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Diário da Amazônia

Trabalhadores se reúnem para discutir reforma

Reunião teve como objetivo chamar os parlamentares para uma nova mobilização.

Por Daniela Castelo Branco Diário da Amazônia
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Publicado: 23/05/2017 às 06h25min

No encontro os trabalhadores pediram a renúncia do presidente Temer e eleições diretas

“Fora Temer! Diretas Já!” Com esse grito de guerra forte na garganta, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (Sintero) e Central Única dos Trabalhadores (Cut), vários representantes de classes trabalhadoras e sindicatos compareceram à sede do Sintero, na manhã ontem para discutir sobre uma nova mobilização da classe trabalhadora contra a Reforma Previdenciária do Governo Federal.

Com os últimos acontecimentos do escândalo envolvendo as delações da JBS na Operação Lava Jato, onde foram denunciados supostos pagamentos de propinas em gravações feitas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, envolvendo o presidente Michel Temer e o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, os sindicatos passam a exigir a renúncia do presidente da República e a realização de novas eleições, as ‘Diretas Já’.

Os trabalhadores aproveitaram a ocasião para lembrar que dentre os oitos deputados federais de Rondônia, apenas Expedito Neto votou contra as reformas. Fizeram camisetas pretas com os dizeres: “Votou contra o trabalhador, não volta em 2018”. A ideia é de que a população não vote nas próximas eleições nos parlamentares que votaram em prol do governo e assim, a favor das reformas trabalhistas e previdenciárias.

O deputado estadual Anderson do Singeperon (Sindicato dos Agentes Penitenciários de Rondônia) disse que o objetivo do encontro foi chamar os trabalhadores e convidar a bancada federal para fortalecer e conseguir votos a favor do trabalhador. Segundo o deputado, na última votação, na reforma trabalhista, somente o deputado federal Expedito Neto (PSD), votou a favor do trabalhador e o restante votou com o governo.

“O nosso objetivo então, é atrair mais deputados para o lado do trabalhador. O que nós imaginávamos é que os trabalhadores comparecessem em peso. Acredito que não veio o número esperado, porque toda a repercussão que teve da delação envolvendo o presidente da República acabou esfriando a reforma e o trabalhador está confiando nisso”, asseverou Anderson do Singeperon.

Queda do presidente temer não acaba com o problema

Manoel Rodrigues da Silva, presidente do Sintero afirmou que a reunião foi idealizada antes do escândalo da delação de Joesley Batista, com o objetivo de ouvir os parlamentares e reforçar que o sindicato é contra a Reforma da Previdência – PEC 287 – que segundo ele, é prejudicial à população brasileira.

Disse ainda que os sindicatos vão orientar os trabalhadores e divulgou que um novo movimento já está sendo planejado para quarta-feira, 24, o “Ocupa Brasília”, onde se espera mais de 100 mil pessoas, que vão sair de Rondônia em três ônibus, para manter o ato contra a Reforma Trabalhista e Previdenciária.

“Com essas reformas, todos os trabalhadores em geral serão prejudicados. Essa reunião foi realizada para que os parlamentares votem contra a previdência. Apesar de que em decorrência dos últimos acontecimentos, os parlamentares não compareceram hoje, a gente acredita que essa reforma não passe”, enfatiza Manoel Rodrigues.

O deputado Expedito Neto (PSDB), único parlamentar que votou contra as reformas trabalhistas e previdenciárias do Governo Federal, disse que por conta das denúncias envolvendo Michel Temer, a população possa estar acreditando que como o presidente irá fatalmente cair, as reformas propostas pelo seu governo, também cairão:

“Isso é uma mentira! Nós precisamos manter a vigilância. Ninguém sabe quem será o próximo presidente. Acredito que Michel Temer vai renunciar essa semana, pois ele não tem mais condições de comandar o governo da República. Agora vocês acham que se Meirelles (ministro da Fazenda) assumir semana que vem as reformas irão acabar? Pelo contrário, elas virão muito mais fortes, pois quem idealizou todo esse projeto foi ele. Então, baixar a vigilância e achar que o problema está resolvido, nós iremos ‘tomar um banho’, vamos tomar um verdadeiro golpe, onde a população lutou tanto para que não acontecesse. Então, não desistam!” advertiu o deputado federal.



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