Porto Velho/RO, 22 Março 2024 12:33:49
PLANTÃO DE POLÍCIA

Violência volta a crescer na Zona Leste

Polícia Civil registrou 14 casos diários por região durante a última semana.

Por Da Silva Diário da Amazônia
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Publicado: 15/11/2015 às 05h30min | Atualizado 16/11/2015 às 08h32min

Delegado titular da 6ª DP, Rubens Oliveira da Silva

Delegado titular da 6ª DP, Rubens Oliveira da Silva

Ocupando a 10ª colocação no ranking nacional entre os Estados mais violentos do País em crimes de homicídio, proporcionalmente ao número de habitantes, Rondônia vem amargando com a superposição de novos números, cada vez mais altos, significativos e contrários à oferta de melhor qualidade de vida. Com pouco mais de um mês da apresentação do relatório “Diagnóstico dos Homicídios no Brasil”, o Mapa da Violência trouxe mais referenciais, dessa vez de crimes praticados contra a mulher. Neste quesito, Porto Velho subiu algumas categorias e se estabeleceu entre as sete capitais brasileiras que mais riscos de vida oferece às mulheres.

As últimas semanas foram as que apresentaram os piores números dessa realidade, principalmente em Porto Velho, com média de registros de ocorrências nas Delegacias de Polícia Civil chegando a 14 casos diários por região. Um total de 112 casos, se somados todos os distritos policiais e incluindo os mais diversos tipos de ocorrências. A média faz referência apenas às últimas duas semanas e, de acordo com informações da própria polícia, não representa a realidade total em todo o ano. A considerar esses números, Porto Velho vive os dias mais tumultuados do ano no que diz respeito aos crimes contra a vida, patrimônio, moral e bons costumes.

Numero de menores envolvidos com tráfico de drogas é grande  

Durante entrevista ao jornal Diário da Amazônia, o delegado titular do 6º Distrito Policial, Rubens Oliveira da Silva, disse que a criminalidade avança em função de vários aspectos que precisam ser corrigidos e reajustados. Em suas explicações, o delegado esclarece que o número de menores envolvidos com o tráfico e classificados como potenciais peças do crime, atualmente é maior que em todos os outros períodos. Para ele, o crescimento populacional e as desordem familiares têm gerado esse desacerto social. “Os maiores problemas que temos aqui, nos bairros Ulisses Guimarães, São Francisco, Mariana, Ayrton Senna e Ronaldo Aragão, estão relacionados ao tráfico. São pequenos furtos, roubos em vias públicas e receptação de objetos roubados. Quase sempre crimes praticados por viciados que trocam por drogas em bocas de fumo”, explica.

Durante um acerto de contas um jovem foi baleado no bairro Tancredo Neves

Durante um acerto de contas um jovem foi baleado no bairro Tancredo Neves

Para comerciantes do bairro Ulisses Guimarães e Marcos Freire, o ponto principal do aumento da violência está mais relacionado ao policiamento de rua precário. “Na terça-feira um viciado assaltou uma mulher no ponto de ônibus e nós chamamos a polícia. Quando ela chegou, o pessoal já tinha espancado o bandido. Se fosse depender dessa ajuda ele teria fugido”, explica o comerciante. Ocorrências envolvendo menores com roubos em pontos de ônibus e em portas de escolas chega a quatro casos diários na zona Leste de Porto Velho.

O delegado, durante entrevista, também esclarece que o trabalho da polícia não pode ser visto com o único possível nessa luta contra a violência. Segundo ele, é preciso o envolvimento de outros setores que possam intervir na situação provocando mudanças culturais. Rubens Oliveira também diz que cada ator social precisa “cuidar” mais e participar de forma ativa da sociedade. “Temos uma incidência muito grande de menores envolvidos com o tráfico de drogas. Esses acabam migrando para outras práticas criminosas, tais como furtos, roubos e homicídios”, explica. À frente do órgão, o delegado Rubens Oliveira da Silva, com uma equipe reduzida de agentes investigadores e escrivães, diz que a região de sua jurisdição é uma das mais complexas e que precisa de atenção especial por parte dos poderes constituídos. Segundo ele, o tráfico de drogas, roubos, furtos e tentativas de homicídios são os itens com maior incidência de registros.

Nas últimas semanas, em bairros da zona Leste da capital, os crimes que mais perturbaram os moradores foram os roubos relâmpagos em vias públicas. De acordo com os registros nas delegacias da área, os ataques têm acontecido, na maioria das vezes, em pontos de ônibus. As vítimas reclamam da falta de policiamento, principalmente nos bairros Tancredo Neves e JKs. “Muitos colegas já foram atacados após saírem da escola, por volta das 22h. Os bandidos levam tudo que temos, aparelhos celulares, documentos pessoais e dinheiro. A polícia nunca está por perto”, explica uma estudante.

 



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