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RONDÔNIA

Ponte do Madeira: Ambulantes ficam sem ponto de venda

Com a inauguração da ponte do rio Madeira, os ambulantes que ficavam nos arredores da balsa, perderam sua clientela e consequentemente..

Por Portal SGC
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Publicado: 17/09/2014 às 12h39min | Atualizado 29/04/2015 às 04h59min

Semana passada o local estava lotado de vendedores

Semana passada o local estava lotado de vendedores(Jota Gomes/Diário da amazônia)

Com a inauguração da ponte do rio Madeira, os ambulantes que ficavam nos arredores da balsa, perderam sua clientela e consequentemente seu ganha pão. Trabalhando em condições improvisadas, com uma grande variedade de lanches e frutas, os comerciantes que antes lucravam em média R$ 80,00 por dia, agora buscam outras alternativas para garantir o sustento de suas famílias. “No sábado o negócio era muito bom. Das 5h da manhã até as 19h eu estava vendendo. Agora com a liberação da ponte não sei ao certo que rumo seguir, eu já tinha clientes fixos e meu dinheiro no final do dia era o suficiente para pagar as contas”, confessa o ambulante Miguel Rodrigues, que há mais de um ano tinha ponto fixo próximo a balsa.

A situação não é muito diferente para o ambulante, Itamar Barbosa, que há mais de cinco anos vendia frutas na beira do rio Madeira. “Não podemos contar com a boa vontade dos nossos governantes, eles poderiam muito bem providenciar um local para que a gente pudesse continuar trabalhando. Eu gosto de vender frutas, já tentei montar uma frutaria ali na avenida Jorge Teixeira, só que não tive sucesso, os pontos já são marcados e não dão abertura para novos. Agora vou sair procurando na cidade um lugar onde consiga vender bem. Ali na balsa, eu tirava cerca de R$ 100,00 por dia e durante o final de semana uns R$ 150,00”,lamenta Barbosa.

A ambulante Maria Auxiliadora que há cinco meses mudou seu ponto que ficava em frente ao Shopping Cidadão para os arredores da balsa, afirma que continuará no mesmo lugar por tempo indeterminado. “Enquanto eu não conseguir encontrar um ponto que seja tão movimentado como era a balsa, vou ficando por aqui mesmo. De segunda-feira até hoje o movimento caiu muito, porém ainda consegui vender bem. A clientela mudou, antes era os motoristas, agora são os ribeirinhos que precisam pegar o barco que está saindo do lado da balsa. Tem também os mototaxistas que ficam aguardando os passageiros do barco, eles estão consumido bastante”, diz Maria.

Ponte do rio Madeira

Com 975 metros de extensão, por 12 metros de largura, a construção da ponte teve início em março de 2010, sendo a primeira a ser construída no rio Madeira com investimento de quase R$ 360 milhões, incluindo a construção dos dolphins, da proteção dos pilares e do conjunto habitacional destinado às famílias do bairro Balsa. Prevista para março de 2013, a obra enfrentou dificuldades para ser concluída, principalmente no que dizia respeito a relocação das famílias afetadas pela construção do empreendimento.

Economia de tempo e dinheiro

Para o agricultor Gilmar Santos – que mora na margem esquerda do rio Madeira, a inauguração da ponte representa uma economia no orçamento familiar. “Se colocar na ponta do lápis tudo que gastei atravessando de um lado para o outro, daria para comprar uma moto zero. Além da segurança e praticidade, só de não ter que esperar quase uma hora pela balsa é maravilhoso. Antes eu gastava em média 4 horas para ir no centro, resolver meus problemas e voltar pra casa, agora acho que em até 2 horas consigo resolver tudo e voltar”, expõe Lacerda.

O bilhete de passagem da balsa, custava R$ 11,00 para carro – ida e volta, R$ 5,50 para moto – só pagava a ida e R$ 14,00 para caminhonete – ida e volta, a volta era grátis. Se o agricultor Gilmar Santos, precisasse atravessar de carro três vezes na semana, ele teria um gasto semanal de R$ 66,00, mensal de R$ 660,00 e anual de R$ 7,920,00. Com o valor gasto durante um ano, sem dúvidas o agricultor conseguiria comprar uma moto zero e uma televisão de 32 polegas de última geração.

 

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