Em setembro, as florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 624 quilômetros quadrados
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD/Imazon) registra que Rondônia foi o Estado mais afetado, em termos absolutos, e por isso lidera o ranking de terras desmatadas na Amazônia Legal. A pesquisa constata que no mês passado houve um desflorestamento acumulado de 260 quilômetros quadrados, no Estado. Ou seja, no período de agosto a setembro – que corresponde aos dois primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento – a área total atingida é de 838 quilômetros quadrados, significando um aumento de 191% em relação ao mesmo período de 2013.
De acordo com o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/RO), Renê Luiz de Oliveira, esse índice de fato é alto se comparado ao mesmo período do ano anterior. Porém, considera que os dados apresentados pelo SAD precisam ser conferidos posteriormente com as informações oficiais do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite, do Ministério do Meio Ambiente (Prodes), que serão divulgados em novembro.
SÉRIE DE FATORES DEVEM SER CONSIDERADOS
Renê Luiz considera que uma série de fatores deve ser considerada para analisar o aumento do desmatamento da floresta amazônica. “Houve queimadas em muitas extensões de terras da Amazônia Legal e elas estão diretamente ligadas ao desflorestamento. Agosto e setembro são meses em que o número de queimadas aumenta em Rondônia; queima-se, principalmente para a prática da pecuária. Mantivemos nesse período – e durante todo o ano – fiscalização e combate nas áreas mais críticas (Porto Velho, Nova Mamoré, Buritis, Cujubim e Machadinho)”, disse Oliveira.
NOVO CÓDIGO FLORESTAL
O superintendente do Ibama-RO esclarece que o novo Código Florestal – Lei 12.651 de 2012 – assegura aos produtores rurais e aos proprietários de terras com fins à criação de gado a prática do desmatamento legal. “As ações praticadas fora dessa proposta legal são configuradas como crimes contra o meio ambiente; portanto, passíveis de penalidades”, alega o superintendente. O SAD registra em seu relatório que em setembro as florestas degradadas na Amazônia Legal – florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e queimadas – somam 624 quilômetros quadrados, significando um aumento de 3.797% em relação a setembro de 2013, quando a degradação florestal somou 16 quilômetros quadrados.
7% FORAM COBERTOS DE NUVENS
O relatório apresenta números que alertam para o desflorestamento na região amazônica. Nos estados do Pará o índice registrado é de 23%; Mato Grosso – 18%; Amazonas – 12%; Acre – 10%; Roraima – 4% ; e Tocantins (1%). Os municípios que mais desmataram foram Nova Mamoré (RO), Novo Progresso (PA) e Colniza (MT), respectivamente com 53,1 km², 30,1 km² e 25,5 km². Além desses, há outros municípios com índices elevados de desmatamento. Boca do Acre (AM), Altamira (PA), Lábrea (AM), Pacajá (PA) e São Félix do Xingu (PA). No fechamento desse relatório, o Imazon informa que no mês passado foi possível monitorar com o SAD 93% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 7% do território foram cobertos por nuvens e isto dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal em diversas áreas.
