Porto Velho/RO, 24 Março 2024 19:30:07
SAÚDE

Anvisa autoriza testes clínicos de duas novas vacinas contra covid-19 

Estudo, que já é o terceiro aprovado pela agência no Brasil, deve contar com a participação de 5 mil voluntários em São Paulo e Bahia

A- A+

Publicado: 21/07/2020 às 14h30min | Atualizado 22/07/2020 às 01h09min

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou nesta terça-feira (21) a realização de testes clínicos de duas novas vacinas contra a covid-19 no Brasil. Os possíveis imunizantes, desenvolvidos pelas empresas BioNTech e Pfizer, apresentaram resultados “promissores” em estudos iniciais.

De acordo com o órgão federal, a pesquisa deve contar com a participação de 5 mil voluntários no Brasil. “O estudo prevê a inclusão de cerca de 29 mil voluntários, sendo 5 mil no Brasil, distribuídos nos estados de São Paulo e Bahia. O recrutamento dos voluntários é de responsabilidade dos centros que conduzem a pesquisa”, diz a nota divulgada pela agência reguladora.

Para a realização de qualquer pesquisa clínica envolvendo seres humanos, os laboratórios precisam, necessariamente, de autorização dos CEPs (Comitês de Ética em Pesquisa) ou da Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa).

“A Anvisa analisou os dados das etapas anteriores de desenvolvimento dos produtos, incluindo estudos não clínicos in vitro e em animais, bem como dados preliminares de estudos clínicos em andamento. Os resultados obtidos até o momento demonstraram um perfil de segurança aceitável das vacinas candidatas”, explicou por meio do documento.

O ensaio clínico tem por objetivo a determinação de dose, para que seja possível avaliar a segurança do produto, a tolerância e a eficácia das possíveis vacinas. No Brasil, onde estudos com seres humanos são compostos por três fases, os voluntários participarão do terceiro estágio —que corresponde à fase 2/3 da pesquisa internacional.

Gustavo Mendes, gerente de medicamentos da Anvisa, em conversa recente com o R7, explicou que qualquer medicamento ou vacina passa por quatro etapas fundamentais no País: Desenvolvimento exploratório, pesquisa pré-clínica, pequisa clínica (uso em humanos) e registro (autorização para ser comercializada). Após o registro, no entanto, a vacina ainda é monitorada no pós-mercado.

Testes clínicos em andamento no Brasil

Este é o terceiro estudo clínico autorizado pela Anvisa no Brasil. O primeiro, publicado no dia 2 de junho, aprovou a realização de ensaio da vacina criada pela Universidade de Oxford, no Reino Unido —considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) a “mais avançada” até o momento.

Hoje, o governo do estado de São Paulo também deu início aos testes para a CovonaVac, vacina contra o coronavírus proveniente da China, em 12 centros médicos e acadêmicos espalhados pelo País. Após ser verificada no Instituto Butantan, a carga, com 20 mil doses será distribuída a 12 centros de pesquisa.

“Observando pacientes com covid-19 — e, fico feliz em dizer, pessoas que foram infectadas mas não precisaram de hospitalização —, é absolutamente claro que existe uma resposta das células T”, afirma Hayday.

“E muito provavelmente esta é uma notícia muito boa para quem está interessado em vacinas, porque claramente somos capazes de produzir anticorpos e produzir células T que miram o vírus. São coisas boas.”

Há um problema, no entanto. Em muitos pacientes hospitalizados com quadros mais sérios de covid-19, a resposta das células T não parece estar adiantando muito.

“Um grande número de células T está sendo afetada (nesses casos graves)”, explica Hayday.

“E o que está acontecendo com elas é um pouco como uma festa de casamento ou uma despedida de solteiro que deu errado — quantidades enormes de atividade e proliferação, mas na verdade as células estão desaparecendo do sangue.”

Uma hipótese é que essas células T estão sendo redirecionadas para o lugar do corpo com maior necessidade, como os pulmões. Mas, nessa missão, muitos linfócitos T podem morrer.

Hayday aponta que autópsias de pacientes que perderam a vida para a covid-19 estão mostrando necrose (morte de células e tecidos) em áreas do baço e das glândulas linfáticas, onde as células T normalmente vivem.

A necrose do baço é justamente uma característica de doenças envolvendo as células T, nas quais as próprias células imunológicas são atacadas.

“Se você procurar as informações pós-morte de pacientes com Aids, verá os mesmos problemas”, destaca Hayday. “Mas o HIV é um vírus que infecta diretamente células T.”

Em relação ao Sars-CoV-2, por outro lado, atualmente não há evidências de que ele seja capaz de fazer isso.

“Existem muitas explicações possíveis mas, pelo que sei, ninguém chegou lá (a uma explicação definitiva)”, conta Hayday.

