão de seu partido, que a lançou como candidata a deputada estadual. Apesar de não ter ainda desenvolvido um trabalho no campo político em outros municípios, Sílvia se dedicou com afinco ao que lhe foi confiado, chegando dentre os mais votados de seu partido, com 7.808 votos no total, dos quais 7.097 votos apenas em sua cidade, Ji-Paraná, onde mais uma vez, apesar de não ter conseguido se eleger, foi a campeã de votos no Município naquele pleito, apesar da campanha difamatória que os seus adversários fizeram, e que segundo ela, a fortaleceu ainda mais, pois serviu para mostrar ao povo quem ela realmente era. Sílvia sempre fez questão de dizer a verdade, não escondendo suas origens e o que realmente pensa, destacando que o povo só vota em quem realmente confia e acredita.
Tirando mais uma lição das urnas, ela disse que aprendeu com a derrota, e que isso só a deixou mais forte ainda. Dando sequência ao seu trabalho parlamentar, como vereadora se aproximou ainda mais da comunidade, buscando ali informações, sugestões e ideias para apresentar na Câmara, como forma de poder ajudar ainda mais a resolver os problemas da cidade. Graças a este trabalho incansável, nas eleições municipais de 2016, Sílvia foi reeleita vereadora em Ji-Paraná, e novamente com a maior votação entre todos os vereadores eleitos, desta vez com 1.975 votos.

 

A primeira dama do país, Senhora Michele Bolsonaro entrou na causa do projeto Hospital do Amor com Silvia Cristina e Henrique Prata.

4. HISTÓRIA PARLAMENTAR
O trabalho de Sílvia Cristina como vereadora em Ji-Paraná, nos seus dois mandatos, notabilizou-se numa luta aguerrida pela prevenção e qualidade no tratamento de câncer em Rondônia, como ela sempre pregou antes mesmo de sua vida pública. Tanto é que alguns de seus principais trabalhos à frente do legislativo ji-paranaense foram nessa área, como a instituição do Dia de Combate ao Câncer Infanto-juvenil em Ji-Paraná, no dia 23 de novembro, estimulando ações de conscientização à população através de procedimentos informativos e educativos sobre a prevenção, debates e tratamento, e o Projeto Força na Peruca, pioneiro na Região Norte, com a finalidade de oferecer autoestima para as mulheres e crianças que realizam tratamento contra o câncer, e cuja oficina foi fundada em 2016, com o apoio de vários parceiros.
Mas sua atuação na Câmara de Vereadores não ficou só nisso. Ela batalhou pela criação do Projeto Parada Segura, que estabeleceu os critérios para o desembarque de mulheres e pessoas idosas, fora das paradas de ônibus em período noturno, nos veículos de transporte coletivo. Conquistou a obrigatoriedade, por parte dos hospitais terem que registrar e comunicar imediatamente os casos de recém-nascidos com Síndrome de Down às instituições especializadas que prestem assistência e oriemte os familiares. Criou o Projeto de Lei que determina que os pais que tenham crianças autistas, tenham prioridade em atendimentos públicos e privados, evitando assim maiores complicações devido o comportamento do TEA. Instituiu a campanha Janeiro Branco, que estimula o cuidado da Saúde Mental e Bem Estar no Município de Ji-Paraná.

Sílvia também conseguiu, entre outras coisas, a regulamentação, formação e normatização das atividades de Bombeiro Civil, no âmbito do Município de Ji-Paraná, que agora podem exercer a profissão regulamentada; bem como conseguiu aprovação de Lei que regulamentou a profissão de Biomédico no Município, conseguindo oferecer vagas em concurso público, valorizando os profissionais.
Dentre as principais conquistas que Sílvia destaca em sua trajetória como vereadora em seu Município, estão: a criação de tarifa social para entidades filantrópicas, a reforma de unidades de saúde, ampliação da rede de água potável para bairros mais carentes, a emenda par aa construção de uma unidade mista no Bairro São Bernardo, o bloqueteamento e pavimentação de várias ruas em Ji-Paraná, a implantação do Sistema Municipal de Cultura e a reforma da biblioteca municipal, com a aquisição de novos equipamentos, sem falar de inúmeras outras iniciativas e pedidos.
Dentre outros projetos que ficaram encaminhados, como exemplo das lutas incansáveis de Sílvia como vereadora, ficaram a implantação do Banco de Leite materno no Município de Ji-Paraná, e a implantação de UTI e UTI NeoNatal no Hospital Municipal Claudionor Couto Roriz, e diversas outras ideias que nasceram no seio da comunidade.

5. O TRABALHO PARLAMENTAR.
a Frente Parlamentar Mista em Prol da Luta Contra o Câncer. “Dados do Instituto Nacional do Câncer demonstram que a doença é responsável por mais de 12% de todas as causas de óbito no mundo. No Brasil, o instituto estima mais de 600 mil casos por ano”, contabiliza a deputada Silvia Cristina (PDT-RO), que vai coordenar o grupo.

Ela explica que a nova frente parlamentar vai avaliar e sugerir medidas que fortaleçam a pesquisa e o desenvolvimento científico de tratamentos para o câncer. A frente também vai “apoiar as unidades de saúde que atuam na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer”, completa Silvia Cristina.

Silvia Cristina e os parceiros do Hospital de Amor que era sonho e se tornou realidade.

Em entrevista à Rádio Câmara, Silvia Cristina afirmou que hoje falta estrutura para o tratamento e a detecção da doença, como aparelhos de mamografia, por exemplo, “que não são aparelhos caros”.

“Para se ter uma ideia, em 2006, em Rondônia só havia uma máquina de radioterapia que ficava mais quebrada do que funcionava”, relembra a deputada, que enfrentou a doença naquela época.

 

Silvia Cristina e seu hobbie, o violão, que lhe faz bem à alma e ao espírito.



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