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Diário da Amazônia

Situação da falta de água vai continuar em Ji-Paraná, afirma promotor do MP

“A solução imediata para o desabastecimento em Ji-Paraná não foi apresentada pela Caerd”, disse o promotor de Justiça do..

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Publicado: 10/01/2015 às 03h55min | Atualizado 28/04/2015 às 23h59min

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Coletiva realizada na última quinta-feira no Ministério Público para discutir o problema e apresentar cronograma Fábio Souza/Diário da Amazônia

“A solução imediata para o desabastecimento em Ji-Paraná não foi apresentada pela Caerd”, disse o promotor de Justiça do Ministério Público (MP) Pedro Wagner, após coletiva com a imprensa, realizada com o diretor técnico e operacional da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) Mauro Berbenian no MP. Os vereadores Edivaldo Gomes (PSB), Silvia Cristina (PDT) e Joaquim Teixeira (PMDB), acompanhados da secretária interina de Obras, Rosângela Soares e da diretora interina da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Município de Ji-Paraná (Agerji), Zaira Mendonça participaram da entrevista.

Um dia antes da coletiva, a mesma equipe presente nas entrevistas percorreu cinco bairros na cidade com intuito de averiguar as denúncias apresentadas por consumidores. “A gerência local da Caerd tinha me passado que o abastecimento de água nos bairros altos e baixos estava normalizado e que o problema era apenas na parte alta dos bairros baixos, mas ao realizar uma visita e conversar com os moradores detectei que realmente muitos bairros do Segundo Distrito não estão recebendo água”, comentou o diretor, ressaltando que é inaceitável que a parte operacional da Caerd em Ji-Paraná não tenha os dados corretos.
Questionado sobre como o problema vai ser solucionado, Mauro Berberian disse que três equipes estão corrigindo os pontos de vazamentos, substituindo tubos e que será feita a manutenção preventiva, mas que o problema só vai ser resolvido quando a nova adutora for instalada, provavelmente em dezembro deste ano.“Quando a pressão aumenta a adutora, que está desgastada, não suporta e alguns pontos acabam sendo prejudicados refletindo nos bairros altos, baixos e pontas de redes. Mesmo fazendo a manutenção preventiva, a Caerd não tem como afirmar se o abastecimento será normalizado”, explicou alegando ainda “que o sistema será monitorado para que em cada vazamento seja feita a correção imediata, mas só com a nova adutora o problema será definitivamente resolvido”, afirmou com a voz embargada pelo choro.

COBRANÇA

O promotor Pedro Wagner não se contentou com as informações que foram repassadas, tendo em vista que o último termo de compromisso pactuado com a Caerd, responsabilizando a concessionária das ações a serem executadas, não foram cumpridas no prazo estipulado, deixando a desejar no serviço de manutenção preventiva e corretiva. O promotor Pedro Wagner foi conciso em suas palavras, deixando claro a sua insatisfação.

“A Caerd não passou segurança de que o problema será resolvido a curto prazo. Se este serviço que está sendo realizado não der certo, terá que achar outra solução. O Ministério Público vem cobrando, buscando soluções, inclusive judicialmente, e auxiliando, mas a demanda é exclusivamente da Caerd, que não deve medir esforços e gastos para fazer o abastecimento de água”, finalizou o promotor.

Adutora será concluída em dezembro

Na coletiva todos foram unânimes com a falta de providências da Caerd. A insatisfação era notória com a demora.“O cronograma das ações ainda não está pronto. Formamos equipes de reforço para fazer o serviço, que vai durar entre cinco e 10 dias”, disse Mauro Berbenian, que justificou a leniência na implantação da nova adutora da Caerd, implantada pela empresa Hidronorte, que já instalou um quilômetro e meio na rua José Geraldo saindo pela Tiradentes, e que está sendo construída a estação de tratamento de água na Caerd.

“Com a nova adutora, que tem 30 anos de vida útil, os frequentes problemas de abastecimento de água no segundo distrito serão eliminados”, afirmou o diretor. Questionado sobre as reclamações dos moradores que pagam as contas e não têm água em suas casas, o diretor técnico disse que vai informar a diretora geral da Caerd para que análise do que pode ser feito e brevemente dará uma resposta.

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Diretor Mauro Berbenian com o apresentador Wilson Neves Fernando Pereira/Diário da Amazônia

Diretor é sabatinado no fala Ji-Paraná

A sabatina de Mauro Berbenian, diretor técnico e operacional da Caerd sequência no Programa Fala Ji-Paraná da Rede Tv! Rondônia do Sistema Gurgacz de Comunicação, apresentado Wilson Neves, que deixou claro que a solução para o problema em definitivo seria a conclusão da obras de expansão com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2).
O projeto está orçado em R$ 25,8 milhões.

As obras preveem ampliação da capacidade de produção em mais 120 litros por segundo, expansão de 123,2 mil metros rede na área urbana da cidade, substituição das adutoras, construção de uma nova estação de tratamento, casa de química, estação de tratamento do lodo e a ampliação de 1,2 mil ligações a mais.

Mauro reconhece a fragilidade do sistema e a insatisfação dos consumidores com a Caerd. Mas garante que a tentativa maior é por fim ao desabastecimento de água no segundo distrito. Alegou a ausência de investimentos em anos anteriores, o que acarretou em problemas em toda adutora, que excedeu seu tempo de vida útil e a possibilidade de decreto de calamidade publico.

Pediu um voto de confiança à população e paciência para a Caerd sanar os problemas. Algo que não será concedido em razão do descrédito da Companhia de Águas e Esgotos com os consumidores.



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