“Não temos ideia do que está acontecendo. Há toda evidência de que as células T têm uma capacidade protetiva, provavelmente por muitos anos. Mas quando as pessoas ficam doentes, o tapete parece estar sendo puxado por baixo enquanto o mecanismo de defesa tenta agir.”

A diminuição das células T também pode ter a ver com o fato de que os idosos são muito mais afetados pela covid-19.

Hayday lembra de um experimento realizado em 2011, que envolveu a exposição de camundongos a uma versão do vírus que causa a síndrome respiratória aguda grave (Sars, na sigla em inglês).

Pesquisas anteriores haviam mostrado que este vírus — também um coronavírus e parente próximo do Sars-CoV-2 — desencadeou a produção de células T, responsáveis ​​pela eliminação da infecção.

O estudo que se seguiu mostrou resultados semelhantes, mas a questão é que desta vez os camundongos foram acompanhados até o envelhecimento. Conforme isso aconteceu, as respostas das células T se tornaram significativamente mais fracas.

No entanto, no mesmo experimento, os cientistas também expuseram camundongos a um vírus da gripe. E, em contraste com o que parece acontecer na covid-19, as cobaias conseguiram manter suas células T agindo contra a gripe conforme envelheciam.

“É uma observação interessante, no sentido de poder explicar por que os idosos são mais suscetíveis à covid-19”, opina Hayday.

“Quando se chega aos 30 anos de idade, o timo [uma glândula localizada atrás do esterno e entre os pulmões, que desempenha um papel importante no desenvolvimento das células imunológicas] realmente encolhe, e a produção diária de células T cai significativamente.”

“Com o vírus Sars original (que surgiu em 2002), os pesquisadores voltaram aos pacientes e definitivamente encontraram evidências (da presença) de células T alguns anos depois de esses indivíduos terem sido infectados”, conta Hayday.

O fato de o coronavírus poder gerar células T duradouras é o que recentemente motivou os cientistas a verificar amostras de sangue antigas, colhidas entre 2015 e 2018, para verificar se continham algum mecanismo para reconhecer o novo coronavírus.

A resposta afirmativa levou à hipótese de que os sistemas imunológicos aprenderam a reconhecer o vírus depois de deparar com patógenos algo semelhantes, no passado.

Assim, é tentadora a hipótese de que algumas pessoas sofrem infecções mais graves por não terem exércitos de células T capazes de reconhecer o vírus.

No entanto, ninguém nunca verificou se as pessoas produzem células T contra qualquer um dos coronavírus que causam o resfriado comum.

“Conseguir financiamento para estudar isso demandaria um esforço monumental”, aponta Hayday.

Pesquisas sobre o resfriado comum saíram de moda nos anos 80, depois que o campo estagnou e cientistas começaram a focar em outros projetos, como sobre o HIV.

O progresso desde então foi prejudicado por vários obstáculos, porque as gripes podem ser causadas por centenas de cepas virais — e muitas delas têm a capacidade de evoluir rapidamente.

Isso levará a uma vacina?

Se exposições antigas a vírus do resfriado realmente estão contribuindo para casos mais leves de covid-19, isso é um bom presságio para o desenvolvimento de uma vacina — já que demonstraria que as células T remanescentes podem fornecer proteção significativa, mesmo anos após a sua produção.

Mas mesmo que não seja isso o que está acontecendo, o envolvimento das células T ainda pode ser benéfico — e quanto mais entendermos esta dinâmica, melhor.

Inclusive, nos resultados preliminares da chamada “vacina de Oxford” em teste anunciados nessa segunda-feira (20), as células T demonstraram papel importante.

Hayday diz que a maneira como as vacinas são projetadas geralmente depende do tipo de resposta imunológica que os cientistas esperam obter.

Algumas podem desencadear a produção de anticorpos; outras podem ter como objetivo envolver as células T, ou talvez provocar uma resposta de outras partes do sistema imunológico.

“Existe realmente um enorme espectro de design de vacinas”, diz Hayday, que fica particularmente animado com o fato de que o vírus parece ser fortemente detectado pelo sistema imunológico, mesmo naqueles gravemente afetados.

“Então, se pudermos parar o que (o vírus) está fazendo com as células T dos pacientes com os quais tivemos o privilégio de trabalhar, estaremos muito mais adiante no controle da doença”.

Parece que ainda ouviremos falar muito sobre as células T no futuro.

Desde ontem (20), o estado contabilizou 6.235 novos casos da doença, totalizando 422.669 ocorrências confirmadas desde o início da pandemia, com 290.346 pessoas curadas.

Do total de casos confirmados nas últimas 24 horas, 3.916 (63%) são ativos, confirmados por meio de exames de RT-PCR.

