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RONDÔNIA

Costa Marques sofre com falta de médicos

A prefeitura de Costa Marques decretou estado de emergência na Saúde do município, em decorrência da necessidade de médico cirurgião..

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Publicado: 06/08/2014 às 12h35min | Atualizado 29/04/2015 às 04h53min

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Prefeitura de Costa Marques decretou estado de emergência na Saúde, devido da necessidade de médico cirurgião

A prefeitura de Costa Marques decretou estado de emergência na Saúde do município, em decorrência da necessidade de médico cirurgião para atender na localidade e pela incidência de denúncias feitas pela comunidade ao Ministério Público do Estado, devido a falta de atendimento adequado no setor da Saúde.

O prefeito do município, Chico Território (PT) explicou que o município enfrenta sérios problemas quanto à saúde, especialmente pela necessidade de médicos especialistas que possuam registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Segundo o prefeito, outro problema enfrentado é que a administração municipal aguarda o recurso referente ao estado de calamidade pública, decretado em virtude da enchente histórica.
De acordo com o prefeito, a dificuldade quanto à contratação de médicos para o município é que os profissionais não se disponibilizam a trabalhar distante dos grandes centros e quando isso ocorre o valor cobrado é alto, inviável para a administração municipal pagar. “Antes tínhamos médicos, custeados pela União ou pelo Estado”, explica Chico Território.

O administrador explicou que em Costa Marques trabalham sete médicos, 04 cubanos (do programa Mais Médicos), um profissional contratado pelo Exército e 02 médicos brasileiros, sendo um cirurgião. Também há um profissional que atende no município de São Domingos, distrito distante cerca de 58 quilômetros de Costa Marques. “Mas a necessidade no município é grande. Temos um centro cirúrgico e praticamente não conseguimos atender àdemanda porque o único cirurgião que temos trabalha no regime de plantão. Além disso, recebemos constantes denúncias pela falta de atendimento”, ressalta.

Além de médicos, o prefeito afirma que há necessidade de contratação de bioquímico, para trabalhar no Banco de Sangue e médicos especialistas em anestesia, ginecologia, ortopedia, pediatria, geriatria e obstetra. “O que queremos é que Estado se sensibilize e ceda um ou dois médicos para atender em Costa Marques”, disse o prefeito.

De acordo com o secretário de Saúde do Estado, Williames Pimentel, não há possibilidade de cedência de médico especialista para o município de Costa Marques, uma vez que todos os profissionais especialistas estão distribuídos em hospitais regionais para prestar atendimento não somente a um município, mas há vários que estejam localizados próximo ao hospital, num sistema que define como satélite. “Inclusive, há atendimento com essa característica no Hospital Regional de São Francisco”, explica Pimentel.

O secretário afirmou que o governo do Estado intermediou a contratação de médicos através do programa Mais Médicos para atenderem na atenção básica em Costa Marques. “Conseguimos intermediar a contratação de médicos para a atenção primária, o que resolve parte do problema. Além disso, os moradores de Costa Marques podem usufruir de atendimento na Policlínica Oswaldo Cruz”, explica.

Mulheres sofrem em trabalho de parto

Ainda de acordo com o prefeito, em decorrência da necessidade de mais médicos cirurgiões para atender em Costa Marques, atualmente parte das parturientes (mulheres em trabalho de parto) precisam se deslocar até o município de São Francisco, distante cerca de 110 quilômetros do município ou até os municípios de Ji-Paraná e Porto Velho.

Costa Marques possui cerca de 15 mil habitantes, uma Unidade Mista de Saúde e dois postos de Saúde. Além de atender à população do município, o atendimento na área de saúde é estendida aos pacientes bolivianos, que residem na área fronteira (outro lado do rio Guaporé), numa pequena localidade chamada Buena Vista.

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Prefeitura pede recursos para reconstruir o município

Enchente Histórica atingiu região

Costa Marques é um dos municípios rondonienses que foi atingido pela enchente histórica. Atualmente cerca de 130 famílias que perderam suas casas, não têm condições de voltar para seus domicílios. De acordo com Luzia Penha, secretária municipal de Planejamento, o município concedeu as informações necessárias para o decreto de estado de calamidade pública e em Costa Marques foi criada uma Coordenadoria Municipal da Defesa Civil. Agora, a administração municipal busca previsão para liberação do recurso previsto para atender à localidade. “Na época da enchente foi necessária a locação de barcos e de maquinário. Além disso fizemos compra de combustível e água mineral, por isso estamos devendo no comércio”, detalha.

De acordo com a secretária, o recurso, previsto em R$ 500 mil, será usado na reestruturação de estradas, ruas, orla, pontes e algumas estradas vicinais. No município, aproximadamente 630 famílias foram desalojadas e retornaram para suas casas. Cerca de 1,3 mil famílias foram impactadas pela enchente histórica em Costa Marques.

De acordo com Artur Luiz Santos de Souza, diretor de Planejamento e Operações da Defesa Civil, o recurso proveniente do Plano Detalhado de Resposta (PDR), previsto para os municípios que decretaram estado de calamidade, não contempla ações que já foram realizadas e sim, despesas que ainda estão em vigência ou a realizar. “Se por exemplo, a prefeitura ainda estivesse fazendo busca de pessoas em locais difíceis ou precise comprar cestas básicas ou mesmo água mineral”, explica. “Essas despesas que já foram realizadas serão de competência do própria administração municipal. Para serem atendidas pelo PDR teriam que ser declaradas no próprio mês em que estavam sendo realizadas, mas a prefeitura de Costa Marques declarou somente em junho”, detalha.

Por, Mineia Capistrano



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