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RONDÔNIA

Estrada do Belmont aguarda asfalto

A região não foi recuperada desde a cheia de 2014 e ainda não foi liberada pela DC.

Por Ariadny Medeiros Diário da Amazônia
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Publicado: 03/09/2015 às 05h00min

Quem precisa trafegar pela estrada do Belmont enfrenta muita poeira e buracos, situação que afeta os motoristas que transportam combustível

Quem precisa trafegar pela estrada do Belmont enfrenta muita poeira e buracos, situação que afeta os motoristas que transportam combustível

Moradores do bairro Nacional reclamam das péssimas condições da estada do Belmont e da precária infraestrutura para moradia no local. A região não foi recuperada desde a cheia histórica do ano passado. Sem luz e com muita poeira as casas continuam condenadas pela Defesa Civil, mas alguns moradores tiveram que voltar por não terem para onde ir.

As famílias atingidas pela enchente foram cadastradas em programas sociais do governo “elas receberam encaminhamento para obterem os apartamentos do programa habitacional. Alguns deles já até receberam, outros aguardam questões burocráticas de documentação com a caixa para conseguirem”, afirmou Marcelo Silva dos Santos, coordenador da Defesa Civil.

A área ainda não foi liberada pela Defesa Civil, pois ainda está vulnerável “há risco de vida, as pessoas não deveriam ter voltado para lá, ninguém foi autorizado ainda”, explicou Marcelo ao afirmar que como todos foram encaminhados para receberem auxílio e para programas de habitação, não haveria motivo para retornarem ao local.

A estrada é perigosa e coloca em risco a vida da população

A estrada é perigosa e coloca em risco a vida da população

Falta infraestrutura básica para os moradores da região

Segundo informações da moradora Angélica Oliveira dos Santos, ela teve que voltar a morar na casa em julho “recebi só cinco parcelas de 500 reais quando o benefício saiu, a gente pagava 700 reais de aluguel, mas aí a gente teve que voltar”, relatou Angélica informando que deixou sua casa no período da cheia e ficou cinco meses morando em um abrigo no colégio Maria do Carmo. A moradora ainda disse que, de acordo com as autoridades, o local não seria arrumado porque ainda era de risco “o prefeito veio aqui e prometeu muita coisa, não temos energia elétrica e o maior problema é a poeira ou a lama quando chove”, concluiu ela.

As carretas que passam pelo local são pesadas e fazem muitos buracos, além disso, atrapalham o fluxo de veículos “param na estrada, no meio da rua e impede a gente de passar, às vezes a gente fica esperando um tempo para poder seguir”, contou Angélica.

O sustento da família vem de uma horta que a moradora cultiva nas proximidades de sua casa “nós plantamos para revender na feira, com a falta de energia não conseguíamos levar a água para a horta, tivemos que comprar o fio e ligar na bomba para puxar a água lá do igarapé”, explicou a moradora.

Falta estrutura básica para a sobrevivência das famílias

Falta estrutura básica para a sobrevivência das famílias

Carlos Guttemberg, secretário da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (Semtran), comunicou que pediria para uma equipe ir até o local e verificar a situação das carretas paradas na via “se eles tiverem parados na lateral aguardando o embarque e desembarque, não tem problema, desde que não estejam prejudicando e atrapalhando a população”, explicou o secretário. Ainda segundo ele, é necessário que haja placas que regulamentem a proibição ou não do estacionamento no local “nós vamos lá orientar o trânsito nesse sentido”, afirmou Guttemberg.

O local também não tem oferta de transporte público pelo município, mas essa dificuldade já era enfrentada pelos moradores até mesmo antes da cheia “quem não tem carro, vem de carona ou usa bicicleta” contou o morador Paulo Oliveira. A estrada é bem perigosa e os veículos que a utilizam abusam do excesso de velocidade “os carros passam em alta velocidade e as carretas são muito grandes, levanta muita poeira, e a gente tem que passar todos os dias para levar as crianças no colégio”, disse Paulo ao contar que por causa dos buracos teve gastar dinheiro para mandar trocar o amortecedor do seu carro. A grande quantidade de poeira atrapalha a visibilidade “meu primo morreu porque a carreta passou por cima dele, estava de bicicleta e não dava para enxergar nada”, conclui Paulo.

Asfaltamento deve começar em 30 dias

O Departamento de Estradas, Rodagens Infraestrutura e Serviços Públicos (DER) informou que dentro de 30 dias será iniciado o asfaltamento da Estrada do Belmont “estamos tomando as providências e vai ser feito por execução direta com recursos próprios. Nós estamos esperando os agregados do asfalto chegar”, relatou Celso Coelho, diretor executivo do DER.
O material para fazer o asfalto já foi licitado e o DER está aguardando a entrega “em média vamos asfaltar uns cinco quilômetros, do começo da estrada até a última base petrolífera”, explicou Celso.

O diretor relatou que a demora pela licitação e entrega dos materiais contribuíram para que o asfaltamento não começasse “está na programação, só agora conseguimos desembaraçar, só tínhamos uma empresa que entregava um dos agregados, o CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo)”, concluiu.

Projeto

A assessoria do DER informou que existia um projeto para fazer a pavimentação do início até o final da Estrada do Belmont, mas que o projeto era inviável, pois não poderiam fazer o asfalto abaixo da marca que a água atingiu na cheia do ano passado, por isso desistiram do projeto. De acordo com informações é complicado fazer o asfalto em todo o trecho porque fica muito próximo à margem do rio e o solo é considerado mole naquela região.

 



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