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Diário da Amazônia

Centro de ressocialização está sob nova direção

O presídio de Vilhena, considerado modelo para vários municípios do estado de Rondônia, e recém-construído, está sob novo comando..

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Publicado: 23/08/2014 às 14h56min

O presídio de Vilhena, considerado modelo para vários municípios do estado de Rondônia, e recém-construído, está sob novo comando oficialmente desde a última quarta-feira. O agente penitenciário, Paulo Ferreira, com 11 anos de experiência profissional assumiu o posto deixado pelo ex-diretor da unidade, Juracy Duarte, único diretor do local até então.

Em conversa com a equipe de reportagem do Diário da Amazônia, Ferreira disse que este tipo de substituição é comum nas unidades prisionais, e a medida foi tomada em acordo entre o ex-chefe do local e o alto escalão da Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) do Estado de Rondônia. Mesmo o novo coordenador não fazendo alarde sobre a mudança foi durante o comando de Duarte que o local passou por dois grandes problemas: a fuga de oito presos, em maio deste ano; e uma rebelião que destruiu parte da unidade, e que ganhou grande repercussão no final do mês de julho.

Paulo Ferreira contou que está se ambientando, e que ainda é cedo pra falar em novos projetos que podem ser desenvolvidos no Centro de Ressocialização Cone Sul, também conhecido como presídio de segurança máxima. Os que foram implantados pelo então chefe Duarte estão sendo analisados.

“Quer dar continuidade aos projetos, porém temos que levar em consideração a falta de efetivo para executarmos com segurança”, enfatizou o novo diretor, que disse já ter se apresentado oficialmente aos presos com os quais conversou e ouviu as reinvindicações. “Vou analisar todas, e o que estiver dentro da lei, e ao nosso alcance serão atendidas”, afirmou. Paulo Ferreira disse ainda que a rotina no presídio, após a rebelião, já voltou ao normal e que a reforma da unidade está bem avançada.
O novo diretor do presídio já tem experiência com administração carcerária, e fora indicado pelo próprio Duarte.

Segundo agentes, duarte não cedia às pressões

O ex-diretor da unidade prisional sempre defendeu a ressocialização através do trabalho. Para isso, salientou que conseguiu várias parcerias com empresas locais que aceitaram o desafio de contratar detentos para trabalhar com remuneração registrada em carteira, a qual era destinada à família do preso que aceitava ingressar no programa. Entre as empresas que estavam instaladas no local havia fábrica de bolas e redes para futebol, e outros esportes que as exijam, além de materiais pré-moldados. Duarte é considerado pelos servidores do local como um dos gestores mais capacitados que o sistema carcerário de Rondônia tinha. Ele chegou a fazer intercâmbio nos Estados Unidos para se aperfeiçoar no assunto. Seu relacionamento com os detentos sempre foi normal, segundo agentes, porém não era de ceder às pressões e exigências feitas por quem cumpria pena no presídio. Em sua última entrevista ao Diário da Amazônia, no dia 31 de julho de 2014, fora questionado sobre uma das exigências dos presos rebelados, que queriam sua saída do posto de diretor. “Eu fico feliz por eles terem pedido isso, pois significa que o meu trabalho tem surtido efeito”, comentou.

Por Rômulo Azevedo

 



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