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RONDÔNIA

Vazamentos desabastecem a população

Substituição na tubulação da adutora que demorou 30 dias foi um dos motivos.

Por Ariadmy Medeiros Diário da Amazônia
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Publicado: 29/08/2015 às 05h00min

Nos últimos quatro meses, em pleno verão amazônico, os moradores de Porto Velho enfrentaram uma crise hídrica

Nos últimos quatro meses, em pleno verão amazônico, os moradores de Porto Velho enfrentaram uma crise hídrica

Os moradores de Porto Velho estão sofrendo com a falta de água nos últimos meses. A Companhia de Água e Esgoto de Rondônia (Caerd) informou que esse problema já ocorre há pelo menos quatro meses, devido à falta de chuva e também por causa da obra de substituição na tubulação da adutora, que apresentava constantes vazamentos. A obra demorou 30 dias para ser concluída e causou dificuldades no abastecimento de toda a cidade.

A tubulação estava com muitos problemas devido à falta de manutenção que há anos não era feita “os canos por serem de aço tem uma vida útil de 10 a 12 anos no máximo e passaram quase 17 anos sem manutenção”, explicou Líliam Lima Lucena, superintendente regional da Caerd de Porto Velho. Segundo ela, as medidas eram sempre paliativas, pois eram constantes, às vezes que tinha que parar o sistema, para realizar reparos de vazamentos.

Para solucionar o problema o governo do Estado junto com a diretoria da Caerd substituiu o cano de aço “foi aproveitado o trecho da obra da adutora do PAC, que é justamente o que estava com problema, e fizemos a interligação sanando todo o problema”, informou Líliam.

A Caerd explicou que esse trecho da obra do PAC já havia sido pago “nós estamos assumindo a responsabilidade porque não tínhamos outra opção, não dava mais para ficar remendando”, ressaltou Fabrício Ferreira Lima, diretor comercial da Caerd. Segundo ele, quando começou a utilização do novo trecho da adutora, surgiram novos problemas “uma peça foi mal colocada e estava dando vazamento, nós demoramos um dia e meio para localizar”, alertou o diretor informando que as equipes trabalharam dia e noite para solucionar o vazamento.

Vazamentos aconteceram em vários pontos de pvh

Uma falha no anel de vedação da junta mecânica causou um vazamento no trecho da nova adutora e levou três dias para ser concluída, “o abastecimento voltou à normalidade no último domingo (23) à 1h”, conclui Fabrício. O diretor ainda informou que devido ao aumento da pressão, pelo fato do diâmetro dos canos da nova adutora serem maiores, causou outros vazamentos na cidade.

Na rua João Goulart foi identificado um vazamento “isso deixou esta região do centro sem água, já estamos substituindo essa rede secundária”, informou Líliam. A Caerd já está com equipes nas ruas da cidade para localizar outros pontos com vazamentos, “nossos funcionários estão trabalhando de madrugada para escutar esses vazamentos quando eles não são visíveis”, concluiu a superintendente, ressaltando que no bairro Pedrinhas as equipes também começariam a atuar para localizar e conter um vazamento.

O PM Augusto César ficou sem água por mais de 5 dias

O PM Augusto César ficou sem água por mais de 5 dias

Previsão de mais três dias

A normalização de fato no fornecimento de água começou a acontecer na quarta-feira (26) em toda a cidade, mas os vazamentos ainda deixam algumas regiões com problemas no fornecimento “o abastecimento está regularizado, exceto aonde tem vazamentos, nestes pontos teremos mais dificuldades. A cidade inteira não normaliza de imediato, a rede ficou seca e até ficar cheia novamente demora dois a três dias, porque ainda tem que passar pela estação de tratamento”, afirmou a superintendente.

A Caerd solicita que a população tenha paciência pois estão trabalhando para conter os vazamentos. Além disso, as pessoas que estão em dia com as contas podem solicitar carros-pipa, pelo telefone 0800 647 1950, que serão enviados gratuitamente, ressaltou Lucena.

Tarifa de água sofre reajuste

Todos os investimentos no melhoramento do abastecimento de água são feitos com recursos próprios da Caerd, “para poder investir precisamos de dinheiro e esse recurso vem da arrecadação, por isso fizemos um estudo tarifário para sanar um problema futuro, pois precisamos ter recursos para investir”, afirmou Fabrício.

O aumento nas tarifas entra em vigor a partir do dia 1 de setembro. O reajuste será de 12,5% a 15,5% “40% dos consumidores residenciais estão na faixa de consumo de 0 a 10 metros cúbitos, normalmente são de renda menor, pensando nisso o reajuste nessa faixa será menor, de 12,5 por cento, e nas faixas em diante de 15,5 por cento”, explicou Jander Luiz, superintendente

comercial da Caerd. Não haverá reajuste para a tarifa social e filantrópica, para pequenos comércios e a primeira faixa de consumo para a categoria pública, explicou Jander ao afirmar que a tarifa social não sofre reajuste desde 2010.

De acordo com a superintendente, os custos aumentaram, principalmente a energia elétrica “o segundo maior custo é a energia, tudo aumentou muito. O primeiro maior é a compra de produtos químicos que é feito em dólar”, ressaltou ela.

Ligações clandestinas piores que vazamentos

Fabrício explicou que as ligações clandestinas são piores que os vazamentos “as pessoas autorreligam e tiram água de quem está pagando. Vamos começar esta operação com o apoio da secretaria de segurança pública, identificar as ligações e se preciso for, prender em flagrante, porque é roubo de água”, ressaltou ele.

Serão realizados mutirões de identificação e fiscalização em toda a cidade. Além disso, a Caerd vai atuar mediante denúncias na intenção de coibir práticas que prejudicam os usuários que pagam as contas “essa operação é em benefício do usuário, porque ele reclama que não tem o abastecimento devido, pois os que estão usando o serviço indevidamente estão desperdiçando”, disse o diretor comercial.

A superintendente explicou que esta operação é fundamental para garantir um melhor fornecimento de água para a população

A Caerd fez a obra da adutora com recursos do PAC

A Caerd fez a obra da adutora com recursos do PAC

“se a gente conseguir acabar esse índice, consegue abastecer 24 horas a cidade. Nessa nova etapa vamos unir forças para dar uma resposta à sociedade, que nesses últimos anos sofreu com a falta de abastecimento”, relatou Líliam.

Manutenção nos poços da zona sul 

As regiões da zona Sul e Leste da cidade são as únicas que fazem parte do sistema independente de poços da Caerd. Atualmente, 18 poços abastecem a região Sul da cidade e aproximadamente 30 a região Leste, mas estes poços secaram, informou Lucena. Há mais de uma semana, após reclamações de moradores na zona Sul que estavam sem água, a Caerd informou que faria uma limpeza nos poços para melhorar a captação. Líliam explicou que o processo licitatório para contratação da empresa que fará a limpeza ainda não saiu “estamos aguardando a presidente chegar para definir se vai aguardar a licitação ou se será feita uma contratação em caráter emergencial”, disse ela.

A limpeza realizada nos poços deve melhorar em média 35% na captação de água dos poços “a licitação demorou por causa de alguns informes, as empresas que prestam esse serviço são de fora do Estado, e você tem duas ou três que fazem da forma que deve ser feito”, conclui Lucena, ao informar que há dez anos a Caerd não investia nessa limpeza.

 



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