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RONDÔNIA

Cheia como a de 2014 é pouco provável, diz Sipam

Cenário de alagações em Porto Velho tem acontecido em várias localidades.

Por Jaylson Vasconcelos Diário da Amazônia
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Publicado: 26/01/2018 às 05h00min | Atualizado 29/11/2018 às 12h13min

A água já começa a inundar as regiões mais baixas da cidade (Foto: Jota Gomes/Diário da Amazônia)

Devido ao aumento contínuo do nível do rio Madeira e visando prevenir as situações de risco nesta época do ano, a prefeitura de Porto Velho anunciou na manhã de ontem o Plano de Contingência. Pautado na antecipação de desastres o plano destina-se a estabelecer entre os órgãos medidas para a segurança da população, visando o aplacamento de inundações, desbarrancamentos e alagações.

De acordo com o plano, o cenário de alagações em Porto Velho tem acontecido em várias localidades da cidade, principalmente na margem direita do rio Madeira, já no perímetro urbano da capital os bairros: Triângulo, Cai’água, São Sebasstião I e II, Panair, Nacional, Mocambo, Balsa, Areal, Centro, Belmonte, Tucumanzal, Tupi, Roque, Baixa da União, Santa Bárbara, Candelária e Arigolândia, figuram como as áreas mais atingidas por enchentes e desbarrancamentos, assim como o complexo turístico da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

No perímetro urbano de Porto Velho os alagamentos atingem cerca de 2.802 famílias e com o elevado aumento do nível do rio outro fato que preocupa a população ribeirinha é a possibilidade de uma cheia semelhante a registrada em 2014, considerada a maior cheia do rio Madeira ocorrida entre os séculos XX e XXI. Em abril de 1997 a cota máxima histórica registrada tinha sido de 17,52 metros, já em 2014, os valores superaram a marca histórica chegando a marcar 19,74 metros.

Com as constantes chuvas e o aumento do nível do rio Madeira, a maior parte das áreas inundáveis da cidade estão localizadas próximas ao rio, a partir dos 15,00 metros a população ribeirinha de determinados bairros da cidade já sofre com inundações, como é o caso dos moradores do bairro São Sebastião que já enfrentam a realidade de ter as suas casas tomadas pela água.
Para o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) não é descartada a possibilidade de uma nova cheia, mas o sistema informa que, caso o fenômeno ocorra novamente, a possibilidade é que não tenha a mesma magnitude registrada na cheia histórica de 2014, como esclarece o meteorologista, Luiz Alves:

“O Sipam não descartou uma nova cheia no ano de 2018, o que foi dito é que não teremos cheia na mesma magnitude de 2014.

O que nos faz afirmar este prognóstico são as condições de temperatura dos oceanos Pacífico e Atlântico, bem como os bloqueios atmosféricos que não estão verificados neste ano de 2018”.

Sobre o avanço do rio em relação aos anos anteriores ele explica: “Em 2014 foram verificados grandes volumes de chuva em toda a bacia do Madeira, a montante de Porto Velho, principalmente na Bolívia que representa mais de 60% da bacia. Na enchente de 2014 desde outubro de 2013 já se observava anomalias positivas, ou seja, chuvas acima da média em quase toda a bacia do Madeira, o que este ano só foi observado a partir de dezembro de 2017, as chuvas observadas na bacia do Madeira a montante de Porto Velho estão acima da média, porém em menor proporção do que em 2014”.



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