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RONDÔNIA

Estudos preveem crescimento da economia em Rondônia

Um relatório publicado pelo Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Banco Itaú, no mês de novembro, apresenta um diagnóstico de..

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Publicado: 10/12/2014 às 04h10min | Atualizado 28/04/2015 às 16h59min

O setor de energia elétrica será o responsável por 87% dos investimentos privados previstos para  os próximos anos Roni Carvalho/Diário da Amazônia

O setor de energia elétrica será o responsável por 87% dos investimentos privados previstos para os próximos anos Roni Carvalho/Diário da Amazônia

Um relatório publicado pelo Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Banco Itaú, no mês de novembro, apresenta um diagnóstico de crescimento médio real da economia de Rondônia de 1,8% ao ano, até 2020. Os elaboradores desta pesquisa afirmam que nos próximos anos a economia estadual deverá receber em torno de R$ 2 bilhões em investimentos privados, com destaque para o setor de energia elétrica que será o responsável por 87% desse valor. A economista Paula Yamaguti considera que esse índice coloca o Estado em posição confortável, em relação à média nacional. “Analisamos as vendas em varejo e outros setores e chegamos a esta previsão. Porém, os estudos apontam que é necessário maior investimento em infraestrutura e educação”, assegura.

Rondônia atualmente ocupa a 21ª colocação nacional em termos de Produto Interno Bruto (PIB), representando em média 0,6% do total do Brasil. A composição do PIB do Estado difere da nacional por ter maior participação do setor agropecuário em detrimento da indústria. No relatório os economistas fazem uma previsão de que este ano o PIB de Rondônia será de R$ 32,7 bilhões e que a participação a nível nacional fique em torno de 0,7%.

RO tem a segunda menor inadimplência da região Norte  Jota Gomes/Diário da Amazônia

RO tem a segunda menor inadimplência da região Norte Jota Gomes/Diário da Amazônia

MAIS CRÉDITO PARA A ECONOMIA LOCAL 

Para 2020, a expectativa é de que o PIB do Estado chegue a R$ 51,1 bilhões. Além disso, o rendimento médio é inferior à média nacional; mas, em termos de distribuição de renda é menos desigual do que a média da região Norte e do que a média do Brasil. Yamaguti explica que essa conclusão está baseada no Índice Gini, referente a 2013, “e quanto mais perto de zero menor será a desigualdade econômica da população”. Rondônia apresenta um índice de 0,451; ou seja, melhor do que o alcançado pela região Norte que é de 0,484 e do país que é de 0,501.
A economista alega que um dos pontos positivos a ser destacado no relatório é quanto à questão da inadimplência. Ela informa que a composição do crédito no Estado é diferente da observada em todo o país, com a carteira de crédito de Pessoa Física duas vezes maior do que a de Pessoa Jurídica, detendo o segundo maior crescimento do saldo de crédito e também a segunda menor inadimplência da região Norte. “Isso aponta uma maior capacidade de consumo da população e atrai, com certeza, mais crédito para aquecer a economia local”, diz Yamaguti.

SETORES QUE AQUECEM A ECONOMIA 

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contribuem com as análises registradas no relatório macroeconômico e indicam que o setor de serviços é o mais importante, tendo um crescimento médio anual da receita bruta de 14%, impulsionado principalmente pelas atividades imobiliárias, que cresceram 94,5%; pelos serviços prestados às empresas (35,4%) e pelos serviços prestados às famílias (20,6%). No que se refere ao número de empresas, pessoal ocupado e salários, a participação de Rondônia no Norte do país é de 11,6%, 8,8% e 8,1%, respectivamente. Enquanto que nacionalmente, a participação rondoniense fica abaixo de 0,5% nos três indicadores. Esse dado é consistente com o tamanho de população rondoniense.

Na agropecuária, o Estado se destaca na plantação de soja e na criação de gado bovino  Roni Carvalho/Diário da Amazônia

Na agropecuária, o Estado se destaca na plantação de soja e na criação de gado bovino Roni Carvalho/Diário da Amazônia

AGROPECUÁRIA EM DESTAQUE

Ainda de acordo com o relatório, o volume de vendas no varejo vem crescendo a uma taxa superior à do Brasil desde o início de 2014. No acumulado do ano até agosto, o crescimento do comércio varejista em Rondônia foi de 15,3%, ante um aumento de 9,4% no País. Considerando-se os dados do varejo restrito, que exclui automóveis e material de construção, o crescimento do Estado foi de 9%, significando um valor superior ao do país de 3%, para o mesmo período pesquisado. Na agropecuária, o Estado se destaca na plantação de soja e na criação de gado bovino, influenciados pelo clima favorável. A produção agrícola é pouco representativa se comparada à nacional. Mas, em 2012, o valor produzido no Estado foi de R$ 1,8 bilhão; isto representa 0,9% do total produzido no País. Em termos de valor da produção o destaque fica para a soja, com R$ 593,3 milhões, cerca de 30% do total.

REGIÕES ONDE HÁ MAIOR CONCENTRAÇÃO DO PIB

Nas análises dos economistas foi considerado o fato de que Madeira-Guaporé é a menor região em população e em extensão territorial, mas é onde está a Capital e onde também se concentram 85% dos investimentos privados previstos para o Estado, principalmente por causa das usinas hidrelétricas. Esta região apresenta a maior renda per capita do Untitled-2 copyEstado e a maior média de crescimento real do PIB nos últimos cinco anos. Outros dados da pesquisa indicam que o Leste rondoniense é a região mais populosa de Rondônia e a com maior extensão territorial. Apesar de possuir uma renda média menor que a mesorregião do Madeira-Guaporé é a que possui maior participação no PIB do Estado. Essa região abriga as cinco cidades com os maiores PIB per capita de Rondônia. É onde se concentram 75% de todo o rebanho bovino do Estado e 99,5% da área produtora de soja, principal atividade agrícola da economia estadual.

BALANÇA DO COMÉRCIO EXTERIOR É SUPERAVITÁRIA 

A balança de comércio exterior de Rondônia é, historicamente, superavitária. No acumulado do ano até setembro, o Estado possui um superávit de US$ 388,6 milhões, impulsionado pela exportação de produtos básicos que representa 85,9% do total. O principal produto exportado é a carne bovina, respondendo em média por 51,2% das exportações. O principal comprador de nossos produtos é a Venezuela, sendo que, em 2013, os principais produtos exportados para o país foram carnes, miudezas e comestíveis. Entre as importações, o destaque é a participação dos produtos manufaturados, representando 93,6% do total. O principal país de origem das importações é a China, com 45,2% do total, sendo que, em 2013, o principal produto importado do país foram os bens de capital industrial.

 



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