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RONDÔNIA

Crianças receberão cirurgia gratuita no Santa Marcelina

“O nome dele é Joshua e está com quatro meses. Ele é assim: esperto, forte e saudável! Tive muita sorte, porque o diagnóstico foi..

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Publicado: 09/12/2014 às 06h00min | Atualizado 28/04/2015 às 16h39min

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A OMS estima que existem no Brasil 300 mil pessoas portadoras da doença – fissura labiopalatal ou lábio leporino  Roni Carvalho/Diário da Amazônia

“O nome dele é Joshua e está com quatro meses. Ele é assim: esperto, forte e saudável! Tive muita sorte, porque o diagnóstico foi feito aos seis meses de gravidez, aqui mesmo na cidade. A gente sabia que ele ia ter problemas nos lábios. Apesar disso, levamos um grande susto quando ele nasceu. Não conseguia alimentá-lo; ficou na sonda e somente depois de cinco dias foi possível dar comida para ele, com ajuda de uma fonoaudióloga”. Este é mais um caso de bebê nascido com fissura labiopalatal ou lábio leporino. O relato é da própria mãe do bebê, Eliene de Paula, enquanto esperava a avaliação de uma equipe multidisciplinar da Operação Sorriso (OS), que iniciou o processo de triagem de pacientes com este tipo de problema, para a realização de 65 cirurgias gratuitas no HospitalSanta Marcelina – zona rural de Porto velho, na manhã de ontem. Até o fechamento da edição, 109 pacientes passaram pela seleção da OS.

A OS é uma organização que há mais de 30 anos oferece cirurgias gratuitas em vários países e está na Capital porto-velhense pela primeira vez. “Nesta missão temos uma equipe formada por cerca de 60 profissionais voluntários que vão atender a população local até o dia 13 deste mês. Atualmente, pacientes do Estado são encaminhados para um centro de saúde em Bauru (SP), a quase 3 mil quilômetros de distância. Um dos objetivos desta missão é capacitar profissionais para prestar assistência aos pacientes no período pós-operatório”, esclarece a coordenadora dos Programas Humanitários, Luciana Garcia. Ela informa também que todos os pacientes que forem operados durante o programa humanitário retornarão para a consulta pós-operatória no dia 17 de dezembro e, durante um ano, farão acompanhamento odontológico e fonoaudiológico.

Melhoria na qualidade de vida

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As cirurgias acontecem do dia 10 a 13 de dezembro Roni Carvalho/Diário da Amazônia

A diretora do Hospital Santa Marcelina, irmã Lina, disse que “esse é um grande mutirão que visa a realização de cirurgias em pacientes com lábios leporinos e conta com nosso total apoio, porque a gente se coloca no lugar dessas pessoas que são, de certa forma excluídas da sociedade. É com alegria que a gente aceitou essa parceria, pois é nossa missão contribuir para melhorar a qualidade de vida de crianças, jovens e adultos, para que sejam aceitos e, portanto, mais felizes. Vamos contribuir para que  se  sintam incluídos na sociedade; tenham seus sofrimentos e limitações sanados ou minimizados”, declara.

Atendimento multidisciplinar

“O atendimento continuado e multidisciplinar é a chave para a reabilitação completa do portador de fissura labiopalatal. Nossa equipe está aqui para ajudar nessa demanda, pois são muitos casos já verificados e a partir dessa ação alertar as autoridades locais para trazer o tratamento para a cidade. A causa da doença é multifatorial: tem um componente genético e um componente social determinantes do problema. Geralmente é mais comum em países em desenvolvimento que apresentam populações com carências nutricionais. Porém, não é uma doença exclusiva de países subdesenvolvidos, porque há casos de crianças com boas condições socioeconômicas que nasceram com lábios fissurados. As causas ainda estão sendo investigadas”, informa a médica Ana Paula – chefe da equipe de pediatria da Operação Sorriso.

O Capitão-de-corveta, André Faro, salienta a importância do projeto e informa que a Marinha brasileira acompanha a Operação Sorriso desde 2008 em várias cidades. “Este ano estamos aqui em Porto Velho, através do 9º Distrito do Comando Naval, sediado em Manaus. Saímos de lá em 30 de novembro e aportamos aqui na cidade sexta-feira passada, com um navio de assistência hospitalar, com profissionais da área de saúde (médicos/dentistas) e também o pessoal dos Fusileiros Naval para apoiar a infraestrutura do hospital. Vamos apoiar o projeto até o próximo dia 15, quando serão finalizadas as cirurgias. A gente entende que está contribuindo com a melhoria da saúde e da inclusão social dessas pessoas e isso é muito gratificante”, conclui o comandante.

 



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