Uma comissão do Sindsbor (Sindicato dos Soldados da Borracha e Seringueiros do Estado de Rondônia) esteve em Brasília em audiência com o desembargador do Tribunal Regional Federal, Souza Prudente. O assunto tratado foi a violação do código internacional dos direitos humanos contra os soldados da borracha que trabalharam na Amazônia durante a Segunda Guerra Mundial.
O processo também aborda uma denúncia de trabalho escravo ocorrida no período do então presidente Getúlio Vargas, época em que muitos soldados da borracha perderam tudo que possuíam, inclusive suas famílias que foram deixadas para trás.
Na reunião, o vice-presidente do Sindsbor, Carioca, em companhia do advogado da entidade, Antônio Augusto Souza Dias, cobrou agilidade no andamento da questão.
Segundo o sindicato, de janeiro a outubro deste ano já faleceram 401 soldados da borracha. “Esse foi um dos motivos que nos levou a Brasília, para cobrar uma postura mais incisiva da Justiça Federal em relação a esses casos. Não podemos esperar que todos eles morram sem ter ao menos recebido aquilo que lhe é de direito”, disse Carioca.
De acordo com as informações do TRF, o processo já está em fase final para ser encaminhado ao Estado de origem onde a ação foi impetrada, na Comarca da Justiça Federal de Porto Velho.
“Esperamos que não tenhamos que passar mais um ano e que morram mais outros quatrocentos soldados esperando seus direitos. Em todo país temos apenas cinco mil e quinhentos homens vivos, isso de cinquenta e cinco mil homens que chegaram à Amazônia em 1942, para defender o nosso território”, finalizou Carioca.