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RONDÔNIA

Eletrobras anuncia novos linhões

Investimento é de R$ 500 milhões vai interligar municípios ao Sistema Nacional.

Por Daniela Castelo Branco Diário da Amazônia
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Publicado: 21/05/2017 às 05h30min

Região da Ponta do Abunã e da BR-429 não está interligada com o Sistema Interligado Nacional (SIN)

Através de recursos disponibilizados pelos fundos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e contrapartida de 25% da própria Eletrobras, cerca de R$ 500 milhões vão ser aplicados em Rondônia para obras de construções de novas Linhas de Transmissões (os “Linhões”), destinadas à integração de regiões isoladas ao Sistema Interligado Nacional – SIN pela Eletrobras Distribuição Rondônia. A obra já foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e está em processo de licitação. A expectativa é de que se inicie em setembro ou outubro desse ano ainda.

Com os “Linhões”, as usinas térmicas das comunidades isoladas serão desativadas, e a nova energia oferecida, de acordo com a Eletrobras-RO, será de melhor qualidade e uma vez que com a substituição do diesel, – um elemento caro e poluente-, a quantidade de gases poluentes será menor, teremos uma fonte mais segura.

As regiões isoladas beneficiadas que vão ser interligadas ao SIN, serão os municípios com acesso a BR-429, a partir de Presidente Médici até Costa Marques e região de Chupinguaia; região da Ponta do Abunã, beneficiando as áreas de Abunã, Vista Alegre, Extrema, Ponta do Abunã e Nova Califórnia; região de Buritis, interligando Ariquemes, Monte Negro, Buritis e Campo Novo e o terceiro Linhão, será feito na região de Machadinho do Oeste, favorecendo os municípios de Machadinho, Vale do Anari, Theobroma, Cujubim e Jaru.

É importante projeto para Rondônia e para o País, porque isso diminui o custo total de geração de energia.
Marcelo reis, presidente

Iniciativa da execução do projeto é da empresa

Luiz Marcelo Reis de Carvalho, presidente da Eletrobras (RO), explica que a iniciativa para a execução do projeto é da própria empresa e através de uma resolução da Aneel, a empresa poderia se enquadrar nas determinações das contas CCC, buscando minimizar o custo-país:

“Hoje nós temos em Rondônia 26 localidades em que a energia gerada é feita por geradores a diesel. Dessas 26, 16 é possível se fazer a interligação via linha de subtransmissão ou linhas de distribuição. Então, o nosso pedido foi conforme a subrogação das contas de combustíveis fósseis, ela é paga por todos os consumidores do País para subsidiar a geração de energia nos sistemas isolados, senão, a tarifa fica muito alta pro consumidor só do Estado bancar. Então essas regiões são localidades isoladas, às vezes até com acesso remoto”.

De acordo ainda com o presidente, a Eletrobrás conseguiu colocar nesse projeto, as 16 maiores usinas de geração aqui em Rondônia. “Para tal, foi contratado um projeto básico, um projeto executivo dessas linhas de estações, foi adquirido também os terrenos para a construção das subestações e o projeto está em fase de licitação, onde o primeiro lote será lançado edital em junho”, explica.

A obra, segundo destaca a Eletrobras, trará como benefício para o Estado uma energia vinda do SIN, onde Rondônia faz parte desse sistema. As regiões isoladas são assim chamadas, conforme explica Luiz Marcelo de Carvalho, porque a única fonte existente atualmente é a usina térmica, a partir da construção dos Linhões, se terá uma interligação física, com uma energia com menos frequência de interrupção, porque é uma fonte muito maior de absorver curtos circuitos e de uma qualidade bem superior à atual, com mais facilidade de expansão.

“Isso promove uma facilidade de atrair novas indústrias para essas localidades, o que além de beneficiar a localidade, fomenta a economia, gerando emprego e renda para todo o Estado”, atesta Luiz Marcelo de Carvalho.

Mapa mostra investimentos da Eletrobras até 2020

“GATOS” geram prejuízos para todo o estado

Ao ser indagado sobre possíveis apagões, Luiz Marcelo respondeu que são eventos pontuais e que não é motivo de preocupação para o Estado. Um grande problema e prejuízo financeiro para todo o Estado, segundo ele, é o furto de energia, os chamados “gatos” na rede elétrica:

“Aumentamos bastante a fiscalização sobre esse problema, estamos com uma equipe intensificada atuando. No momento, os índices são estáveis, mas ainda é muito alto. A população tem que entender que isso é um crime contra a sociedade e onera primeiramente a distribuidora, que arca num primeiro momento com o prejuízo, mas depois isso retorna pra própria população arcar com a conta, o que prejudica todo mundo. Então, além de afetar a qualidade da transmissão da energia, causa prejuízos na cobrança das tarifas”.

De acordo com a Eletrobras, quem for pego furtando energia elétrica, terá que responder legalmente pelo crime, que segundo o Código Penal Brasileiro (CP), em seu artigo 155, trata do crime de furto e em seu § 3.º, trata especificamente do furto de energia elétrica, cominando pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa.

6 MIL LIGAÇÕES NO luz para todos

Questionado ainda pela equipe de reportagem do Diário da Amazônia, sobre outros investimentos para o Estado, a diretoria da Eletrobrás Distribuição Rondônia disse que para este ano, a empresa continua com o “Programa Luz para Todos” em execução para atendimento em torno de seis mil ligações durante o ano.

O investimento, chamado pelo presidente de “crescimento vegetativo” da demanda de extensões de redes, nas áreas urbanas e o início dessa licitação, são os maiores investimentos deste ano. O projeto total registra aproximadamente R$ 500 milhões e o investimento desse ano orça cerca de R$ 140 milhões.

“É importante ressaltar a importância desse projeto para Rondônia e para o País, porque isso diminui o custo total de geração. O consumidor geral será beneficiado porque diminui o valor da contribuição da conta de consumo de energia. E a partir do momento que você tem uma fonte com maior capacidade de suplemento, o comércio, a população, a zona rural e urbana é contemplada com o desenvolvimento econômico, melhorando a qualidade de vida”, destaca Luiz Marcelo de Reis Carvalho.

 



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