O Papai Noel dos Correios completa 25 anos consecutivos de atendimento às crianças do Estado de Rondônia. A campanha solidária que acontece todos os finais de ano, a nível nacional, é promovida pelas diretorias regionais da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) com o objetivo de responder às cartas enviadas por meninos e meninas pedindo presentes na época do natal. Segundo o diretor-regional – agência sediada em Porto Velho – Sérgio Simões, “a campanha em nossa região teve início oficialmente na última quarta-feira e este ano faremos uma nova abordagem. Vamos priorizar o atendimento para as crianças que moram nos bairros atingidos pela cheia histórica do rio Madeira. Para isso, contaremos com o apoio das escolas, das comunidades e das respectivas famílias”, informa.
Para Simões, além de estimular a redação de cartas manuscritas por crianças que estão em processo de alfabetização, a campanha incentiva a solidariedade dos empregados dos Correios e motiva a população a refletir sobre os problemas sociais em que a maioria delas está inserida. Em 2010, a campanha passou a contemplar também as cartas enviadas por crianças de escolas públicas, abrigos, núcleos socioeducativos e creches. “Esta metodologia foi desenvolvida para organizar melhor a quantidade de correspondências que recebemos e, dentro do possível, atender aos pedidos. No ano passado conseguimos entregar seis mil presentes, de um montante de oito mil cartas recebidas, somente em Porto Velho”, esclarece o diretor.
A campanha desse ano vai priorizar as crianças que moram nos bairros atingidos pela cheia histórica do rio Madeira
Processo seletivo das cartas
As cartas passam por um processo seletivo, nem todos os pedidos são atendidos porque fogem aos padrões de atendimento ou estão além do alcance da campanha – por exemplo, a aquisição de animais, explica a comissão responsável pela seleção das correspondências. Entre os principais pedidos postados pelas crianças estão os brinquedos tradicionais (bonecas e carrinhos); material escolar e cestas básicas. Mas há aqueles que expressam necessidades que vão além da vontade de brincar: “desejo paz para todo mundo. Chega de violência”; “peço colchões para mim e para meus irmãos; a gente não aguenta mais dormir no chão frio”; “alguém pode me dar um pai?!”; “minha vó precisa de remédios”.
A direção dos Correios informa que quem estiver interessado em adotar uma cartinha deve procurar a agência central, na avenida Sete de Setembro, bem no centro da Capital, das 8h às 16h30. A comissão organizadora do evento espera que os pais e responsáveis façam a conferência das informações colocadas nos envelopes, para que as crianças não corram o risco de não serem selecionadas pela falta do endereço completo. “Este ano, o Papai Noel dos Correios vai entregar os presentes uma semana antes do natal”, assegura o diretor Sérgio.
Campanha agrega preceitos de responsabilidade social
De acordo com o gerente de Recursos Humanos da EBCT-RO, Francisco Ithamar Santos de Souza, a campanha Papai Noel dos Correios além de agregar preceitos de responsabilidade social empresarial, “mantém o imaginário infantil que se amplia no período natalino, quando eles e elas esperam pelos presentes que serão entregues pela figura do Papai Noel”, analisa. Souza considera que além dos brinquedos e das cestas básicas doadas todos os anos durante a campanha, os materiais lúdicos e pedagógicos, livros, cadernos, mochilas e outros produtos escolares configuram uma iniciativa da sociedade em prol da educação, sendo as crianças em situação de vulnerabilidade social as principais beneficiadas.
Além disso, a campanha busca estimular a habilidade de redigir cartas – hábito pouco desenvolvido nos dias atuais pelas crianças que dominam e preferem as novas tecnologias de comunicação – ; esclarece sobre o uso do CEP (Código de Endereçamento Postal) e a função do selo postal. Nesse aspecto, destaca-se a importância das escolas apoiarem e acompanharem mais o processo de elaboração e envio das respectivas correspondências. Segundo a assessoria de comunicação dos Correios, na Capital, esse acompanhamento é necessário porque um dos problemas recorrentes em anos anteriores foi a impossibilidade de seleção e adoção de muitas cartas, em razão de endereços incompletos, ausentes ou ilegíveis.
