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RONDÔNIA

Chuva compromete obra da dragagem do Madeira

Nível do rio Madeira sobe e inviabiliza dragagem; ontem nível do rio voltou a subir.

Por Daniela Castelo Branco Diário da Amazônia
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Publicado: 21/08/2017 às 05h00min | Atualizado 29/11/2018 às 14h15min

Encontro sobre a navegação foi promovido na última sexta-feira pela Fenavega

A chuva que está caindo na cabeceira do rio Madeira, pode inviabilizar o serviço de dragagem. Ontem, o nível do rio Madeira, registrou 3,03 e a tendência é aumentar o volume de água na região. O aumento no nível do rio implica no processo de retirada de areia em pontos considerados críticos pela navegação.

O Diário apurou que a obra de dragagem do rio Madeira atrasou pela demora na autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que só autorizou a dragagem último dia 03 desse mês. O trabalho já acontece na localidade de Curicacas, 25 quilômetros abaixo do Jamari.

processo estava desde julho de 2013 no Ibama aguardando os trâmites legais. Segundo o Dnit, a obra começaria no dia 10 desse mês, já com mais de um mês de atraso. No entanto, a obra só foi começar no dia 17 deste mês. Apesar disso, a empresa responsável pela execução admite que dificilmente dará para fazer o serviço nos 14 pontos mais críticos divulgados no levantamento batimétrico. O Dnit afirmou então, que o trabalho se iniciaria pelos sete trechos mais críticos.

Na última sexta-feira, a Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega-RO) debateu o tema “Importância do Transporte Sustentável em Rondônia, Amazônia e Impactos pós – UHE’s”. O evento reuniu entidades como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph) e comunidade Aquaviária.

Para o presidente da Fenavega, Raimundo Holanda, o processo de dragagem do rio Madeira não foi feito no tempo hábil e ressalta que todo ano, acontece a mesma coisa e enfatiza que Rondônia se destaca no cenário nacional, já como um grande produtor de grãos para o agronegócio, em que esses grãos produzidos em Rondônia, só é viável para a exportação pela hidrovia do Madeira. Destaca ainda que é através da navegação, que vai pelo menos 98% de todas as exportações brasileiras.

Ele explicou que o objetivo do encontro foi mostrar para a sociedade a importância desse transporte hidroviário para a economia do estado de Rondônia. “O objetivo foi mostrar a importância e os gargalos que nós enfrentamos para poder navegar através do rio Madeira. O que nós esperamos dessa reunião é mostrar a importância do rio Madeira para a navegação. Pelo rio Madeira nós transportamos 13 milhões de toneladas, carga equivalente a 600 mil carretas. Vamos expor a grandeza e os problemas que nós enfrentamos e que vamos tentar resolver de todas as maneiras”, disse.

Processo iniciou em 2012, mas foi barrado

O processo da dragagem iniciou em 2012, mas o seviço não foi executado. O Tribunal de Contas e Ministério Público Federal recomendaram a suspensão dos serviços devido o período das chuvas.

A dragagem prevê a retirada de sedimentos que estão no fundo do rio para facilitar a passagem das embarcações em áreas mais assoreadas.

“Duvidamos muito que essa dragagem traga algum benefício para a navegação. A dragagem começou quinta-feira e deveria ter iniciado no final de junho, meados de julho. Então nós não temos tempo hábil pra fazer os pontos que são críticos. Logo, não vejo o que possa melhorar e atenuar o sofrimento dos armadores”, destaca o presidente da Fenavega.

“O objetivo desse encontro foi fazer com que todas as autoridades discutam sobre a navegação no Brasil e compreendam que ela é importante do ponto de vista de instrumento da economia brasileira, mas principalmente que ela precisa de cuidados como dragagem, precisa ser cuidados nos aspectos de segurança, sociais, econômicos e ambientais”, disse o diretor – presidente da Soph, Francisco Leudo Buriti.

Sobre a dragagem do rio Madeira, Buriti explicou que o Estado está cobrando do Dnit – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – para que a dragagem seja concluída. “Essa dragagem deve ser feita no período certo, começando em junho e até outubro, novembro, porque quando chove na região, o nível do rio sobe, aí não precisa porque é um presente da natureza”, afirma.

Antaq cobrou Dnit

O diretor-geral da Antaq, Adalberto Tokarski disse que cabe ao Dnit a responsabilidade e resolução de todas as questões acerca da dragagem e explicou que há muito tempo a agência vinha solicitando ao Dnit que a dragagem começasse antes de baixar totalmente o rio.

“O que a Antaq faz é buscar a regular tanto a área de terminais, portos e navegação, pra se ter uma prestação de serviço mais adequada. Se a gente tem isso, nós vamos ter uma navegação mais segura, regras, o que abre caminho para que se tenha investimentos maiores na navegação. explicou.



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