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Diário da Amazônia

Centenas de famílias de Humaitá ganharão lotes

Lançamento oficial do Movimento Habitacional Popular deve entregar 5 mil lotes

Por Daniela Castelo Branco Diário da Amazônia
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Publicado: 29/07/2017 às 05h00min

Francisco Jean Paez [dir] é o líder do Movimento Habitacional Popular, em entrevista

No domingo (30), ocorre o lançamento oficial do projeto “Movimento Bairro Cidade Nova” que vai possibilitar que 5 mil famílias até 2020, sejam beneficiadas com lotes e saiam do aluguel, em Humaitá. O local de moradia habitacional vai se chamar Santos Dumont por se localizar ao lado do aeroporto e em homenagem ao aeronauta e inventor brasileiro.

O presidente que encabeça o movimento, Francisco Jean Paez, conta que o movimento habitacional começou no dia 24 de janeiro quando um grupo de pessoas insatisfeitas com a falta de política habitacional no município se uniram e decidiram invadir terras próximo a unidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Humaitá pelo descontentamento com a gestão da prefeitura anterior que distribuiu terras do município para o pagamento de dívidas.

Paez diz que na época era policial, conseguiu detectar os invasores (cerca de 800 pessoas) e no período de uma semana, com o total de 2.600 pessoas durante uma reunião, decidiu iniciar o projeto de moradia habitacional para suprir um deficit que segundo ele baseado em dados divulgados pelo IBGE em 2012, somente em Humaitá, o número atinge 7 mil unidades.

Uma área com capacidade para 5 mil lotes (cada lote tem 200 metros quadrados) foi comprada de um dono de terra, no valor de R$ 1.200.000,00 em dez parcelas de R$ 120 mil reais. Cada morador poderá adquirir seu lote por R$ 1 mil à vista ou em 10 parcelas de R$ 100,00.

As obras já se inciaram e o município não ofereceu a contrapartida, mas o presidente diz que o projeto está seguindo todas as normas exigidas pelo Ministério das Cidades (MC) e pelas leis municipais e federais.

“Todo o planejamento de infraestrutura referente à iluminação, água, maquinário, encascalhamento, entre outros está sendo realizado através da comunidade em mutirões e em trabalhos voluntários, uma vez que o movimento integra engenheiros, advogados e especialistas”, destaca Paez.

Somente na primeira semana, já foram vendidos 450 lotes para pessoas que já estavam cadastradas no movimento. Das 800 pessoas cadastradas, 600 já estão assentadas na área com mil lotes abertos até o momento.

Construção de linhão é confirmada 

Segundo Paez, a Eletrobrás Energia Amazonas já confirmou a construção do Linhão que vai ligar Porto Velho a Manaus, permitindo que uma energia de melhor qualidade que abasteça a população amazonense, e ressalta ainda o problema fundiário do município, alegando que Humaitá recolhe hoje com regularização fundiária cerca de R$ 600 mil reais, mas que tudo é perdido, já que o município não investe o recurso.

“A prefeitura não ajudou em nada. É um projeto de vida, não um projeto político. Isso vai beneficiar muitas famílias que hoje, muitas vezes, deixam de comer para pagar aluguel. Está sendo feito um mutirão para começar a construir. Tudo por conta da comunidade. Vamos até fazer o encascalhamento, porque a prefeitura não vai fazer. Hoje o lote sai por 1 mil. Então, pra quem ia pegar um lote irregular numa área de invasão sem infraestrutura, sem nada, hoje está sendo instalada dentro de uma área toda planejada, uma área verde, comercial, com um preço mais acessível e dando dignidade às famílias”, conclui Jean Paez.



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