Mais de 5 mil em estado grave

Em todo o estado, há 5.805 pessoas em estado grave, internadas em unidades de terapia intensiva (UTI) em casos confirmados ou suspeitos do novo coronavírus.

Há também 8.269 pessoas internadas em enfermarias. A taxa de ocupação de leitos de UTI no estado soma 66,6%, enquanto na Grande São Paulo ela está em torno de 64,3%.

A Argentina continua a apresentar uma das taxas de mortalidade por covid-19 mais baixas da região, afirmaram autoridades do governo nesta terça-feira (21), embora o número de óbitos tenha crescido nos últimos dias.

O país superou a marca de 100 mortes em um só dia na segunda-feira, o que nunca havia ocorrido, e nas últimas 12 horas somou mais 53 óbitos, detalhou nesta manhã o subsecretário de Estratégias Sanitárias, Alejandro Costa.

Ao todo, a Argentina já registrou 130.744 casos da doença desde março, entre eles 2.426 mortes. Por outro lado, 58.598 doentes já se recuperaram.

Baixa taxa de letalidade

A atual taxa de letalidade da covid-19 na Argentina é de 1,8%, enquanto a taxa de mortalidade é de 52 pessoas por milhão de habitantes, com idade média de 75 anos, disse Costa no habitual relatório matinal fornecido pelo Ministério da Saúde em Buenos Aires.

“A nossa taxa de mortalidade é uma das mais baixas da região. A nossa letalidade é de 1,8%, quando a taxa de letalidade global é de 4,2% e nas Américas é de 4,1%”, declarou a secretária de Acesso à Saúde, Carla Vizzotti, após o novo registo de mortes ter gerado preocupação.

Vizzotti, que é a número dois do Ministério da Saúde, pediu à população que “visualize” os números no contexto da saúde regional e destacou que a taxa de letalidade na Argentina “está muito abaixo dessa média, enquanto a taxa de mortalidade está entre as mais baixas”.

Além disso, enfatizou que nestes meses o sistema nacional de saúde foi reforçado para conceder assistência a todos que necessitam, e o número de leitos de unidades e terapia intensiva (UTI) e com respiradores foi aumentado em 41%.

Banho Solidário Sampa é uma ação que visa ajudar socialmente as pessoas que estão morando nas ruas de São Paulo. O trabalho voluntário consiste em proporcionar um banho quente, cuidados com a higienização bucal e doação de roupas limpas, fundamentais especialmente nesta época de pandemia do novo coronavírus.

As doações para distribuições entre os sem-teto são de toalhas de banho (novas ou usadas), roupas limpas e bem conservadas, barbeador descartável, espuma de barbear, absorventes, roupas íntimas novas, desodorantes, escovas e pasta de dentes novas, além de álcool em gel e outros itens.

A empresa Lorenzetti, conhecida pela produção de eletrodomésticos como duchas, fez uma parceria com a ação e já ajudou com doações de aquecedor, pressurizador, chuveiros e torneiras. O Instituto Ana Hickmann também é um dos parceiros e faz doações de produtos para banho, como shampoo.

Todas as divulgações são realizadas por meio das redes sociais, com fotos e vídeos das pessoas auxiliadas pela ação, além dos itens que o projeto mais precisa a cada semana.

O Ministério da Saúde do Irã confirmou nesta terça-feira que registrou mais 229 mortes em decorrência da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, a quantidade diária mais alta desde o início na pandemia.

Com o número contabilizado hoje, o total de óbitos no território do país asiático sobe para 14.634.

A porta-voz do Ministério da Saúde, Sima Sadat Lari, informou que, nas últimas 24 horas, 2.625 pessoas deram positivo em teste para o novo coronavírus, sendo que 1.977 delas precisaram ser hospitalizadas.

Ao todo, o Irã registra 278.827 casos de infecção para o patógeno que causa a covid-19. Deste grupo, há 242.351 recuperados, segundo o governo, e 3.589 internados em estado de saúde considerado grave.

Doze províncias do país estão em alerta vermelho, o nível mais elevado de risco, enquanto outras treze, entre elas, Teerã e Isfahan, estão em patamar inferior de perigo epidemiológico.

Reabertura

O Irã, país do Oriente Médio mais afetado pela pandemia da Covid-19, chegou a reduzir os números de contágio e mortes entre abril e maio, embora nunca tenha sido imposto um confinamento à população.

Comércios não essenciais, escolas, mesquitas e parques foram fechados, mas já reabertos, em processo de reabertura social e econômica e, desde então, houve aumento dos números de infecções e óbitos em quase todo o território.

Neste mês, o governo impôs uso de máscaras, como medida para tentar conter a propagação do novo coronavírus.

Fonte: R7



Deixe o seu comentário