O sistema cooperativista no ramo do agronegócio tem sido destaque em todo o Estado, com avanços registrados nas áreas da gestão, do planejamento, da tecnologia e vendas
Em Rondônia o momento favorece o cooperativismo agropecuário, que avança como alternativa prática em meio à crise econômica e política, que de certa forma trava o crescimento do país. Mas existe a necessidade de incentivo tributário e à desburocratização no âmbito do poder público. A avaliação foi feita pelo presidente do Sistema OCB/SESCOOP-RO, Salatiel Rodrigues, informando o sistema representa os interesses de mais de 100 cooperativas, das quais 35 atuam no segmento do agronegócio. Ele informou que a industrialização é um dos eixos nos quais a OCB/RO atua e, de acordo com o presidente, o Estado precisa implementar uma política mais direcionada ao incentivo industrial. “Rondônia precisa parar de exportar matéria-prima e voltar-se para a industrialização”, diz. Salatiel Rodrigues observa que Rondônia viveu ciclos importantes, a exemplo da borracha, do ouro e da madeira, cuja matéria-prima era levada para fora onde abastecia as indústrias, gerando emprego e renda fora do Estado. “Atualmente o couro bovino é levado para fora e volta em forma de cintos, sapatos e bolsas. Significa que a geração de emprego e renda fica lá fora, quando poderia muito bem acontecer aqui”, menciona.
Salatiel Rodrigues destaca que o cooperativismo agropecuário engloba os segmentos de transporte, crédito e produção, observando que a logística é um dos fatores fundamentais para o setor produtivo. “É a conservação das estradas que contribui para o escoamento da produção e o armazenamento de produtos para gastos em escala”, disse o presidente do Sistema OCB/SESCOOP-RO. “Nesse contexto, a reconstrução da rodovia 319 também é importante, principalmente levando em conta que Manaus é um grande centro consumidor de carne e produtos agrícolas de Rondônia. Isto sem contar a necessidade da duplicação da rodovia 364 para que haja maior segurança no transporte da produção agrícola e ao tráfego de veículos em geral”, acrescenta.
O cooperativismo atua com base na gestão democrática voltada para a comunidade, evidenciando a formação e a educação nas áreas econômica e social. “As cooperativas que atuam no segmento agropecuário no Estado recebem consultoria oferecida pelo sistema na área de gestão, plantio, colheita e comercialização”, informa o presidente da OCB/SESCOOP-RO, evidenciando que o sistema também garante apoio às pequenas plantas frigoríficas e acompanha todo o processo, incluindo estudos para a possível transformação em cooperativa.
Salatiel Rodrigues diz que a pesquisa e a tecnologia também estão presentes nas ações desencadeadas pelo sistema cooperativista no Estado, levando em conta que se constituem em pontos decisivos para o segmento. Segundo ele, a correção do solo é das ações que resultam de pesquisa e sua aplicação é baseada em tecnologia para que em pequenas áreas se produza mais, com o acompanhamento técnico envolvendo a Emater e a Embrapa, a fim de que as áreas degradadas sejam trabalhadas com orientação técnica visando à produtividade, sempre com a preocupação ambiental. “O cooperativismo é uma cadeia de trabalho no contexto produtivo que tem crescido com base na união e na organização do setor, itens fundamentais para o desenvolvimento econômico do Estado”, argumenta Salatiel Rodrigues, acentuando o apoio governamental. Ele concluiu informando que o sistema de crédito marca presença nos 52 municípios do estado e em vários distritos, com quase 100 mil associados ligados ao agronegócio.
