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Diário da Amazônia

Dois secretários de Paulo Guedes pedem demissão

Salim Mattar e Paulo Uebel deixarão o governo; motivos seriam ritmo das privatizações e pouco andamento da reforma tributária

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Publicado: 12/08/2020 às 10h14min

A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes , irá sofrer duas novas baixas. Os secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e o de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, pediram demissão nesta terça-feira (11).

Segundo Guedes , o motivo da demissão seria a insatisfação de Mattar com o ritmo das privatizações de estatais. “O que ele me disse é que é difícil privatizar”, disse. No caso de Uebel, o ministro disse que o secretário deixou o cargo pela falta de andamento da reforma administrativa.

“Hoje houve uma debandada ”, afirmou. “O que ele [ Mattar ] me disse é que é muito difícil privatizar, que o establishment não deixa haver a privatização, que é muito difícil, muito emperrado, que tem que ter apoio mais definido, mas decisivo. O secretário Uebel , a mesma coisa. A reforma administrativa está parada, então ele reclama também que a reforma administrativa parou”, disse Guedes.

O ministro da Economia também disse que gostaria de privatizar quatro grandes empresas e citou a Eletrobras, PPSA [estatal de partilha do Pré-Sal], Correios e a Docas de Santos. “Eu, se pudesse, privatizava todas as estatais. Para privatizar todas, você tem que privatizar duas ou três, nós não conseguimos nem duas ou três. Isso é preocupante”, disse.

As declarações do ministro foram feitas durante entrevista coletiva após uma reunião com presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Guedes reafirmou que não apoia uma eventual tentativa de furar o teto de gastos do governo.

“Não haverá nenhum apoio do Ministério da Economia a fura-tetos. Se tiver ministro fura-teto, eu vou brigar com ministro fura-teto”, disse.

Com as saídas, já são cinco as baixas recentes na equipe econômica . Nas últimas semanas, Mansueto Almeida já havia deixado o Tesouro Nacional , Caio Megale deixou a diretoria de programas da Secretaria Especial da Fazenda e Rubem Novaes anunciou que deixará a presidência do Banco do Brasil. (Agência O Globo)



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