A quantidade insuficiente de unidades armazenadoras no Estado tem sido um dos maiores problemas enfrentados pelos produtores rurais para a estocagem da produção de grãos
Rondônia tem uma safra de grãos 2016/17 estimada em 1.864 milhão de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab-RO), representando aumento de 17,8% em comparação à safra anterior quando foi colhida 1.582 milhão de toneladas. No entanto, a falta de armazéns para a estocagem da produção agrícola tem se constituído num dos grandes problemas para os produtores rurais do Estado, principalmente porque os obriga a comercializar os produtos a preços bem abaixo do valor de mercado. Em média, a saca de 60 quilos de milho está sendo comercializada a R$ 17,00.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Cerejeiras, Jair Gollo, a colheita de milho já foi concluída, mas a quantidade de armazéns é insuficiente para a estocagem da produção no Cone Sul do Estado, onde está concentrada a maior produção de grãos de todo o Estado. Em toda a região de Cerejeiras existem 7 armazéns, distribuídos nos municípios de Corumbiara, Colorado do Oeste, Pimenteiras, Cabixi e Cerejeiras. A maioria das unidades armazenadoras é particular, construída para atender à demanda em fazendas, de acordo com Jair Gollo. Ele acrescenta que, além de ser oneroso, os produtores dependem do espaço disponível nesses armazéns privados.
Na safrinha de milho 2017 o plantio atingiu uma área de 75.560 hectares, com uma média geral de produtividade de 70 sacas/hectares. A capacidade estática de armazenamento na região é de 212.400 toneladas. A estimativa é de que no Cone Sul do Estado a safrinha de milho deve chegar a 275 mil toneladas este ano. Em todo o Estado, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), existem 134 unidades armazenadoras de grãos, sendo 84 unidades do tipo convencional e outras 50 do tipo granel, totalizando uma capacidade estática de 728 mil toneladas. Mais de 90% da capacidade de armazenamento são da iniciativa privada.
A Conab reconhece que a capacidade estática de armazenagem é insuficiente para atender à demanda atual de produção. Com isso, parte da produção fica armazenada em caminhões (armazéns ambulantes). A vantagem, segundo a Conab, é que a soja produzida no Estado é praticamente toda destinada à exportação e normalmente não ocupa as unidades armazenadoras. Outras estruturas estão sendo construídas, das quais a Conab ainda não dispõe de informações sobre a capacidade de armazenamento.
A Conab informa que, ao contrário do que acontece no vizinho estado do Mato Grosso onde, por falta de silos, a safra de grãos é armazenada sobre lonas (a céu aberto), Rondônia ainda não enfrenta problemas muito sérios com relação ao armazenamento da produção de grãos, embora a capacidade estática seja insuficiente para atender à demanda. Em Rondônia, a Conab possui apenas quatro unidades armazenadoras de grãos, do tipo convencional, situadas em Cacoal e Vilhena, com capacidade estática de 13 mil toneladas. A produção de grãos no Estado é mais forte nas culturas de soja, milho, feijão e arroz. Enquanto a soja é exportada, o arroz abastece Rondônia, Acre e Amazonas e o milho e o feijão abastecem o mercado interno.
