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Diário da Amazônia

Fungo ataca e destrói pastagens em Rondônia

Conhecido como morte súbita, o fungo ataca e destrói as pastagens.

Por Chagas Pereira Diário da Amazônia
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Publicado: 31/07/2017 às 05h00min

O ataque do fungo às pastagens compromete a alimentação do rebanho e acarreta sérias consequências de ordem econômicas aos pecuaristas

O fungo conhecido como síndrome da mortalidade do capim-braquiarão atinge proporções preocupantes porque ataca e destrói pastagens em praticamente todo o Estado, cuja manifestação ocorre na estação chuvosa, causando o amarelecimento, o murchamento e a morte de touceiras. A mortalidade ocorre na forma de reboleiras que aumentam de tamanho com o passar dos anos. “Os espaços são ocupados por invasoras e caso não seja realizada uma intervenção pelo produtor, visando conter o processo, ocorre a degradação total da pastagem”, disse o coordenador de pragas da Agência Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron), João Paulo Quaresma. Ele observou que a única alternativa para conter a mortalidade é a substituição do capim utilizado nas áreas onde o problema é registrado.

João Paulo Quaresma informou que, com base em levantamento, foi possível constatar diversas ocorrências em praticamente todas as regiões do Estado. “O solo mais argiloso, principalmente em áreas de pastagens antigas, contribui para a retenção de água. Assim, o solo fica ocupado por água com alta umidade. Como a planta absorve oxigênio pela raiz, se o solo estiver úmido esse processo fica comprometido”, esclareceu o agrônomo. Segundo ele, a Idaron realiza trabalho de educação sanitária, incluindo a destruição de material informativo, subsidiando os pecuaristas com orientações a respeito da praga. “As informações são prestadas para que o produtor conheça o problema mais a fundo e saiba como proceder para proteger a pastagem. Se não forem tomadas providências imediatas o problema evolui e toda a pastagem tende ser destruída. Por conta disso, é fundamental que o problema seja detectado logo no início”, acrescentou.

Acre teve primeiros registros

As primeiras ocorrências do problema causado pelo fungo foram relatados na década de 1990 no Acre, e hoje a incidência ocorre no Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, onde existe um regime intenso de chuvas e onde predominam solos mal drenados ou de baixa permeabilidade. Isso faz com que ocorra o alagamento ou encharcamento do solo, reduzindo a oxigenação das raízes. Como a planta tem baixa adaptação a estas condições, fica mais suscetível ao ataque de fungos causadores de doenças presentes no solo e a ação destes microrganismos faz com que as folhas fiquem amareladas e murchem, causando estragos em touceiras e em grandes reboleiras. “O produtor precisa estar atento para agir imediatamente”, alertou João Paulo Quaresma.



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