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RONDÔNIA

Porto Velho: Carros de comida são tendência atual

Apesar de em Porto Velho o número das famosas food trucks ser (ainda) pequeno, a moda já está pegando em todo o Brasil. O termo em..

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Publicado: 16/04/2015 às 03h00min | Atualizado 28/04/2015 às 07h22min

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O 1° food trucks de comida japonesa de Porto Velho faz sucesso nas redes sociais entre curtidas e compartilhamentos

Apesar de em Porto Velho o número das famosas food trucks ser (ainda) pequeno, a moda já está pegando em todo o Brasil. O termo em inglês traduzido na forma literal significa “caminhão de comida”, mas os brasileiros estão usando a versão americana do nome do empreendimento para diferenciarem entre carrinhos e barracas de rua. Segundo o portal Empreendedores Web, a única ligação entre os comércios de comida de rua e as food trucks é apenas a localização, pois o perfil da nova tendência é outro.

Com refeições mais rebuscadas e pratos gourmet, as food trucks oferecem diversas opções além do famoso cachorro-quente – um dos itens mais comuns de se comprar em barracas e carrinhos dispostos pelas cidades de todo o País. Em Porto Velho, um exemplo de carro de comida é o estabelecimento Heverton Sushiman – que como o nome já diz, é especializado em pratos típicos da culinária japonesa.

De acordo com o dono do empreendimento, o próprio Heverton Sushiman, uma das facilidades de se ter um trailer para vender os pratos é a possibilidade de estar mais próximo do cliente. “A pessoa pode pedir e comer no próprio local, já que disponibilizamos cadeiras e mesas na calçada ou então elas podem levar para casa ou para onde quiserem. Dá mais liberdade para o consumidor e para nós”, afirma.

CUIDADOS ESPECÍFICOS

Por ser uma estrutura menor que um restaurante comum, as food trucks precisam de equipamentos diferenciados para poderem funcionar. Além disso, servir pratos diferentes do que é mais habitual nas ruas gera uma carga maior de trabalho em um local muito menor. “Precisamos equipar toda a cozinha dentro da [food] truck, com geladeira, coifa, sem contar que nosso produto precisa ser servido fresco, então o trabalho é muito maior com a food truck”, explica Heverton Sushiman.

Como o sushi é uma iguaria japonesa, uma tradição milenar precisa ser adaptada para a food truck sem perder a essência de um dos pratos asiáticos que mais fazem sucesso no ocidente. Os peixes são servidos muito frescos e o sushiman o prepara com as mãos nuas, pois – segundo a tradição – o uso de luvas pode interferir no sabor do sushi. Os peixes ainda são sempre vindos do exterior. “Com a alta do dólar, preparar sushi ficou mais caro, pois nossos produtos vêm do exterior e nossa negociação é feita em dólar, então as coisas ficaram um pouco mais complicadas”, explica.
A food truck de Heverton, pode ser expandida. O empreendedor quer comprar outros dois caminhões menores para levar os sushis que produz a eventos e outros pontos da cidade. “É importante que tenhamos, mais para frente, novas food trucks para estarmos presentes em outros locais da cidade – além de estarmos em fase de planejamento para a abertura de um delivery dos nossos produtos”, informa.

 SOFISTIFICAÇÃO GASTRONÔMICA NAS RUAS  

Para o chef gastronômico porto-velhense César Almada, que foi indicado ao Prêmio Dólmã 2015 – um dos maiores prêmios da gastronomia brasileira –, ter food trucks com comida de qualidade nas ruas é uma proposta interessante. “Nós temos que apostar em uma alternativa de qualidade e é muito interessante podermos ter um restaurante móvel”, afirma Almada.

O preparo de sushis e temakis é feito com as mãos nuas

O preparo de sushis e temakis é feito com as mãos nuas

Ele diz ainda que a possibilidade de mover o “restaurante móvel” de uma região em que o produto já pode ser muito comum para outro local é uma das maiores vantagens das food trucks. “Uma vez que nós conseguimos fazer a coisa andar, temos um intercâmbio gastronômico muito grande”, comenta. Ele explica a frase ressaltando que, por exemplo, no interior, é difícil trabalhar com comida mexicana. “Uma food truck com comida mexicana poderia ficar uma semana em uma cidade, outra semana em outra cidade. E isso acaba trazendo um enriquecimento gastronômico para as pessoas, que acabam conhecendo outros tipos de comida”, diz.

Almada ainda aconselha a quem estiver disposto a trabalhar com os carros de comida, que pesquise a fundo as legislações sanitárias. “Quando trabalhamos com comida, estamos lidando com vidas, com a saúde das pessoas. E podemos oferecer um risco se não obedecermos à risca a legislação sanitária”, alerta o chef. Ele finaliza lembrando que o investimento em food trucks pode ser elevado, mas “a partir do momento que se tem um cardápio bem definido e uma personalidade do empreendimento é uma coisa muito boa, tanto para o proprietário quanto para a população”.

PROJETO DE LEI É RETIRADO DE PAUTA

Enquanto outras capitais brasileiras já votaram legislações que regulamentam as food trucks nas ruas das cidades, Porto Velho ainda não tem um projeto de lei em vigor que trata especificamente dos carros de comida. Uma proposta foi feita pelo vereador Delso Moreira (PRB), mas foi retirada de pauta.
O projeto destacava que nenhuma food truck poderia vender bebidas alcoólicas de qualquer natureza e os alimentos embalados para viagem deveriam ter rótulos com informações de nome e endereço do fabricante, do distribuidor ou importador; data de fabricação e prazo de validade; e registro no órgão competente quando exigido por lei.

A justificativa da proposta revelava ainda a necessidade da regulamentação das food trucks a fim de melhorar a higienização e acondicionamento de alimentos oferecidos nas ruas. No entanto, é importante lembrar que os órgãos competentes devem ser contatados para a abertura de qualquer estabelecimento do ramo alimentício na capital rondoniense. “É preciso contatar a prefeitura e pagar algumas taxas para que tenhamos liberação para funcionar nas ruas. É tudo feito legalmente”, finaliza Heverton Sushiman.



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